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Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

05/01 – São Simeão Estilita


Na vida de santidade encontramos a maior variedade de vias, tendo desde santos que o foram no trono, como outros que o foram sendo simples pastores e até criadas domésticas. Alguns que fizeram grandes penitências como São Pedro de Alcântara, e outros que, como Santa Teresinha, se santificaram na Pequena Via.

Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados; bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5, 5).

Hoje comemoramos a vida singular de um herói de Jesus Cristo que se santificou vivendo no alto de uma coluna, pelo que é chamado São Simão “Estilita” (de “stilos”, coluna, em grego).

São Simeão foi o primeiro, e provavelmente o mais famoso, de uma longa sucessão de “stylitoe” ou “eremitas na coluna ou pilar” que, durante mais de seis séculos adquiriram na cristandade oriental grande reputação de santidade por sua estranha forma de ascetismo.

São Simeão, o Velho, para distingui-lo de seus imitadores, nasceu pelo ano de 388 na cidade de Sisã, nos confins da Síria. Pastor em sua infância, um dia ouviu, ainda menino, as palavras do Evangelho: “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados; bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5, 5). Apesar de sua pouca idade, aquilo o impressionou tanto, que Simeão retirou-se para um deserto próximo, no qual passou sete dias sem comer nem beber, chorando e orando.

Pouco antes de completar os 16 anos, ele pediu admissão num mosteiro, no qual entregou-se a uma austeridade tão extrema, que aos outros pareceu extravagante. O que o levou a abandonar o mosteiro e refugiar-se numa cabana no deserto.

Acontece que a verdadeira santidade atrai. Assim, aos poucos foram tantos os peregrinos que vinham vê-lo para que os aconselhasse e rezasse por eles, que Simeão não tinha mais tempo para si.

Isso o determinou a procurar um novo meio de vida. Pediu então que lhe erigissem um pilar com uma pequena plataforma, em cima do qual tencionava viver até a morte. Como julgasse que o pilar não era suficientemente alto para que não o incomodassem, o foi substituindo por outros, até chegar no último, que tinha quase 28 metros de altura. Nele o Santo só podia ficar de joelhos, em pé, ou recostado num pequeno parapeito que rodeava a coluna.

Esse gênero de vida parecia tão extraordinário aos medíocres, que lhe moveram muitas perseguições. Falavam com desprezo “daquela austeridade singular”, taxando-o de impostor, que fazia aquilo por vaidade e soberba. Até os próprios solitários do Egito estiveram a ponto de o separarem de sua comunidade.

Mas o fato é que, por mais extravagante que fosse esse modo de vida, causou tamanha impressão em seus contemporâneos, que a fama desse asceta espalhou-se pela Europa, principalmente por Roma. Esse fato foi também notável pelo enorme número de pinturas do santo que circulava.

É preciso notar que, mesmo em suas mais altas colunas, São Simeão continuava a atender os que o procuravam. Por uma escada que sempre se podia encostar à coluna, os visitantes podiam subir e falar com ele. Ele também dirigia a palavra para os que se juntavam ao redor de sua coluna, pregando-lhes as verdades da fé e o amor que deveriam ter a Nosso Senhor Jesus Cristo, à sua Santa Mãe, e à Igreja. Simeão também escreveu muitas cartas, algumas das quais ainda existentes, com instruções a seus discípulos.

Ele atraía também grandes personagens, como o Imperador Teodósio e a Imperatriz Eudóxia, que lhe manifestaram a maior reverência, e ouviam religiosamente os seus conselhos. O Imperador Leão também o ouvia com atenção, e escreveu-lhe em favor do Concílio de Calcedônia.

Após viver 36 anos em suas colunas, São Simeão entregou sua bela alma a Deus na sexta-feira, 2 de setembro de 259. Por mais extraordinária que seja a vida de São Simeão Estilita, ela se baseia em fatos de primeira-mão, muito confiáveis, que a tiram do domínio das fábulas. De modo que até críticos modernos não se aventuram a discutir os fatos atribuídos a esses ascetas.

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Instituto Plinio Corrêa de Oliveira

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O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira é uma associação de direito privado, pessoa jurídica de fins não econômicos, nos termos do novo Código Civil. O IPCO foi fundado em 8 de dezembro de 2006 por um grupo de discípulos do saudoso líder católico brasileiro, por iniciativa do Eng° Adolpho Lindenberg, seu primo-irmão e um de seus primeiros seguidores, o qual assumiu a presidência da entidade.

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