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Plinio Corrêa de Oliveira
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Campanha Terra de Santa Cruz: 36 jovens contra 500 ameaças


O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira promoveu a Caravana Terra de Santa Cruz, durante a qual 36 jovens voluntários alertaram a população brasileira contra os mais de 500 males do PNDH-3

Transcrevemos abaixo o relato da Caravana Terra de Santa Cruz, publicado na Revista Catolicismo deste mês, para apreciação de nossos leitores, e sobretudo daqueles que, com grande generosidade, doaram para esta importante e eficaz iniciativa.

Daniel Martins

Sem exagero, o novo Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), implantado-se no País, poderá “enterrar” os Dez Mandamentos.

Legalização do aborto e do “casamento” homossexual; direitos trabalhistas para as prostitutas; enfraquecimento da polícia e do judiciário; solapamento das garantias à propriedade privada — estes são alguns dos pontos incluídos no iníquo Programa.

Caso esses pecados sejam oficializados, o Brasil deixará de ser a Terra de Santa Cruz — glorioso nome que recebeu nos seus primórdios. Glorioso nome que 36 jovens escolheram para uma caravana de férias, durante a qual se empenharam num esforço público para impedir tão grande catástrofe.

Como se desenvolveu a campanha

Como norma geral, a campanha realiza-se na parte mais central das cidades, para as quais se dirigem os caravanistas em kombis ou veículos equivalentes. Formados tipicamente em farpa diante de um grande estandarte do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira (IPCO), todos rezam em praça pública uma Ave-Maria e cantam o conhecido hino Viva a Mãe de Deus e Nossa, em homenagem a Nossa Senhora Aparecida.

Começam em seguida a abordar os transeuntes, neste caso explicando-lhes sinteticamente o objetivo da campanha e convidando-os a assinar um cartão amarelo de advertência, a ser remetido aos deputados e senadores pedindo que rejeitem os absurdos contidos no PNDH-3.

Bastava ao interessado anotar no cartão o seu nome, o e-mail e a cidade, pois a remessa ficaria a cargo do IPCO. As pessoas que não possuíam e-mail anotavam o RG ou o CIC.

A grande maioria dos transeuntes parava, escutava a explicação e assinava, sem pedir outros esclarecimentos. Havia também outras manifestações, das quais tratarei adiante.

Relato algumas atitudes mais comuns:

  • Nos calçadões, sempre há muitas lojas de comércio. Muitos lojistas, depois de assinar o cartão, pediam cartões em branco para que seus colegas do balcão e também os clientes pudessem assinar. Outros pediam que nós mesmos entrássemos na loja e coletássemos as assinaturas. Vendedores ambulantes tomavam também iniciativas semelhantes.
  • Com freqüência repetia-se um fato curioso. Quando o caravanista abordava um pequeno grupo de transeuntes e explicava o objetivo da campanha, geralmente uma parte do grupo tomava logo a iniciativa de assinar, enquanto a outra parte demonstrava aparente desinteresse. Porém era muito comum a insistência dos que aderiram para que os outros também assinassem. Caso extremo foi o de uma jovem que, vendo sua amiga não querer assinar devido à pressa, repreendeu-a, numa alusão ao tema do aborto: “Não seja assassina, assina!”. Só então a amiga entendeu que a campanha era também contra o aborto, e assinou.
  • Sobre o malfadado “casamento” homossexual e a perseguição religiosa que o PNDH-3 visa mover contra quem discordar da promoção ao homossexualismo, as atitudes eram sintomáticas. Algumas pessoas receavam assinar, pois conhecem a pressão exercida por meios de comunicação e outros, que deliberaram atribuir a condição de “preconceituosos” e “homofóbicos” a todos os que se opõem às práticas homossexuais. Porém, quando o caravanista lhes explicava que não se trata de nada pessoal, mas sim de uma campanha para impedir que o Estado legalize ou favoreça publicamente o vício, muitas delas concordavam em assinar.
  • É desnecessário ressaltar a enorme repulsa do público à legalização da prostituição e à invasão de propriedades, ambos pontos importantes do PNDH-3.

