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Putin: “a Rússia não tem fronteira alguma”

Por Luis Dufaur

3 minhá 8 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 8:47:41 PM


Putin corrige a criança prodígio Miroslav Oskirko: ‘a Rússia não tem fronteiras’

O pequeno Miroslav, de nove anos, galardoado pela Sociedade de Geografia Russa pelo fato de decorar todos os limites dos países do mundo, foi levado ante o todo-poderoso presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Este se pôs de cócoras ante o menino e diante de um auditório lhe perguntou onde acabavam as fronteiras da Rússia.

A criança se encheu de coragem e respondeu:

– A Rússia termina no Estreito de Bering, na fronteira com os Estados Unidos.

Putin apertou-a contra o peito e olhando para o publico corrigiu a criança modelo dizendo:

O míssil Iskander é capaz de levar bombas atômicas

– As fronteiras da Rússia não terminam em parte alguma.

Na primeira fileira aplaudia o ministro de Defesa russo, Serguei Shoigu.

O fato deu-se recentemente e foi relatado pelo correspondente Xavier Colás do jornal “El Mundo” de Madri.

Enquanto o patriótico evento se desenvolvia em Moscou, a 1.092 quilômetros de distância, em Kaliningrado, enclave russo entre dois membros da OTAN (Lituânia e Polônia), os soldados de Putin montavam os sistemas de mísseis S-400 e Iskander, esses capazes de levar bombas atômicas.

O porta-voz do Kremlin Dimitri Peskov justificou a manobra dizendo que “a OTAN é um bloco agressivo”.

Na Polônia se diz que quando a Rússia fala em se defender, ela entende atacar. Quando se diz ameaçada é porque está montando a ofensiva. É a novilíngua soviética reciclada pelos atuais amos do Kremlin.

Estrategistas como o general Valeri Gerasimov, Comandante das Forças Armadas da Federação Russa, concluíram que a guerra contemporânea deve ser misturada com luta social, econômica e sobre tudo da informação.

A tecnologia de ponta da espionagem deve visar EUA.

E a Rússia mostrou sua habilidade para penetrar as estruturas cibernéticas de seu maior inimigo.

A infiltração das infraestruturas do adversário, a propaganda, os trolls, a ação psicológica sorrateira, a confusão e a cumplicidade de partes da sociedade civil do país vítima são armas da “guerra híbrida” que está em pleno andamento.

Valery Gerasimov Comandante das Forças Armadas da Federação Russa

Do lado da Rússia é claro.

No lado ocidental parece dominar a estratégia do avestruz: esconder a cabeça num buraco para não enxergar nada e achar que está tudo bom.

A Rússia “se prepara para uma guerra totalmente diferente da que imagina o Ocidente”, diz o analista Gustav Gressel, do European Council of Foreign Relations. Ele detecta nos EUA “uma percepção do risco muito antiquada”.

“El Mundo” escolheu a sugestiva manchete: “Assim se prepara a Rússia para uma guerra com a Europa”.

Enquanto isso a União Europeia corrói os países que na teoria são seus membros mas na realidade são suas vítimas. A UE está deixando o continente inerme face ao enorme perigo que se prepara dentro das fronteiras da Rússia, que para o Kremlin são transitórias.

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Luis Dufaur

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Escritor, jornalista, conferencista de política internacional no Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, webmaster de diversos blogs.

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