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Plinio Corrêa de Oliveira
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18/12 – São Lucas, Evangelista

São Lucas, discípulo de São Paulo, médico e escritor talentoso, foi o autor do 3º Evangelho e dos Atos dos Apóstolos. Conhecido por suas narrativas exclusivas sobre eventos como a Anunciação, a visita a Isabel e a infância de Jesus, seu Evangelho expressa a misericórdia e a bondade de Cristo.


18/12 – São Lucas, Evangelista

São Lucas

     Assim São Jerônimo nos descreve o Evangelista São Lucas, cuja festa comemoramos hoje:

Era discípulo e companheiro inseparável de São Paulo; nasceu em Antioquia, exercia a profissão de médico; ao mesmo tempo, cultivava as letras, e chegou a ser muito versado em língua e literatura gregas. Seu gosto literário ressalta nessa preciosa História [Atos dos Apóstolos] que nos deixou da origem do cristianismo, mais completa em muitíssimos pontos que a dos demais evangelistas, melhor ordenada, e de mais agradável leitura.

No século I da Era Cristã, Antioquia da Síria era muito celebrada pela sua agradável situação, esplendor de seus monumentos, riqueza de seu comércio, progresso de sua civilização e infelizmente, também por causa dos seus costumes pagãos. Foi a primeira Sé de São Pedro antes de ele mudar-se para Roma, e foi nela que, pela primeira vez, os seguidores de Jesus Cristo receberam o nome de “cristãos”.

Nela nasceu e estudou o evangelista Lucas, autor do 3º. Evangelho (o 1º. é o de São Mateus, o 2º. o de São Marcos, e o 4º. de São João) e dos Atos dos Apóstolos. Crê-se que, segundo costume na época, depois de estudar em Antioquia, Lucas foi aperfeiçoar-se na Grécia e no Egito, pois ressaltam os estudiosos que seu estilo é puro, exato, elegante.

Não parece ter sido judeu de religião, se bem que mostre um conhecimento detalhado do judaísmo, de seus ritos e cerimônias. É mais provável que tenha sido um prosélito dessa religião, e que não chegou a ser circuncidado. Pois São Paulo, em sua Epístola aos Colossences, depois de citar “todos os da circuncisão”, passa aos demais, entre os quais cita “o muito amado Lucas, médico” (4, 10-14). O mais provável é que tenha sido pagão, grego de estirpe, e que, ao conhecer o cristianismo, o tenha abraçado com fervor.

Em geral aponta-se sua conversão à época em que São Paulo e São Barnabé pregaram na nascente Igreja de Antioquia (At 11, 22 e ss.). Há quem afirme que ele foi do número dos setenta e dois discípulos e que, assim, teria conhecido pessoalmente Nosso Senhor. Esta hipótese tem contra si a afirmação do próprio São Lucas, de que escreveu o seu Evangelho com os fatos que “nos referiram os que, desde o princípio, os viram e foram ministros da palavra” (1, 2). Quer dizer, com base no que ouviu de testemunhas oculares dos fatos que narra. Portanto, ele não era desse número.

Entre essas testemunhas ele pôde consultar São Pedro e os demais Apóstolos e Discípulos, as Santas Mulheres, e há quem avente a hipótese de ele ter recebido informações preciosas da própria Mãe de Deus. Daí ter sido ele o único Evangelista a falar da Anunciação, da visita a Santa Isabel com o excelso cântico do Magnificat, do nascimento do Menino Jesus em Belém, da adoração dos pastores, da Circuncisão, Apresentação no Templo e purificação de Maria Santíssima, e da perda e encontro do Menino Jesus entre os Doutores da Lei. Pelo que seu Evangelho mereceu ser chamado por alguns de O Evangelho de Maria Santíssima. Com efeito, “dentre esses informantes, sobretudo nos primeiros capítulos do seu Evangelho, pode-se ouvir ainda a voz suave da própria mãe de Jesus”, diz o Pe. Matos Soares em seu comentário da Bíblia.

São Lucas foi chamado também “o escritor da mansidão de Cristo”, porque em seu Evangelho ressalta muito a bondade misericordiosa e a paternal benignidade do Filho de Deus, como se expressam em suas parábolas. O que se nota principalmente nas da ovelha perdida, do filho pródigo, do bom samaritano, e sobretudo no dolorido olhar de Jesus a São Pedro depois de suas negações.

Segundo a tradição, São Lucas era também pintor, e teria pintado vários quadros da Santíssima Virgem e mesmo de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos quais alguns permanecem até hoje.

São Lucas, como defende Santo Irineu, é mais provável que tenha se unido a São Paulo no ano 51, quando este embarcou para Troade, na Macedônia, em sua segunda viagem missionária. É quando os vemos pela primeira juntos. A partir daí os dois apóstolos não se separarão mais, a não ser por intervalos, e quando as necessidades das novas cristandades o pediam. Lucas aparece sempre como discípulo afeiçoado e colaborador zeloso. Com efeito, a dedicação de São Lucas a São Paulo, é tocante. Ele participa de suas alegrias e de suas dores, e mesmo do seu cativeiro. “Só Lucas está comigo”, diz São Paulo tristemente na segunda epístola a Timóteo (4, 11) durante seu segundo cativeiro em Roma

De acordo com os intérpretes, foi durante esse segundo cativeiro no ano 63,  que São Lucas terminou seu “Ato dos Apóstolos” como continuação de seu Evangelho. Nessa narrativa cheia de vida, ele se propunha a refutar os falsos relatos que se publicavam sobre a vida e os trabalhos apostólicos dos propagadores do cristianismo, bem como a deixar uma história autêntica das maravilhas que Deus operou na formação de sua Igreja. 

Segundo Santo Epifânio, após o martírio de São Paulo São Lucas pregou na Itália, na Gália, na Dalmácia e na Macedônia. Embora alguns afirmem que ele sofreu o martírio, a opinião mais aceita é a de que ele faleceu de morte natural aos 84 anos de idade, na Bitínia. Mas como enfrentou muitos perigos pela fé de Cristo, é considerado mártir por muitos.

Suas relíquias, que no século IV se achavam em Tebas da Beocia (Grécia), foram trasladadas para Constantinopla em 357, a pedido do Imperador Constâncio, filho de Constantino, sendo depositadas na igreja dos Santos Apóstolos com as de Santo André e São Timóteo. O Cardeal Barônio diz que São Gregório Magno levou para Roma a cabeça de São Lucas quando voltou de sua nunciatura em Constantinopla, e a depositou na igreja do mosteiro de Santo André, que ele tinha fundado, no Monte Célio. Atualmente o corpo desse Evangelista é venerado em Pavia, na Itália.

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O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira é uma associação de direito privado, pessoa jurídica de fins não econômicos, nos termos do novo Código Civil. O IPCO foi fundado em 8 de dezembro de 2006 por um grupo de discípulos do saudoso líder católico brasileiro, por iniciativa do Eng° Adolpho Lindenberg, seu primo-irmão e um de seus primeiros seguidores, o qual assumiu a presidência da entidade.

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