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Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

Convite à reflexão: o Evangelho só tem palavras suaves?


Prosseguimos a transcrição do capítulo A CONFIRMAÇÃO PELO NOVO TESTAMENTO do livro escrito pelo Prof. Plinio (1943) Em Defesa da Ação Católica. Lembramos, essa obra foi prefaciada pele então núncio apostólico no Brasil, D. Aloisi Masella. Os Santos Evangelhos recomendam misericórdia e justiça.

O apóstolo São Paulo

***

“Porque há ainda muitos desobedientes, vãos faladores e sedutores, principalmente entre os da circuncisão, aos quais é necessário fechar a boca a eles que transtornam casas inteiras, ensinando o que não convém, por amor dum vil interesse. Um deles, seu próprio profeta, disse: Os Cretenses são sempre mentirosos, más bestas, ventres preguiçosos. Este testemunho é verdadeiro. Portanto, repreende-os asperamente, para que sejam sãos na fé, não dêem ouvidos a fábulas judaicas nem a mandamentos de homens que se afastam da verdade” (Tit. 1, 10-14).

Ouçamos esta crítica apostolicamente acerba:

“Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis e rebeldes, e incapazes de toda a obra boa” (Tit. 1, 16).

Parece excessiva? Entretanto constitui um dever de apostolado a repreensão:

“Ensina estas coisas, e exorta, e repreende com toda a autoridade. Ninguém te despreze” (Tit. 2, 11-15). E porque teremos receio de exortar com tanto vigor quanto o fazia o Apóstolo?

Vimos o que de Creta disse o Apóstolo. Para converter os gregos e judeus, julgou úteis essas palavras:

“Porque já demonstramos que Judeus e Gregos estão todos no pecado, como está escrito: Não há nenhum justo; não há quem tenha inteligência, não há quem busque a Deus. Todos se extraviaram, todos a um se tornaram inúteis, não há quem faça o bem, não há sequer um. A garganta deles é um sepulcro aberto, com as suas línguas tecem enganos. Um veneno de áspides se encobre debaixo dos seus lábios; a sua boca está cheia de maldição e de amargura; e os seus pés são velozes para derramar sangue; a dor e a infelicidade estão nos seus caminhos; e não conheceram o caminho da paz; não há temor de Deus diante dos seus olhos. Ora, nós sabemos que tudo aquilo que a lei diz, o diz àqueles que estão sob a lei, para que toda a boca seja fechada e todo o mundo seja digno de condenação diante de Deus” (Rom. 3, 9-19).

Contra a impureza, disse S. Paulo: “Os alimentos são para o ventre, e o ventre para os alimentos; mas Deus destruirá tanto aquele, como estes; porém o corpo não é para a fornicação, mas para o Senhor, e o Senhor para o corpo. E Deus, que ressuscitou o Senhor, também nos ressuscitará a nós com o seu poder. Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei eu pois os membros de Cristo, e fá-los-ei membros duma prostituta? De modo nenhum” (1 Cor. 6, 12-15).

Nosso Senhor começou sua vida pública, não com palavras festivas, mas pregando a penitência:

“Desde então começou Jesus a pregar e a dizer: “Fazei penitência, porque está próximo o reino dos céus” (S. Mateus, IV, 17).

E suas palavras eram por vezes terríveis contra os impenitentes:

Então começou a exprobrar às cidades em que tinham sido operados muitos dos seus milagres, o não terem feito penitência. Ai de ti Corozain! Ai de ti, Betsaida! porque, se em Tiro e em Sidônia tivessem sido feitos os milagres que se realizaram em vós, há muito tempo que elas teriam feito penitência em cilício e em cinza. Por isso vos digo que haverá menos rigor para Tiro e Sidônia no dia do juízo, que para vós. E tu, Cafarnaum, elevar-te-ás porventura até ao céu? Hás de ser abatida até ao inferno, porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os milagres que se fizeram em ti, talvez existisse ainda hoje. Por isso vos digo que no dia do juízo haverá menos rigor para a terra de Sodoma, que para ti. Então Jesus, falando novamente, disse: Graças te dou, ó pai, Senhor do Céu e da terra, porque escondestes estas coisas aos sábios e aos prudentes, e as revelastes aos pequeninos” (S. Mateus, XI, 20 a 25).

***

Imitemos o Divino Mestre, há misericórdia e há justiça; elas se complementam magnificamente na alma de um santo. A caricatura do católico seria exatamente excluir uma em benefício da outra.

Fonte: https://www.pliniocorreadeoliveira.info/ED_0501confirmacaonovotestamento.htm

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Machado Costa

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