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2 min — há 9 anos — Atualizado em: 9/23/2020, 1:43:24 PM
Não posso me esquecer da noite em que eu estava no Rio de Janeiro, noite em que a neblina levantada do mar cercava a estátua do Cristo Redentor no Corcovado. Não posso me esquecer, tinha os olhos fixados nele.
Durante algum tempo era apenas um foco de luz, no qual eu não discernia nada; em determinado momento, batia o vento, fazia-se um pouco de claridade, eu percebia um dos braços e depois uma das mãos do Cristo Redentor, iluminado com aquela luminosidade especial que a pedra de que é revestido o monumento absorve a luz que sobre ele se projeta.
Pouco depois o vento batia novamente e era a face do Cristo Redentor que aparecia, em seguida era o seu peito onde pulsa o seu Sagrado Coração, mais adiante eram os seus pés divinos que todos gostaríamos de oscular. Eu prestava atenção e em nenhum momento — por mais densas que fossem as névoas — a luz deixava de encontrar um certo ponto de apoio no monumento. De maneira que, apenas sendo uma luz fixa sobre uma silhueta, ou sobre uma mão que protege, uma mão que abençoa, um coração que palpita de amor, ou uma face que contempla cheia de solicitude, em nenhum momento a neblina conseguiu apagar a figura do Redentor.
Está é a fé com que caminhamos para o futuro, quaisquer que sejam as circunstâncias. Poderá ser que provações muito difíceis toldem a nossos olhos as perspectivas da vitória; pode ser que circunstâncias imprevistas coloquem para nós problemas que hoje ainda não são os nossos. Mas, para além das névoas, para além de tudo aquilo que pode tapar a verdade, no horizonte visual do brasileiro há algo que nada tira: é a imagem do Cristo Redentor, a fé em Nosso Senhor Jesus Cristo. Está fé há de nos salvar!
O Brasil há de vencer, qualquer que seja a situação. E é rumo a esta vitória que todos caminhamos com o passo resoluto e a alma cheia de fé.
Excertos do discurso na Sala Bandeirantes do Hotel Hilton (capital paulista) proferido pelo Professor Plinio Corrêa de Oliveira em 17 de outubro de 1978. Sem revisão do autor.
Plinio Corrêa de Oliveira
557 artigosHomem de fé, de pensamento, de luta e de ação, Plinio Corrêa de Oliveira (1908-1995) foi o fundador da TFP brasileira. Nele se inspiraram diversas organizações em dezenas de países, nos cinco continentes, principalmente as Associações em Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP), que formam hoje a mais vasta rede de associações de inspiração católica dedicadas a combater o processo revolucionário que investe contra a Civilização Cristã. Ao longo de quase todo o século XX, Plinio Corrêa de Oliveira defendeu o Papado, a Igreja e o Ocidente Cristão contra os totalitarismos nazista e comunista, contra a influência deletéria do "american way of life", contra o processo de "autodemolição" da Igreja e tantas outras tentativas de destruição da Civilização Cristã. Considerado um dos maiores pensadores católicos da atualidade, foi descrito pelo renomado professor italiano Roberto de Mattei como o "Cruzado do Século XX".
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