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Plinio Corrêa de Oliveira
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Livro: Uma brecha na barragem - A infiltração do lobby LGBT na Igreja

São Francisco Xavier ensina: utilizar o natural para favorecer o sobrenatural


São Pio X elegeu, como Patrono dos Missionários, a São Francisco Xavier.

Vejamos as instruções dadas pelo Santo ao Pe. Gaspar Barzeu quando da sua partida para a missão em Ormuz. Acesse o áudio.

Aos conselhos de São Francisco Xavier seguem comentários do Prof. Plinio (em itálico) adaptando-os ao apostolado leigo, ao apostolado próprio à TFP.

Escreve São Francisco Xavier: (*)

“Em qualquer lugar em que estejais, embora de passagem, procurai saber, pelos habitantes mais honrados e considerados, não somente quais são os crimes que se comentem mais de ordinário na cidade, e as fraudes mais usadas no comércio, como vos recomendei para Ormuz, mas também as inclinações do povo…”

Comenta o Prof. Plinio: A opinião pública.

“…os costumes do país, a forma de governo, as opiniões e tudo que lhes diz respeito à vida civil”.

PCO: É bem a recomendação que se poderia dar ao apóstolo da TFP quando vai viajar.

“Crede-me, o conhecimento destas coisas é da maior importância e utilidade para o missionário, a fim de dar remédio pronto às doenças espirituais”.

PCO: Então, notem bem a frase: “o conhecimento destas coisas é da maior importância e utilidade para o missionário”. Por que não há de ser para o apóstolo leigo do século XX?

“…a fim de dar remédio pronto às doenças espirituais”. Quer dizer, quem quer dar remédio pronto às doenças espirituais usa com muita vantagem desses  conhecimentos de opinião pública, etc.

“…e achar-se sempre preparado para fazer bem a todos aqueles que se lhe apresentarem. Adquirido este conhecimento, nada vos surpreenderá, nada vos causará admiração; manejareis mais facilmente os corações”.

É bem a definição de um ativista: “manejareis mais facilmente os corações”.

“Tereis mais autoridade sobre eles…”

Quer dizer, mais influência.

“…sabereis sobre que pontos deveis basear vossa argumentação e o que deveis recomendar com mais instância na confissão”.

PCO: Quer dizer, é só transpor para as condições do apóstolo leigo, é tal e qual! Que melhores conselhos dar, que melhores coisas dizer, é por um conhecimento da opinião pública, o conhecimento dos costumes do lugar. É isto que leva a alma a ter um apostolado fecundo.

“Desprezam-se muitas vezes os avisos e conselhos dos religiosos, sob pretexto de que eles desconhecem o mundo e lhes falta experiência dele; mas quando se encontra um que sabe viver e que tem inteira experiência das coisas humanas, admiram-no como a homem extraordinário, entregam-se a ele, violentam-se voluntariamente sob a sua direção; os seus conselhos por mais espinhosos, são executados. Tal é o fruto maravilhoso da ciência do mundo.”

“…o fruto maravilhoso do conhecimento do mundo”. Quer dizer, um que ignore tudo de tudo, os conselhos não são seguidos. Quando vê que esses conselhos são dados por alguém que está com a “mão na massa”, os conselhos tem outra autoridade, outra influência, é evidente!

        Os senhores estão vendo aí, quão bem anda a TFP, portanto, recomendando que seus apóstolos procurem conhecer bem essas coisas.

“Não é somente nos manuscritos e nos livros impressos que se adquire aquela ciência; é nas relações com as pessoas de caráter firme e inteligente. Com esta ciência colhereis mais fruto do que com todos os raciocínios dos doutores e todas as subtilezas das escolas”.

Eu não ousaria dizer isso. São Francisco Xavier disse. Quer dizer, quem conhece a manipulação das almas e da opinião pública tem mais facilidade para converter as almas do que com todos os raciocínios das escolas. Eu não ousaria dizer isso, mas ele disse e está dito. É ir longe, hein! Eu acho até que isso deve ser entendido cum granu salis, mas então fica “cum granun salis” (com os devidos matizes, n.d.c.). Mas aqui está.

