Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
4 min — há 6 anos
“Foi a experiência mais tenebrosa, desesperadora e solitária da minha vida. Eu me sentia no fundo de um abismo. Tudo ao meu redor era silêncio: silêncio dos amigos, da família e, aparentemente, até de Deus. Vivia completamente sem esperança de que alguém me estenderia a mão para me resgatar.”
Assim se inicia o artigo intitulado “Aprisionados pela pornografia”, publicado no jornal “Correio Braziliense” (18-3-18), de autoria de Gabriela Vinhal e Hellen Leite. As palavras são de “Sônia” (nome fictício), uma viciada em sites de pornografia.
A matéria em nenhum momento aborda o aspecto religioso e moral, sem dúvida o mais importante, mas abunda em referências cientificas, opiniões de estudiosos e psicólogos. Esse lapso mostra o quanto ela é “insuspeita”, pois alguém poderia dizer: “Aí vai mais uma opinião religiosa sobre pornografia”…
Segundo Fábio Augusto Caló, especializado em terapia sexual no Instituto de Psicologia Aplicada (Inpa), “esta trajetória se assemelha à de pessoas que se tornam dependentes de substâncias químicas. Uma atividade inicialmente prazerosa passa a ser buscada cada vez mais, até um ponto em que prejudica a escola ou o trabalho e afeta os relacionamentos pessoais”.
Especialistas dizem o caminho tomado por Sônia não é raro e pode levar a quadros de desespero quando a pessoa acha que perdeu o controle sobre a própria vontade. “Não é incomum que o dependente enfrente sérios riscos de suicídio e também se coloque em situações que podem afetar sua saúde física”.
O tema está diretamente ligado à era digital. Impressiona a afirmação de Caló: “Com a internet, a pessoa abre 15 vídeos de uma vez. Ela pode adiantar cenas, ver diferentes tipos de sexo. A quantidade de estímulos a que fica exposta em uma hora é muito maior do que a de um indivíduo, há 40 anos, teria ao longo da vida inteira.”
Dados da revista americana “The Week” indicam que 12% dos sites — cerca de 76 milhões de endereços — são dedicados a “conteúdo explícito”. Um só site pornográfico recebeu por dia, em 2017, a visita de 81 milhões de pessoas (sic!) de todo o mundo. O Brasil é o 10º lugar no ranking dos países que mais buscam esse mesmo portal.
A facilidade de acessar conteúdos assim na internet é tal, que até crianças estão sujeitas ao consumo dessas imagens e vídeos.
Assim como acontece com todos os outros vícios, quanto mais se afunda no consumo da pornografia, menos satisfação se recebe e mais difícil se torna abandoná-lo. O que parecia um mundo de felicidades, um “paraíso”, torna-se um inferno.
Nossa conclusão não é a mesma do “Correio Braziliense”, cujo artigo aconselha a busca de ajudas meramente científicas e naturalistas.
Todo este assunto é novidade para quem não tem formação religiosa verdadeira, mas não surpreende os que acompanham o desvario dos acontecimentos anunciados por Nossa Senhora em Fátima.
Por sua vez, aqueles a quem incumbiria condenar, invectivar e repreender, se calam, omitem-se, para dizer pouco.
Uma pergunta que inevitavelmente vem ao espírito é: até onde nos conduzirá essa marcha de depravação em depravação? Segundo os autores de vida espiritual, se o homem não colocar um basta nas suas tendências más, não há limites aonde ele não possa chegar. Já se divisam no horizonte aberrações que me poupo de citar aqui por respeito aos leitores.
O alerta em relação aos vícios, especialmente aos de impureza, vem sendo abordado há dois mil anos. Aliás, até muito antes. O Antigo Testamento está repleto de elogios à virtude da castidade. Nosso Senhor Jesus Cristo e os Apóstolos a louvaram magnificamente; os primeiros Padres da Igreja, os Santos, os Doutores, exaltaram-na de maneira toda especial.
Nada disto é novidade para um bom católico. Antes de tudo, a Doutrina da Igreja nos ensina que sem a graça de Deus — que nunca falta a quem pede — jamais conseguiríamos praticar a virtude da pureza, que nos faz semelhantes aos Anjos do Céu.
Enquanto este mundo não se converter à totalidade da moral ensinada pela única Igreja verdadeira do único Deus verdadeiro, não há abismo em que não se precipite.
Peçamos Àquela que foi conceb0ida sem pecado, a Imaculada Mãe de Deus, que nos ajude a preservar essa santa virtude, ou a recuperá-la, para que se realizem assim em nós as palavras do Divino Mestre “Bem aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus”(Mt 5,8).
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