Portal do IPCO
Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação
Logo do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
Instituto

Plinio Corrêa de Oliveira

Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

Profeta Elias, amor e cólera (Áudio e texto)

Por Plinio Corrêa de Oliveira

9 minhá 2 anos — Atualizado em: 7/20/2022, 10:34:35 PM


Comentários do Prof. Plinio sobre Santo Elias para um auditório cooperadores da TFP com a presença de brasileiros, hispano americanos e norte americanos.

Acesse Áudio aqui https://www.pliniocorreadeoliveira.info/Mult_911007_Elias.htm

“Elias foi mandado à Terra para representar o furor de Nosso Senhor.

(…)

https://www.pliniocorreadeoliveira.info/Mult_911007_Elias.htm

Bem, o profeta Isaías disse “que o pai que poupa a vara a seu filho, odeia seu filho.”

* O homem é feito de tal maneira que lhe faz bem, de vez em quando, contemplar o furor, mas sentir habitualmente o amor

A ideia corrente é que o pai que poupa a vara a seu filho, ama seu filho. Mas como o profeta Isaías é inspirado pelo Espírito Santo, ele não pode estar errado. Logo, a verdade é que o pai que poupa a vara a seu filho, odeia o seu filho. E também há um outro trecho da escritura que diz: “que a bênção de um pai constrói uma casa, mas a maldição da mãe arrasa a casa até o fundamento.”

Quer dizer, até a mãe, pode ter momentos de furor em que ela arrasa a casa do filho por uma maldição. Mas, essas manifestações de furor tão carregadas do poder de Deus, são, entretanto, incisivas, fortes, mas raras, porque o homem é feito de tal maneira que lhe faz bem de vez em quando contemplar o furor, mas sentir habitualmente o amor. E por causa disso também, os profetas mais falaram do amor do que do furor, mas Deus suscitou – aquele que foi provavelmente o maior dos profetas – Elias, para representar o furor.

* O equilíbrio entre o furor e o amor, sabiamente dosado, faz com que o homem se aproxime perfeitamente de Deus

Quer dizer, as manifestações do furor é preferível que sejam raras mas quando se manifestam, manifestarem de um modo terrível e memorável. De maneira tal que, depois entra o amor e apaga o primeiro efeito do furor, mas fica no fundo dos espíritos a ideia: o furor dele é terrível. E esse equilíbrio entre o furor e o amor, sabiamente dosado, faz com que o homem se aproxime perfeitamente de Deus. Quando ele está fervoroso é o amor sobretudo que o leva, quando ele está baixo, Deus que o ama e que o quer aproximar de Si, faz ouvir um pouco do estalo do raio.

Elias profeta foi o estalo do raio no ar para todos os tempos em toda a História. Ele deu manifestações ardentes de amor de Deus, mas ele também deu manifestações terríveis e mais numerosas e mais memoráveis e dignas de serem lembradas, do furor de Deus.

* Elias, o profeta da cólera, orando a Deus no Monte Carmelo

Amor de Deus. Elias, no alto do Monte Carmelo, pedindo para que Deus atenda o pedido do rei feito por intermédio dele, e faça chover sobre a terra da Judéia, que estava maldita por causa dos pecados do rei.

Acab tinha se deixado levar Jezabel, rainha péssima, e Jezabel tinha-o levado à idolatria. Ela era de família de idólatras e o levou para a idolatria.

A idolatria se praticava às ocultas, até no Templo de Jerusalém. Deus estava indignado com o povo e apesar disto, Elias recebeu um pedido do rei para pedir para fazer chover sobre a terra. Ele foi para o alto do Monte Carmelo, e era por assim dizer o único justo na Terra, e lá do alto pediu para vir a chuva. Agora vejam como ele amava a Deus.

Ele fez isto aí por puro amor de Deus porque ele teve pena do povo por amor de Deus.

Ele rezou muito tempo e apareceu uma nuvenzinha pequena no céu, que até então tinha estado inteiramente azul. E ele deduziu daí – vejam a confiança que ele tinha em Deus – que ia chover como nunca. Uma nuvenzinha pequena! Num céu desesperadamente seco, e se se pode dizer assim, terrivelmente azul.