Depois que interessante isso: “não é só nos manuscritos e nos livros impressos que se adquire a ciência; é nas relações com pessoas de caráter firme e inteligente”. Quer dizer, com os bons informantes. Quer dizer, não adianta sociologia de papel, não adianta psicologia de papel. A prática, o contato, a observação viva, este é o fundamento de nossos conhecimentos. Isso é de São Francisco Xavier, o grande São Francisco Xavier, um dos maiores missionários de todos os tempos. Ele continua:

“Não espereis chegar a Ormuz para pregardes; começai no mar, logo que embacardes”.

[Que] beleza, já no navio, não é?

“Não vos esmereis em prover a vossa erudição ou memória, citando muitos textos de autores antigos; citai poucos e escolhei convenientemente as citações. Interessai-vos sobretudo em pintar ao vivo o estado das almas abandonadas ao mundo e ao pecado, de modo que elas possam ver reproduzidas nos vossos sermões, como num espelho, as suas inquietações, seus artifícios, seus projetos frívolos e suas vãs esperanças”.

Os senhores estão vendo a idéia dele. Quer dizer, o verdadeiro militante deve falar ao homem de seu tempo de maneira que o homem de seu tempo se sinta denunciado, sinta entendido, visto e denunciado. É um verdadeiro tratadinho de como fazer apostolado individual, de como tratar com a opinião pública. Não conheço trecho melhor do que esse nessa matéria.

“Mostrai-lhes o abismo que assim cavam; descobri-lhes as armadilhas que são tecidas pelo espírito do mal; ensinai-lhes os meios de as evitar, acrescentando que tem tudo que perder se se deixarem prender por elas. Por este modo cativareis a atenção, porque é sempre escutado quem fala interessando o auditório”.

[…]  “Atraireis vossos ouvintes representando-os a eles próprios; mas para isto é necessário tê-los observado e aprofundado. É necessário conhecê-los bem. Estudai-os como livros vivos”.

A doutrina do “livro vivo” é doutrina da TFP, por excelência.

“…e neles sabereis os meios, etc. Não vos proíbo que consulteis a Sagrada Escritura…”

A expressão também… se não fosse São Francisco, eu não ousaria dizer. Francamente. A gente deve entender isto com todo respeito devido a São Francisco, com uma boa “colherada de sal” e não (com) um grão (de sal). Mas vejam a frase:

“Não vos proíbo que consulteis a Sagrada Escritura, os Padres da Igreja, os sagrados cânones, os livros de piedade, os tratados de moral, Deus me livre disso! Eles vos fornecerão provas sólidas para estabelecer as verdades cristãs, remédios soberanos contra as tentações, exemplos heróicos de todas as virtudes. Mas…”

E aqui que é o duro:

“…tudo isto é frio para os espíritos pouco dispostos a recebê-los, e não consegue mover convenientemente senão pelo sistema que vos indiquei, de conhecer o homem por um profundo estudo, pintá-lo fielmente e colocar o quadro em tal luz que cada um possa reconhecer-se”.

Aí os senhores tem como a tradição católica corrobora sempre a orientação da TFP. Para mim foi uma surpresa quando esse eremita do São Bento me deu esse trecho. Eu estava à espera de uma ocasião para apresentá-lo aqui aos senhores. Sirva ele de ânimo aos senhores e de firmeza nas atitudes que tomaram e na compreensão de que a TFP fazendo tanto cabedal que os senhores conheçam a opinião pública, diagnostiquem, exemplifiquem, a TFP segue a trilha de um dos maiores missionários de todos os tempos, o grande São Francisco Xavier.

Nota: O Papa São Pio X, a 25 de março de 1904, constituiu São Francisco Xavier Patrono de todos os missionários.

Fonte: https://www.pliniocorreadeoliveira.info/Mult_740315_s_franciscoxavier_conselhos_proselitismo.htm#.X8j1omhKiMp

(*) 5ª edição do livro “São Francisco Xavier” de Daurignac, Livraria Apostolado da Imprensa, Porto, 1959, págs. 309, 310 e 311.

 

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Nuno Alvares

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