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Plinio Corrêa de Oliveira
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A aparência e a realidade


(Foto: Franklin Reyes/AP)
(Foto: Franklin Reyes/AP)

Após serem expulsos pela polícia da área particular que haviam invadido em Pinheirinho, São José dos Campos (SP) – fato que ocasionou veementes protestos de diversos políticos petistas e foi objeto de grande cobertura da mídia –, os invasores dizem que agora não têm para onde ir. – “E que lugar merecem esses invasores senão ‘debaixo da ponte’?” – frase que a esquerda adoraria, se pronunciada por alguém da direita. Mas prossigamos. Falando pouco depois à imprensa, um dos líderes do movimento declarou que se não fosse o apoio do PT, de religiosos ligados às Comunidades de Base e à Teologia da Libertação, era mesmo para perder toda a esperança.

Na realidade, os desesperançados da foto não são os invasores de Pinheirinho, tão afagados pela esquerda, mas alguns dos treze dissidentes que a polícia de Fidel e Raúl Castro enxotou neste último fim de semana de uma igreja de Havana. Eles fazem parte dos 11 milhões de cubanos que vivem de modo permanente “debaixo da ponte” da miséria a que os relegou o regime comunista e protestavam pacificamente para chamar a atenção da opinião pública mundial ante a iminente visita de Bento XVI à ilha-prisão.

O pedido à polícia foi feito pelo cardeal D. Jaime Ortega, Arcebispo de Havana, sendo os dissidentes conduzidos a uma delegacia, fichados e depois liberados. Em declarações ao “Washington Post”, o líder deles (em destaque na foto), Fred Calderón, declarou que a polícia os tratou com brutalidade, contrariamente ao que foi noticiado.

Seja como for, fica patente o seguinte: no Brasil, até alguns anos atrás, as igrejas do ABC eram gentilmente cedidas para as concentrações de Lula e dos metalúrgicos, que visavam à desestabilização da sociedade; em Cuba, como o regime já é a realização daquilo que Frei Betto e seus comparsas, bem como importantes setores do PT desejavam implantar no Brasil – ou seja, o comunismo –, aqueles que ousam manifestar-se contra ele nas igrejas são expulsos pelo cardeal. Conclusão: cá e lá, a mesma colaboração há.

Em tempo: A situação para as Damas de Branco – opositoras do regime cubano, do qual exigem respeito aos direitos humanos – não está propriamente idêntica às suas vestes. Setenta delas foram presas. As prisões iniciaram-se no sábado, dia 17 e seprolongaram no domingo, quando várias foram detidas pouco depois de saírem de uma igreja onde assistiram à missa. Elas pedem para serem recebidas por Bento XVI, “ainda que seja só por um minuto”, pois do contrário haverá o risco de o Sumo Pontífice encontrar-se apenas com os carcereiros do povo cubano.

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Hélio Dias Viana

Hélio Dias Viana

61 artigos

Colaborador do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, Tradutor e Editor do Blog 7 dias em revista

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