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Plinio Corrêa de Oliveira
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Para a Eco-Teologia esse Outeiro da Glória jamais existiria: viola os direitos da natureza


          Eco-Teologia, uma expressão cunhada pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira (no 5o. centenário da América, 1992), tornou-se extremamente atual em função das doutrinas e teorias em curso no Sínodo da Amazônia. Transcrevemos trechos de uma entrevista concedida no V Centenário do Descobrimento.

A Teologia da Libertação erra na apreciação doutrinária e histórica

       “Eu considero que a corrente inspirada pela Teologia da Libertação erra na apreciação histórica, a partir dos erros que ela comete na apreciação teológica. Ou seja, é a partir dos seus erros teológicos que ela cai em erros históricos.

        “A Teologia da Libertação tem, a respeito da natureza humana e do rumo que deve seguir a História, um modo de ver inteiramente diverso daquele que tem o verdadeiro católico. Para este, o homem deve progredir continuamente, mas este progresso consiste em sujeitar a terra ao serviço do homem. E, por sua vez, o homem deve sujeitar-se ao serviço de Deus, de maneira que Deus reine sobre toda a Criação. (Construindo a Igreja do Outeiro realizou o homem um plano de Deus)

                O homem é o rei da natureza

       “A doutrina católica considera o homem como rei da natureza, a qual existe para serviço do homem. Quando o homem se põe na posição devida face à natureza, ele tem a obrigação de usar dela segundo as necessidades e vantagens de seu próprio desenvolvimento: de suas aptidões intelectuais, de sua vontade e de sua sensibilidade. De maneira tal que chegue, por essa forma, à perfeição moral, que é a santidade, como alcance também a perfeição de todos os outros aspectos da natureza humana.

             Um procedimento virtuoso impede a destruição da natureza

         O Vaticano deveria promover a virtude e como consequência o homem procederia sem destruir a natureza. Pelo contrário, os neo missionários invertem os papéis e é a natureza que passa a ditar leis aos homens.

         Continua o Prof. Plinio: “Se o homem proceder virtuosamente, fá-lo-á com o equilíbrio adequado, que impedirá a destruição da natureza. Mais ainda, ele a aperfeiçoará para o seu próprio benefício. É o que se dá, por exemplo, no campo da botânica, quando, por meio de artifícios técnicos bem conhecidos, se produz o aparecimento de variedades vegetais que não existem senão porque o homem trabalhou a natureza, e não surgiriam jamais pelo jogo espontâneo desta.

           A obra dos descobridores e colonizadores é boa em si mesma

             Nesta perspectiva se compreende que a obra dos descobridores e dos colonizadores da América seja considerada pelos partidários da doutrina católica, e pela imensa caudal dos historiadores, como uma obra muito boa.

          Por quê? Porque o europeu chegou aqui e firmou o seu poderio sobre a natureza, fazendo progredir todo o gênero humano com os frutos da América. Ele deu, assim, uma colaboração grandiosa para o desenvolvimento da Humanidade e, portanto, para a reta marcha da História em direção às finalidades que Deus estipulou ao homem.

        “Para os adeptos da Teologia da Libertação ou da ecologia, pelo contrário, a obra dos descobridores e colonizadores foi funesta.

              A Eco-Teologia coloca o homem à serviço da natureza

           “Segundo a doutrina da Teologia da Libertação, muito vizinha, nesse ponto, da ecologia, o homem é quem deve estar a serviço da natureza; é esta, nos seus reinos inferiores — animal, vegetal e mineral — , que deve ser sub servida e mantida em ordem pelo homem. De maneira tal que, em vez de essa natureza ser vergada e domesticada pelo e para o homem, é o homem que deve viver para conservar incólume a natureza. (apliquemos aos ideólogos do Sínodo da Amazônia)

            “A natureza — sempre segundo essa corrente teológica — deveria desenvolver-se na sua espontaneidade. Pois esta seria uma espontaneidade reta, quase se diria uma espontaneidade paradisíaca, da qual haveria de resultar que tudo na ordem natural corresse bem. Como única responsabilidade, o homem deveria exercer uma certa vigilância, de modo a impedir que, em certos pontos, se pronunciasse algum desequilíbrio, alguma desordem. Ele seria o guardião da natureza, tocando-a o mínimo, e vivendo modestamente, na maior medida possível, do que a natureza lhe proporcionasse. E isto num estado verdadeiramente primitivo, selvagem. Ora, isso é completamente falso!

      “Segundo essa concepção eco-teológica, chega-se à conclusão de que o estado selvagem é o estado ideal para o homem. Enquanto, segundo a doutrina católica, o estado perfeito para ele é o de ser civilizado.

              Corrigir erros da civilização atual e manter sua linha geral

        “É inegável que, em nossa civilização atual, os defeitos são múltiplos, e precisam ser corrigidos. Entretanto, enquanto civilização, ela deve ser conservada em muitas de suas linhas gerais, e também em vários de seus pormenores.

          “Contudo, para a Teologia da Libertação, trata-se de caminhar rumo ao estado selvagem. Em tal concepção, é claro que os índios, por terem sido civilizados, foram prejudicados.

         “A partir daí — concluem os eco-teólogos — é claro que a América não deveria ter sido descoberta, que ela nada lucrou em ter sido descoberta por europeus, e que estes erraram querendo adaptar àquela civilização as maravilhas do Novo Mundo. O que é uma aberração”.

https://www.pliniocorreadeoliveira.info/ENT_199211_descobrimentoecolonizacaoamerica.htm#.Xaec1ehKguU

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Nuno Alvares

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