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Ramalhete e pragas


Autor: Carlos Vitor Valiense

Não existe algo tão belo, romântico e simbólico como as flores. Suas cores, formas e fragrâncias distinguem-nas, mostrando quão única pode ser uma simples flor. Rosas, lírios, violetas, angélicas, margaridas e crisântemos… Existe uma infinidade de flores. Poder-se-ia assim dizer que existem flores para cada ocasião especifica.

Um casal de jovens abrasados ou iludidos pela paixão — um sentimento cuja sensatez se mede por sua sujeição à reta razão iluminada pela Fé —, oferece um ramalhete de rosas vermelhas para demostrar o seu afeto recíproco. Já os filhos, para agradar a suas mães exigentes, lhes oferecem orquídeas como recíproca do amor materno, portador de uma paixão, esta sempre verdadeira. Até nos momentos mais tristes se ofertam flores às famílias enlutadas, em sinal de carinho, afeto e solidariedade pelo ente querido falecido. As flores podem ser encontradas da paixão juvenil até a morte repentina.

Embora elas possuam uma beleza deslumbrante, não se pode esquecer que muitas também têm seus defeitos — se assim se pode dizer —, seja pelo cheiro enjoativo que algumas exalam, e até mesmo pelos seus espinhos. O significado de uma flor é tão admirável que supera tudo aquilo que se pode tomar como defeito. Na verdade, as flores na maioria das vezes trazem para quem as recebe e admira um sentimento de esperança que é possível ver nesta passagem do Cântico dos Cânticos 2,11-12: “Porque eis que passou o inverno: a chuva cessou e se foi. Aparecem às flores na terra, chegou o tempo de cantarem as aves.”

Dificilmente alguém compararia as flores aos pilares de uma casa, embora estes possam algumas vezes lhes assemelhar, por serem grandes colunas. Neste caso, os três pilares fundamentais da sociedade serão comparados a um ramalhete – no caso, um ramalhete perfeito para o sustento da sociedade: a rosa da Família, a violeta da Propriedade e o lírio da Tradição. As três constituem, de forma harmoniosa, a base e o sustentáculo daquilo que se chama Contra-Revolução.

A rosa representa a família por sua beleza e por ser a mais famosa de todas as flores, mostrando assim a essencialidade de sua defesa, por ser a pedra angular da sociedade, base e principio de todo sistema organizacional. Defenda-se a família e se defenderá toda a sociedade; acabe-se com a família e se acabará com toda a sociedade.

A violeta, por sua vez, representa a propriedade privada, simples e necessária. Só pode haver justiça se houver uma divisão de bens baseada no direito de propriedade. O Papa Leão XIII já dizia que “lutar em defesa da propriedade particular é favorecer os interesses mais fundamentais do povo”.

O lírio da tradição exala o seu perfume em todo o ambiente onde se encontra. Fundamento da tradição, ele simboliza o respeito por todo o legado de doutrinas, costumes, modos de ver e pensamentos cristãos. É o alicerce necessário provindo dos tempos remotos da era cristã e que perdura ate hoje, servindo de bússola em meio ao pensamento enferrujado da modernidade.

MST movimento que paralisa, queima, destrói e nada constrói como as pragas na lavoura.

Por mais que os jardins sejam belos, é possível notar neles algumas pragas, como formigas, caracóis e besouros. Embora pequenas, as formigas são organizadas e trabalham em grupo cortando as folhas dos jardins. Elas podem servir como símbolo de todos aqueles que militam de forma organizada e muitas vezes despercebida, por exemplo, contrapondo-se heroicamente, qual novo David, ao Golias da grande mídia que encharca os nossos lares com toda sorte de licenciosidade para destruir a família e os valores morais. O caracol, embora lento, deixa seu sinal por onde passa, estragando as folhas e deixando-as com manchas. Sem falar das lagartas, cujos movimentos se assemelham aos dos agrorreformistas socialistas e agitadores do MST, que por onde passam destroem a propriedade alheia e se apossam daquilo que não lhes pertence. E por fim o besouro, que ao contrário da formiga e do caracol possui asas, e que por sua visão de destruição em massa de tudo o que pode ter tido como principio pode ser comparado aos pensamentos esquerdistas (esses besouros estão geralmente nas grandes universidades).

Se existe um jeito para tudo, também existe uma solução para as pragas. Um agrotóxico eficaz para sanar toda essa problemática não se obtém acatando o que nos é imposto, nem calando-nos à espera de uma solução, mas seguindo esta fórmula proposta pelo grande escritor brasileiro Nelson Rodrigues: “Sou um reacionário: reajo contra tudo aquilo que não presta. Eu sou um conservador: quero conservar tudo aquilo que presta. Um liberal é um sujeito cético, desconfiado da natureza humana e do custo das utopias.” Ou seja, reagir contra o que não presta e conservar aquilo que presta realmente é a melhor solução. Manter-se estático, mumificado diante de uma situação que compromete todo um conjunto social é ser o rei da omissão. Apelar para a utopia é viver sonhando e esquecendo-se da realidade. É preciso cultivar a esperança para colher as flores das verdadeiras virtudes.

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