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Um milagre de São Charbel Mackhlouf em nossos dias

Por Plinio Maria Solimeo

6 minhá 7 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 8:46:45 PM


São Charbel Makhlouf (1828-1898) foi um dos maiores taumaturgos do século XX. Monge do rito maronita, já era tido como santo em vida, tendo operado muitos milagres. Sua festividade é celebrada pela Igreja Católica no dia 24 de julho.

Em 1952, quando foi feita a terceira exumação dos seus restos mortais, segundo testemunha ocular, “o corpo foi retirado do caixão e sent ado numa cadeiraOs braços e as pernas dobrados, curvados. A cabeça inclinada, balançava dum lado para outro. As vestes sacerdotais e as roupas interiores estavam encharcadas de sangue[i]. O que levou o papa Pio XII, ao iniciar seu processo de beatificação, a afirmar: “o Pe. Charbel já gozava, em vida, sem o querer, da honra de o chamarem santo, pois a sua existência era verdadeiramente santificada por sacrifícios, jejuns e abstinências. Foi vida digna de ser chamada cristã e, portanto, santa. Agora, após a sua morte, ocorre este extraordinário sinal deixado por Deus: seu corpo transpira sangue há 79 anos, sempre que se lhe toca, e todos os que, doentes, tocam com um pedaço de pano suas vestes constantemente úmidas de sangue, alcançam alívio em suas doenças e não poucos até se vêem curados ”[ii].

O número de milagres nessa ocasião foi tão grande, que Anaya, onde está seu mosteiro, foi chamada de “A Lourdes libanesa”. Somente entre 22 de abril de 1950 e 25 de junho de 1955, foram registradas nos anais do Convento São Maron, 237 curas, muitas constatadas e confirmadas por médicos[iii].

Infelizmente a devoção a este santo taumaturgo não é popular no Brasil, a não ser entre os fiéis do rito maronita. O mesmo ocorre em outros países do Ocidente, como nos Estados Unidos. No entanto, este país foi o escolhido por São Charbel, nos nossos dias, para um de seus estupendos milagres que surpreendem o mundo.

Praticamente cega aos 13 anos

Dafne Gutierrez, moradora em Phoenix, no Arizona, estava completamente cega[iv].

Quando tinha 13 anos de idade em 1999, teve uma moléstia no crânio, e a pressão no seu cérebro aumentou tanto, que afetou severamente o nervo ótico. O que resultou numa quase cegueira.

Apesar da deficiência, ela casou-se e teve três filhos. Entretanto, em 2014 ela perdeu praticamente toda a visão, e em 2015 começou a sentir dores de cabeça, desmaios, ruído nos ouvidos, vômitos e tonturas. Os médicos declararam que sua cegueira era “permanente, e irreversível medicamente”. Finalmente, em janeiro de 2016, Dafne deveria ser admitida em uma casa de saúde, por ser incapaz de cuidar de si mesma e dos filhos.

Recorre a São Charbel

Ocorreu então que, nesse mesmo mês de janeiro, Dafne ouviu em um programa de rádio em espanhol que uma relíquia de São Charbel, por ocasião do 50º. aniversário de sua beatificação, estava peregrinando pelos Estados Unidos, e estaria, naqueles dias, na igreja católica maronita de São José, em sua cidade.

Ora, Dafne nunca havia ouvido falar de tal Santo, e não conhecia essa igreja. Providencialmente, no mesmo dia, uma sua cunhada que havia visto o anúncio acima, sugeriu-lhe que fosse com o marido venerar a relíquia, pedindo sua cura. Dafne decidiu ir.

No caminha para a igreja, ela rezava: “Por favor meu Deus, curai-me, se não por mim, pelos meus filhos”.

Chegando à igreja maronita, ela pediu a São Charbel: “Eu não sei quem sois vós, mas por favor, ajudai-me”. Depois da missa Dafne pôde, com os fiéis presentes, oscular a relíquia do Santo.

Ajudada pela cunhada, Dafne foi então para o confessionário, e lá, durante a confissão, revelou ao vigário, Pe. Wissam Akiki, sua cegueira. O sacerdote então deu-lhe uma bênção com óleo santo tocado na relíquia de primeira classe de São Charbel, rezando especialmente por sua cura. O sacerdote afirmou depois: “Coloquei minha mão em sua cabeça, depois nos dois olhos, e pedi a Deus que a curasse pela intercessão de São Charbel”.

O curioso é que Dafne afirma que “senti fortemente que alguém estava de pé, no meu lado direito”. Perguntou depois à sua cunhada, que afirmou que não havia ninguém a seu lado, a não ser o Pe. Akiki. Até hoje Dafne reafirma que havia alguém a seu lado. Seria o Santo milagroso?

“A partir desse momento, afirma Dafne, comecei a me sentir diferente. Não posso explicar, mas sentia meu corpo diferente”.

No dia seguinte, domingo, foi novamente à igreja de São José para venerar a relíquia de São Charbel.

Na noite desse dia, às 4 horas da madrugada, Dafne acordou com a sensação de que seus olhos estavam queimando. Acordou o marido. Este lhe perguntou como isso era possível, uma vez que ela não tinha mais sensibilidade nos olhos. Encostou sua mão neles, e percebeu que realmente estavam quentes. “Eles estão vibrando e movendo-se”, exclamou ele. No mesmo momento, sentiu um cheiro como de carne queimada.

Dafne percebeu então que começava a ver seu marido, embora ainda como uma sombra. Exultante exclamou: “Eu posso vê-lo! Eu posso vê-lo com meus dois olhos”. E caiu em prantos. Os filhos acordaram, e começaram a gritar: “A mamãe pode ver! Deus curou a mamãe!”.

Ou seja, em 48 horas desde que ela visitou a venerável relíquia pela primeira vez, Dafne recuperou totalmente sua visão.

O que dizem os médicos

Essa cura, espetacular e repentina, foi confirmada nesse dia por um oftalmologista e por vários médicos.

A Dra. Anne Borik [foto], que cuidou de Dafne, declarou: “Medicamente falando, o que é interessante — e o que atraiu meu interesse nesse caso — é que não se vê restauração da visão em 48 horas depois de um longo problema do nervo ótico como Dafne tinha. Meu trabalho como médica, é tentar encontrar como isso ocorreu medicamente. Nós discutimos esse caso com um neuro-oftalmologista e também com um consultante de fora, que reviu todo o caso, e basicamente não há explicação [médica] de como a visão de Dafne Gutierrez, inteiramente cega um dia, 48 horas depois foi restaurada ao normal. […] Nós, como comunidade médica, revendo o caso, não podemos explicá-lo medicamente”.

Exatamente um mês depois que Dafne recuperou a vista, foi celebrada uma missa especial de ação de graças na igreja maronita de São José, celebrada pelo bispo maronita Abdallah Elias Zaidan, de Los Angeles, na Califórnia.

Nessa ocasião, Dafne falou à multidão ali reunida, explicando sua cura por São Charbel Makhlouf: “Todos os médicos têm dito: ‘Não há explicação’. […] Mas Deus me curou!”



[i] Pe. José Leite, S.J., Santos de cadaDia, Editorial A.O., Braga, 1987, tomo III, pp. 480-481.Id., p. 481.

[ii] Id.ib.

[iii] Cfr. Mansour Challita, Charbel, Milagres no século XX, ACIGI, São Paulo, p. 53.

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Plinio Maria Solimeo

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Giselle Mendes

2 de maio de 202302/05/2023 às 03:47

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