há 3 anos — 4 min
Atualizado em: 1/25/2020, 5:47:41 AM
Neste dia 25 de janeiro, em memória da comemoração do 466ºaniversário de fundação da capital paulista, oferecemos aos leitores trecho(transcrito abaixo) de memorável discurso de Plinio Corrêa de Oliveira,publicado em 21-7-1935 no jornal “O Legionário”, então órgão oficioso daArquidiocese de São Paulo.
Enquanto líder católico, o ilustre orador que então contavacom 27 anos, proferiu uma saudação ao prefeito Fábio da Silva Prado (noquadriênio 1934 a 1938). Essa histórica saudação foi uma homenagem à cidade emnome dos 15.000 jovens Congregados Marianos concentrados na área externa daIgreja do Sagrado Coração de Jesus.
Na ocasião, Plinio Corrêa de Oliveira — descendente, pelolado materno, dos paulistas denominados “de quatrocentos anos”, isto é, origináriosdos fundadores ou dos primeiros habitantes da “Vila de São Paulo” — exalta osextraordinários talentos que a Divina Providência prodigalizou ao povo paulistae tece profundas considerações sobre a grandeza e glória da Pauliceia, fundadapelos jesuítas Nóbrega e Anchieta no Pátio do Colégio e desenvolvida pelosheroicos desbravadores bandeirantes.
“Excelentíssimo Senhor Prefeito Municipal
Incumbiu-me a mocidade que aqui se congrega, de homenagear,na pessoa de V. Exa., a gloriosa capital paulista.
Nada de mais grato para nossos corações do que celebrar, na festiva data de hoje, a grandeza e a glória da nossa Pauliceia, tão digna de todas as homenagens, pela sólida catolicidade que a distingue e pelo valor de sua atuação na vida nacional.
Em 25 de janeiro de 1554, foi realizada, diante daconstrução feita de taipa de pilão erguida no Pátio do Colégio, a missa pelafundação da cidade de São Paulo do Piratininga
Consagrando ao Apóstolo das Gentes a cidade que acabava defundar, Anchieta implorou e obteve, para a raça que dela brotasse, o idealismoabrasador, a energia inexaurível, a combatividade invencível, a audácia viril erealizadora que Paulo de Tarso soube pôr a serviço da maior das causas, a causade Cristo e da sua Igreja. […]
Não é apenas no idealismo candente e no vigor da ação, queos filhos desta cidade se têm mostrado dignos do Patrono que lhes deu Anchieta.É também pela universalidade de sua ação.
São Paulo, o Apóstolo das Gentes, não concebia limites paraa sua doutrinação. O mundo inteiro era pequeno para a grandeza de seu ardorapostólico.
Assim também a ação vigorosa e fecunda dos paulistanos sedestaca pela sua universalidade. Nem a distância dos lugares, nem a dificuldadedas comunicações foram diques capazes de conter a ação da gente bandeirante,que se tem derramado em influxos benéficos sobre o Brasil inteiro. E desde asbandeiras até à reconstitucionalização do País, todos os episódios de nossahistória têm sido um transbordamento do coração e da energia de São Paulo, paraalém de nossas fronteiras em benefício de nosso grande Brasil. […]
São Paulo não é grande por ser rica. Mas São Paulo é rica,porque o paulista é grande. Nossa riqueza foi arrancada ao solo virgem de nossaterra depois de uma luta titânica contra a natureza bravia. Nossa capital nãose construiu em fértil e luminosa planície, embelezada por todas as graças danatureza. Foi edificada em terreno montanhoso e sob um céu cheio de brumas, emque tudo no ambiente nos lembra, constantemente, a vocação do paulista; porqueas brumas nos dizem lutar e o solo acidentado nos brada subir.
Se nosso Estado é próspero e nossa capital é bela, não o devemos nós, portanto, senão à mercê de Deus e à fibra de nossa gente. Porque foram sempre a mercê de Deus e o valor de nossa fibra a maior riqueza com que contamos”.