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Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

LOURDES — marco do ressurgimento contra-revolucionário

Por Revista Catolicismo

3 minhá 4 anos — Atualizado em: 2/15/2021, 7:46:34 AM


As maravilhas de Lourdes culminam na mensagem de Fátima. Estamos vivendo uma terrível hora de castigos, mas esta pode ser também uma admirável hora de misericórdia

  • Fonte: Revista Catolicismo, Nº 842, Fevereiro/2021

Em 1854, pela bula Ineffabilis, o grande Papa Pio IX definiu como dogma a Imaculada Conceição de Nossa Senhora. Quatro anos depois, de 11 de fevereiro a 16 de julho de 1858, a Virgem Santíssima apareceu 18 vezes em Lourdes a uma filha do povo, Bernadette Soubirous, declarando ser a Imaculada Conceição.

A partir dessa ocasião tiveram início os milagres. E essa grande maravilha de Lourdes, que ali começou, continua a brilhar aos olhos de todo o mundo até nossos dias. O milagre confirmando o dogma, eis em resumo a relação entre o acontecimento de 1854 e o de 1858.

É impossível pensar na Virgem Imaculada sem ao mesmo tempo lembrar a serpente, cuja cabeça Ela esmagou triunfal e definitivamente com o calcanhar. O espírito revolucionário é o próprio espírito do demônio, e seria impossível, para uma pessoa de fé, não reconhecer a parte que o demônio tem no aparecimento e na propagação dos erros da Revolução, desde a catástrofe religiosa do século XVI [Revolução Protestante] até a catástrofe política do século XVIII [Revolução Francesa] e tudo quanto a esta se seguiu.

A definição do dogma da Imaculada Conceição foi o primeiro dos grandes reveses sofridos pelo inimigo interno. Com efeito, nasceu daí uma imensa caudal de piedade mariana, que se vem avolumando cada vez mais. Para o poder das trevas, a mais horrível das humilhações era ver assim afirmado o triunfo de sua inflexível, invariável e máxima inimiga.

Para provar que tudo nos vem por Maria, quis a Providência que fosse marial o primeiro grande triunfo. Mas, para glorificar ainda melhor sua Mãe, Nosso Senhor fez mais. Em Lourdes, como estrondosa confirmação do dogma, fez o que nunca antes se vira: instalou no mundo o milagre, por assim dizer, em série e a título permanente. Até então o milagre aparecera na Igreja esporadicamente, mas em Lourdes as curas mais cientificamente comprovadas e de origem mais autenticamente sobrenatural se dão, a bem dizer, em jato contínuo, diante de um século confuso e desnorteado.

Poder-se-ia perguntar, entretanto: o que resultou daí para a luta da Igreja com seus adversários externos? Não se diria que o inimigo está mais forte do que nunca, e que nos aproximamos daquela era sonhada pelos iluministas há tantos séculos, do naturalismo científico cru e integral dominado pela técnica materialista? Da república universal ferozmente igualitária, de inspiração mais ou menos filantrópica e humanitária, de cujo ambiente sejam varridos todos os resquícios de uma religião sobrenatural? Não está aí o comunismo? Não está aí o perigoso deslizar da própria sociedade ocidental, pretensamente anticomunista, mas que no fundo também caminha para a realização deste ‘ideal’?

Movida de compaixão para com a humanidade pecadora, Nossa Senhora tem alcançado para nós os mais estupendos milagres. Esta piedade se terá extinguido? Têm fim as misericórdias de uma Mãe, da melhor das mães? Quem ousaria afirmá-lo? Se alguém duvidasse, Lourdes lhe serviria de admirável lição de confiança. Nossa Senhora há de nos socorrer.

Há de nos socorrer… Expressão em parte verdadeira, e em parte falsa, pois na realidade Ela já começou a nos socorrer.

Este artigo se detém em Fátima. Nossa Senhora delineou perfeitamente, em suas aparições, a alternativa: ou nos convertemos, ou um tremendo castigo virá. Mas, no fim, o Reinado do Imaculado Coração se estabelecerá no mundo. Em outros termos, de qualquer maneira, com mais ou com menos sofrimentos para os homens, o Coração de Maria triunfará.

De acordo com a Mensagem de Fátima, os dias do domínio da impiedade estão contados. A definição do dogma da Imaculada Conceição marcou o início de uma sucessão de fatos, a qual conduzirá ao Reinado de Maria.

(Trecho de artigo de Plinio Corrêa de Oliveira em Catolicismo, fevereiro/1958).

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