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Inocência e Barbárie

Em uma sociedade que mata a inocência, uma criança de 9 anos comete atrocidades contra animais no Paraná.

Por Jurandir Dias

3 minhá 1 mês — Atualizado em: 11/1/2024, 7:46:44 AM


Inocência e Barbárie

Inocência e barbárie

No dia 13 de setembro uma criança de nove anos de idade invadiu um hospital veterinário, maltratou e matou com requintes de crueldade 23 animais em Nova Fátima, no Norte do Paraná. Os animais foram arremessados contra a parede, tiveram as patas arrancadas e foram esquartejados. A criança, flagrada pelas câmeras de segurança do local, não demonstrou nenhum remorso ou arrependimento, segundo os veterinários.

É uma situação horrível, a gente que já há muitos anos cuida dos bichinhos com o maior prazer, com o maior amor, e de repente, no dia de uma festa seguinte de Dia das Crianças, chegar e se deparar com uma cena daquelas é uma sensação horrível de impotência, de tristeza”, disse o veterinário Lúcio Barreto, proprietário do hospital.

O fato é chocante. Ainda mais sendo o protagonista dessa barbárie uma criança de quem se espera uma atitude de carinho e afeto por essas espécies de animais que parecem os “bichinhos” de pelúcia que tanto se utiliza como brinquedos infantis. Neste sentido, pareceu-nos oportuno transcrever a seguir os comentários do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira sobre a inocência primeva:

* * *

Abaixo transcrição de parte do livro A Inocência Primeva e a Contemplação Sacral do Universo

A inocência na criança

"A posse da inocência importa em ter uma noção primeva (ou primeira) cristalina, da perfeição originária de todas as coisas. Naturalmente, é mais lúcida em uns, menos lúcida em outros, de acordo com a graça e com a natureza. Numa criança, é geralmente uma noção não consciente.

"É possível que, em todos, esta noção primeva tenha existido em alto grau. Em alguns, em grau altíssimo.

"A partir da inocência primeira, o senso psicológico é muito agudo, porém se embota com o tempo. Mas, por outro lado, há uma lucidez infantil que a maturidade pode levar depois à plenitude’.

"Existindo no homem uma ordem fundamental, é-lhe impossível admitir a desordem como condição normal e fundamental do universo, a não ser à maneira de um desastre colateral e limitado.

[Comentário do articulista] O que vemos na atitude da criança esquartejando e matando os bichinhos é tipicamente uma desordem, contrária, portanto, à inocência infantil.

"Em [uma] alma inocente] existem os primeiros elementos de um conhecimento racional, aliado aos primórdios de um amor cognoscitivo.

"Vem daí que a criança fica vermelha quando se diz que o que fez é feio. Para educá-la, dizer que fazer alguma coisa é «feio» é mais cogente do que dizer que é «errado». E isto é muito significativo.

[Comentário do articulista] Como compreender a atitude dessa criança despedaçando os animais por puro instinto de destruição?

"A inocência é, portanto, uma forma de aliança com Deus que todas as almas tiveram em sua primeira infância.

[Comentário do articulista] Dai, lhe advém as qualidades:

"Uma boa criança tem uma forma de abertura de alma por onde é muito pouco interesseira. É meiga, é afável; com facilidade dá o que tem. Uma criança boa faz, por exemplo, pequenos desenhos com que procura presentear os outros.

"Tem um senso de admiração muito grande em relação aos mais velhos. Procura vê-los sob os melhores aspectos e se encanta com esses aspectos.

"Tomemos uma criancinha de três ou quatro anos. Uma das coisas que melhor caracteriza a inocência — mas a inocência no que tem de mais profundo, mais elementar e mais, por assim dizer, virginal — é certa forma de calma pela qual a criança dessa idade (dos tempos em que não havia TV, evidentemente) tem ‘uma calma por onde nada a agita, e de maneira geral não se apega nervosamente a nada. De maneira que quando, por exemplo, os pais lhe negam algo que ela quer, ela pode insistir, pode chorar, mas há um matiz que o estado temperamental dela não toma: o da cólera. Nem cólera, nem agitação...’.

* * *

Essa é a inocência infantil para a qual os pais devem ter todo cuidado em preservar, estimular.

A inocência máxima só poderia ser a do Menino Jesus. Pensemos também na forma de inocência de Maria Santíssima.

Santa Terezinha do Menino Jesus, cujas reliquias nos visitam foi um modelo de inocência.

Que ela rogue por nossas crianças, ajude os pais a fim de casos como relatamos acima sejam exceções raras.

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Jurandir Dias

Jurandir Dias

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(jornalista MTb 81299/SP) colabora voluntariamente com o site do IPCO.

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