Ele viu e mandou um aviso ao rei, para o rei tomar todas as providências necessárias na cidade porque ia cair uma chuva torrencial, tremenda, que era a alegria do rei, o rei tinha pedido isso. E então, o rei mandou fechar as janelas, etc., etc.

Daí a pouco começou a cair uma chuva uma chuva, uma chuva e o povo que tinha ficado na seca, foi completamente inundado.

Inundado do quê? Dos efeitos da misericórdia divina. Inundado, portanto, de bondade e de água. De água que significava fertilidade, para terra fecundidade, significava largueza, fartura, bem-estar, tudo isso significava a água. Era o poder de Elias enquanto suplicando a Deus. Mas há uma coisa muito melhor do que isso. É que essa nuvenzinha, os intérpretes da Escritura consideram como sendo uma visão profética de Nossa Senhora.

Nossa Senhora foi naquela aridez, no Antigo Testamento em que o mundo quase todo era pagão, idólatra, cheio de crimes, etc., Nossa Senhora foi uma nuvenzinha que apareceu pequena, mas d’Ela cairia uma chuva de graças, que era salvador, inundaria a Terra. Então, Elias foi o primeiro portador da notícia de um papel de Nossa Senhora, o papel histórico de Nossa Senhora representar fazendo chover aquele que era a graça, a abundância das graças.

Na noite de Natal canta-se: Rorate caeli desuper et nubes plurent justum – o céu lá do alto, fazei cair o orvalho e as nuvens façam chover o justo. O justo é Nosso Senhor Jesus Cristo, por excelência Ele, o justo.

* Elias com os sacerdotes de Baal: a cólera pode ser dulcíssima, quando ela é vista como amor; pode ser terrível quando ela é vista como o sarcasmo

Mas depois, há a cena, que os Srs. conhecem perfeitamente, da decapitação dos 400 sacerdotes de Baal. Primeiro fizeram um desafio: quem é que atrairia mais as graças de Deus, o fogo do céu, etc., etc.

Os sacerdotes fizeram uma história lá, imolaram umas vítimas, esperando que descesse o fogo do céu e queimasse as vítimas. E não caia nada, não acontecia nada e Elias dava risada, fazia provocações: “Como é?” Sarcasmos difíceis de suportar, porque ele era a cólera. E a cólera tanto pode ser dulcíssima, quando ela é vista como amor; quanto ela pode ser terrível quando ela é vista como o sarcasmo.

Para resumir as coisas, eles não conseguiram nada, então Elias mandou – num altar que ele tinha mandado construir – molhar todo o altar. Depois ainda mandou fazer um valo de água em volta do altar, para estar irremediavelmente molhado; não poder pegar fogo em nada. Quando não pôde pegar fogo em nada ele pôs a vítima dele lá em cima – não me lembro que animal era – e pediu que chovesse o fogo do céu.

O fogo do céu veio e queimou completamente, e então, ele quis que os sacerdotes de Baal se convertessem – diante de um milagre assim… a boa fé consistiria em que convertessem – eles não quiseram. Ele mandou matar quatrocentos. É extraordinária a conduta de Elias!

* Elias foge de Jesabel e em Sarepta opera a primeira ressurreição

Pois bem, logo depois vem um recado: “fuja porque a rainha está te mandando matar, e fuja logo, fuja correndo porque senão ela te pega”.

Bem, ele fugiu durante vários dias e não tinha o que comer. Aparecia um pássaro trazendo no bico um pão todos os dias para ele comer, até ele chegar à cidade de Sarepta.

Lá ele encontrou – não conhecia ninguém, estava exausto e precisava descansar em casa de alguém, precisava comer – e Deus disse a ele: “Tu encontrarás na cidade uma mulher com uma criança, e ela estará fazendo uma comida para a criança, pegue a comida para ti.”

