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Plinio Corrêa de Oliveira
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Anchieta nas cabeceiras de nossa História, formação da nacionalidade: Constituinte de 1934


Sala das Sessões, 17 de março de 1934.- Plinio Corrêa de Oliveira – Alcântara Machado – Cincinato Braga – … – A. Moraes Andrade.

O Sr. Plinio Corrêa de Oliveira – Peço a palavra.

O Sr. Presidente – Tem a palavra, para encaminhar a votação o nobre Deputado.

O Sr. Plinio Corrêa de Oliveira (Para encaminhar a votação) lê o seguinte discurso:

– Sr. Presidente – Tendo eu  recebido, da bancada a que me honro de pertencer, a incumbência de, em breves palavras, para encaminhar a votação, salientar, perante esta Augusta Assembléia, a oportunidade e a inteira procedência de uma homenagem especial a Anchieta, assaltou-me a persuasão angustiante da inviabilidade da tarefa para que fora destacado.

Realmente, louvar virtudes às quais o povo brasileiro vota uma admiração que já hoje alcançou o seu apogeu;  engrandecer feitos que têm em si mesmos, e nos resultados que produziram, a maior das glorificações, de tal forma que se torna fraca a voz da maior eloqüência, diante de fatos que elevam seu louvor acima de qualquer elogio; não será isto temeridade, principalmente no seio de uma Assembléia em que tantos espíritos de escol já têm aplicado  seu talento em celebrar Anchieta em obras de um valor incontestável?

“Sileam an loquar, Sanctissima Mater”

E, involuntariamente, aflorou-me ao espírito a pergunta que o Apóstolo do Novo Mundo colocou na introdução do poema que escreveu na areia branca do litoral paulista: “Sileam an loquar, Sanctissima Mater”.

Ele soube encontrar acentos próprios, para louvar a mais elevada das criaturas, Aquela que, cantada pelos profetas já antes de seu nascimento, viu-se chamar Bem-aventurada por todas as gerações que lhe sucederam.

Deverei também eu procurar palavras novas para celebrar aquele que na grandeza de suas virtudes e na força de seu gênio, parece uma bênção viva dAQUELA a quem, com tanto amor, ele cantou?

Não, o louvor só é necessário quando o esquecimento começa a cobrir com seu musgo uma memória gloriosa, ou quando a calúnia cobre de lama uma reputação imaculada.

Nem o esquecimento nem a calúnia empanam o brilho da glória de Anchieta, que é hoje o sol que fulgura no zênite da História Brasileira.

Anchieta nas cabeceiras de nossa História, formação da nacionalidade

Seu vulto se ergue nas cabeceiras de nossa História, presidindo à formação da nacionalidade, com seu vigor de herói, e com sua virtude de santo.

As figuras congêneres, que vemos na nascente de um grande número de nações famosas, brilham em geral, num ardor agressivo de heróis selvagens e implacáveis, conquistando a celebridade ora em guerras justas, ora em inqualificáveis rapinas.

Sua existência é discutida, e suas grandezas são fantasias tecidas pelo orgulho nacionalista, que se dissipam inteiramente pelo estudo imparcial da História. E isto desde Rômulo até Guilherme Tell.

Anchieta, pelo contrário, entrou para a História em um carro de triunfo que não era puxado por prisioneiros e vencidos, e nem a dor figurou no seu cortejo, nem os hinos de guerra celebraram seu triunfo e nem as armaduras foram seu paramento.

O Sr. Arruda Falcão – O vulto insigne de Anchieta se renova cada vez maior em todas as etapas de nossa história.

O Sr. Plinio Corrêa de Oliveira – Serviu-lhe de traje a túnica branca de sua inocência imaculada.

Constitui-lhe o cortejo pacífico uma raça que arrancara da vida selvagem, e defendera contra o cativeiro, e uma Nação inteira, que ajudara a construir para a maior glória de Deus, abrandando o rancor dos homens e das feras, na realização da promessa evangélica: Bem-aventurados os mansos, que possuirão a terra.

Mas eu disse mal, Sr. Presidente, quando afirmei que a dor não figurara no seu cortejo triunfal: era ela o nimbo que o aureolava. Era a dor cristã do pelicano, que enche de amargura ao mártir e ao Santo, mas banha em suavidade quantos dele se acercam.

Ele passara sua vida a distribuir rosas… E os espinhos, guardara-os para si, nas labutas do apostolado.

Mansidão suave e energia inexorável: eixo da alma brasileira

Em Anchieta, “vas electionis”, brotara uma flor de virtude, e esta flor, ele a semeou por todo o Brasil: é a mansidão suave ligada à energia serena mas inexorável, que é o eixo de nossa alma.

Em seu livro sobre Anchieta, refere Celso Vieira, na Ilha das Canárias há um monte de cujo cume o excursionista pode contemplar, graças a um curioso fenômeno visual, sua figura, projetada em sete cores sobre o céu, numa visão magnífica de glória.

Anchieta é vulto culminante de nossa História. E o fenômeno visual que Celso Vieira descreve outra coisa não é, senão o símbolo grandioso do seu destino, e da Nação que haveria de fundar.

No momento presente, o Brasil atingiu, no seu roteiro histórico, uma culminância de onde se divisam ao mesmo tempo, sendas tortuosas que conduzem para vales sombrios e caminhos luminosos para novas escaladas.

Convém, pois, que, nesta hora de tremendas responsabilidades, retemperemos a fibra na contemplação reconhecida, do maior vulto de nosso passado, e que, desviando nossos olhares dos abismos que nos solicitam, olhemos para o alto num gesto de confiança em Deus, antevendo, projetada em sete cores sobre o céu do futuro, a nossa Pátria engrandecida pela plena realização de sua missão histórica providencial.

(Muito bem; muito bem. Palmas. O orador é cumprimentado).  https://www.pliniocorreadeoliveira.info/DIS_340317_Sao_Jose_de_Anchieta_Constituinte.htm

***

O que diria o Pe. José de Anchieta do lockdown dos Sacramentos? Ele que enfrentou todos os riscos de vida para assegurar a salvação eterna de nossa gente?

Nesse Brasil de 2020, que a esquerda e o falso Centrão pretendem asfixiar na quarentena ditatorial e socialista, recorramos ao Pe. Anchieta, cujo poder de milagres é inconteste. Que ele faça florescer o verdadeiro Brasil de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Ele, que lutou para firmar nossa nacionalidade, nos livre das garras do PCC, certamente piores do que as feras de nossas selvas no século XVI.

 

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Nuno Alvares

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