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4 min — há 6 anos
Com escavadeiras, braços mecânicos e martelos pneumáticos, agentes socialistas de Anyang (em Henan, província berço da civilização chinesa) demoliram uma Via Sacra erigida na trilha que leva até o mais antigo local de romaria na China: o santuário de Nossa Senhora do Carmo em Tianjiajing, noticiou a agência AsiaNews.
As 14 estações da Via Sacra gravadas em ardósia, representando os vários passos da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo com desenhos e gravados em estilo chinês com meditações que estimulam a devoção.
Há anos que o governo ameaçava essa destruição além do Santuário da Virgem do Carmo que coroa a montanha dominando um cenário panorâmico.
A construção da piedosa Via Sacra foi iniciativa do missionário do Pontifício Instituto para as Missões no Exterior, Mons. Stefano Scarella, vigário apostólico em Henan setentrional, para agradecer a liberação do extermínio dos católicos ameaçados por fanáticos pagãos Boxers em 1900.
A Via Sacra foi concretizada entre os anos 1903-1905. O Santuário foi danificado na Segunda Guerra Mundial e durante a Revolução Cultural marxista ordenada por Mao Tsé Tung. Em todas às vezes, foi reconstruído.
Todo ano se fazia uma peregrinação nacional reunindo por volta de 40-50 mil pessoas.
Em 1987, o governo enviou tropas e veículos armados para sitiar a área do santuário e bloquear o acesso a 50.000 peregrinos. Esses sortearam as barragens militares marchando pelos campos, contou “UCANews”.
Porém, o governo marxista de Henan, em maio de 2007 proibiu as peregrinações nacionais; o governo da cidade também revogou a licença do santuário e da romaria qualificando-os de “atividades religiosas ilegais”.
No Henan está em andamento uma forte perseguição contra todos os cristãos. Essa inclui destruição de túmulos e igrejas, proibição dos menores comparecer às missas e prisão de sacerdotes.
As perseguições atuais já se inserem no “Plano quinquenal de desenvolvimento para achinesar Igreja católica” aprovado por aclamação – inclusive dos bispos cismáticos ‘católicos’, não reconhecidos pela Santa Sé – no Quarto Encontro Comum dos Organismos Nacionais, noticiou “Infocatólica”.
Yu Bo, vice-diretor da Administração Estatal de Assuntos Religiosos, explicou que o Plano estava “orientado a implementar mais profundamente o espírito do Nono Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês (PCC) de outubro de 2017 e o espírito da Conferência Nacional sobre atividades religiosas de abril de 2016”.
“Achinesar” a Igreja Católica inclui segundo o presidente Xi Jinping:
1. a eliminação das “influências estrangeiras” (com destruição da obra dos missionários);
2. prescindir do mandato da Santa Sé para as sagrações episcopais (banindo o poder do Papa);
3. assumir o Partido Comunista como “guia” das religiões (exercendo o papel de uma espécie de CNBB ateia).
Xi Jinping deixou claro seu objetivo, mas o Plano Quinquenal não foi revelado, ficando a Igreja submetida ao arbítrio em nome de um texto ignoto.
Circulam rumores de que o Partido Comunista quereria “reescrever a Bíblia”, aliás como foi feito pela Teologia da Libertação na América Latina.
Os vexames acontecem enquanto na China e fora dela voltam a circular anúncios de uma próxima componenda entre Pequim e o Vaticano. Rumores semelhantes até agora não se verificaram, ao menos de público.
Os católicos chineses não acreditam em resultados bons desse anunciado acordo.
Em abril (2018) devassas policiais assaltaram igrejas e locais de oração em oito das 10 dioceses da província de Henan: Anyang, Luoyang, Xinxiang, Puyang, Zhengzhou, Shangqiu, Kaifeng e Zhumadian.
Uma igreja católica e o túmulo de um bispo foram demolidos; sacerdotes resistentes foram expulsos de suas paróquias, os objetos de piedade foram confiscados, e policiais foram instalados nas igrejas aos domingos para impedir que crianças e jovens pudessem ingressar.
A província de Henan, que é o berço da China, acolhe a segunda maior população cristã do país, após a província de Zhejiang.
Em 2009, foram recenseados por volta de 2,4 milhões de cristãos, incluindo 300.000 católicos. Pelo fim de 2011, havia pelos menos 2.525 igrejas cristãs e 4.002 postos cristãos.
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