Ele não conhecia a mulher, era uma viúva. Ele foi falar com a viúva e a viúva disse:

– Eu não posso dar, porque isso que eu estou fazendo é para o meu filho, mas nós dois somos tão pobres, que depois disso eu vou pedir a morte para meu filho e para mim porque nós não podemos mais viver.

Elias disse:

– Não dê para seu filho; dê para mim.

Uma coisa incrível! A mulher deu. Elias comeu – não sei como é que se arranjaram, porque o menino não morreu de fome – e Elias pediu para ficar hospedado na casa da mulher. É um abuso! Se não fosse por ordem de Deus, seria um abuso inqualificável.

Hospedou-se lá e, numa bela manhã Elias acorda e a mulher vem queixosa falar com ele: “Meu filho morreu!”

Quer dizer, “tu ó homem, trouxeste para minha casa a desgraça, tu trouxeste a pobreza, tu não trouxeste comida, o que havia aqui para nós comermos, tu comeste, e agora meu filho morre.”

Elias volta-se para Deus e diz: “meu Deus, como poderá ser isto? Eu então faço isso em Teu nome e tenho este resultado?”

Não se sabe o que é que Deus disse a Elias, mas depois de ter dito isto, Elias deitou-se sobre o cadáver do menino e começou um processo de insuflação – respirar dentro da boca do menino – e aos poucos o menino foi vivendo e daí a pouco ele entregou para a mãe: “Aqui está seu filho”.

Notem que a julgar por essa narração da Bíblia, é a primeira ressureição que houve na História.

* Elias é o próprio modelo do católico chamado para a “Bagarre”

Os Srs. estão vendo, é um homem da cólera, é um homem do amor, é um homem que mostra mais a cólera do que o amor, mas é um homem que faz prodígios.

É o próprio modelo do católico chamado para a “Bagarre” [“Bagarre” é uma palavra francesa que indica uma situação de confusão, devida a uma disputa ou a uma rixa. Plinio Corrêa de Oliveira a utiliza como metáfora para descrever o castigo que espera a humanidade se esta não se converter, conforme advertiu Nossa Senhora em Fátima.]

. Ele não duvida, se for preciso, ele pede ao céu que ressuscite um morto, e o céu pela primeira vez na História ressuscita um morto, porque aquele filho bem amado, o profeta da cólera – amado pelo amor por excelência que é Deus – pediu para Ele.

Nós devemos ser homens da confiança, Elias era um homem da confiança; nós devemos ir para a frente apesar de todas as dificuldades, não desanimar diante de nada e meter o pé! O resto o céu fará.

Aí está meus caros, com muita alegria para mim uma palavrinha, agora se me derem licença vou ter que subir. (Fatinho!)

Fatinho? Fatinho é a vida de Elias, é muito mais interessante do que qualquer outra coisa.

Áudio e texto: https://www.pliniocorreadeoliveira.info/Mult_911007_Elias.htm

Vide também: Santo Elias, pai espiritual da Ordem do Carmo

Detalhes do artigo

Autor

Plinio Corrêa de Oliveira

Plinio Corrêa de Oliveira

556 artigos

Homem de fé, de pensamento, de luta e de ação, Plinio Corrêa de Oliveira (1908-1995) foi o fundador da TFP brasileira. Nele se inspiraram diversas organizações em dezenas de países, nos cinco continentes, principalmente as Associações em Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP), que formam hoje a mais vasta rede de associações de inspiração católica dedicadas a combater o processo revolucionário que investe contra a Civilização Cristã. Ao longo de quase todo o século XX, Plinio Corrêa de Oliveira defendeu o Papado, a Igreja e o Ocidente Cristão contra os totalitarismos nazista e comunista, contra a influência deletéria do "american way of life", contra o processo de "autodemolição" da Igreja e tantas outras tentativas de destruição da Civilização Cristã. Considerado um dos maiores pensadores católicos da atualidade, foi descrito pelo renomado professor italiano Roberto de Mattei como o "Cruzado do Século XX".

Categorias

Tags

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Tenha certeza de nunca perder um conteúdo importante!

Artigos relacionados