Não foi um mar de rosas

Lendo o sucinto relato acima, pode o leitor imaginar que tudo correu favoravelmente, sem nenhum contratempo nem manifestações contrárias. Durante o planejamento da campanha, este foi sempre um aspecto debatido, e tudo isso era de esperar.

Mas ocorreu muito menos do que o esperado. Surgiram esparsamente alguns que insultavam os caravanistas, proferindo palavrões e desrespeitando nossa iniciativa.

Diz a Escritura que stultorum numerus infinitus est (o número dos estultos é infinito). Vou relatar alguns desses poucos casos de agressões verbais e manifestações contrárias, para o leitor avaliar o nível dos opositores.

Em Piracicaba, certa mulher acercou-se de nós e começou a gritar: “Vou convocar todas as feministas da cidade para virem aqui” – e saiu gritando insultos. Uma senhora que durante esse episódio estava assinando, observou: “Essa mulher [favorável ao aborto] não sabe o que é uma mãe. Ela que volte aqui; eu vou mostrar para ela!”.

Em Uberaba, outra mulher gritou: “Vocês são preconceituosos!”. Calmamente, o caravanista retrucou: “Mas por que todo esse preconceito contra nós?”. Confundida, ela saiu resmungando.

Figurava na explicação dos cartões amarelos que o PNDH-3 pretende implantar no Brasil o iníquo “casamento” homossexual e a adoção de crianças por casais homossexuais.

Vendo isso, alguns ativistas do movimento homossexual não se continham, e também nos dirigiam insultos. Em Campinas, Bauru, Sorocaba e Ribeirão Preto eles nos ameaçaram, dizendo que iam “chamar todos os homossexuais da cidade” para atrapalhar a campanha. Pelo jeito, eram poucos, pois não apareceram…

Em Ribeirão Preto, quando fazíamos a campanha no principal calçadão da cidade, uma ativista se aproximou,declarando-se “transexual”. Procurou o encarregado da campanha e começou a censurar-nos. Não contente com isso, ameaçou: “Vou chamar toda a bicharada [sic!] da cidade, e vamos fazer uma revolução aqui!”.

Pouco depois, começaram a chegar ativistas do movimento homossexual com folhetos, cartazes e adesivos. Passaram a investir contra as pessoas que recebiam os cartões amarelos, tentando impedi-las de assinar.

Escandalizados com o fanatismo dos homossexuais, muitos transeuntes assinavam com mais decisão, e alguns até discutiam com eles, chamando-os de anarquistas e proclamando o nosso direito de nos manifestarmos. Esses ativistas se desmoralizaram e mostraram o estado de contradição em que atuam: pregam a tolerância para com o vício, mas promovem intolerância religiosa contra os que se lhes opõem.*

Repercussões na mídia

Vários órgãos de imprensa, vendo a movimentação da caravana, procuravam-nos para entrevistas e fotos. Em Itu, o “Jornal da Cidade” e a “Rádio Convenção” nos entrevistaram. Em Limeira, a “TV Mix”. Em Ribeirão Preto, os dois principais jornais: “A Cidade” e “Gazeta”. “O Diário de S. Paulo” reproduziu em seu site matéria do cotidiano “Diário”, de Jundiaí. Em Batatais, a “TV Educadora” também publicou matéria sobre o assunto.

Em Pirassununga, o jornal “O Movimento” estampou fotos e matéria em suas versões impressa e eletrônica. Não relacionamos aqui as inúmeras matérias reproduzidas em sites e blogs, pois esgotariam de longe o espaço disponível. A UOL apresentou na seção “Fotos do Dia”, em 22 de julho, fotografia de nossa campanha em Ribeirão Preto, focalizando três dos ativistas homossexuais gritando protestos.

Os caravanistas ficaram favoravelmente impressionados ao constatar que o nome do saudoso Prof. Plinio e suas atividades em prol de um Brasil autenticamente cristão são conhecidos por toda parte. Alguns exemplos característicos ocorreram em Uberlândia (MG), quando um médico acercou-se de um caravanista, fixou o olhar no estandarte dourado do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira e exclamou: “Se tivéssemos dez Plinios, o Brasil seria outro!”; em Campinas (SP), onde uma senhora voltou-se para uma amiga e comentou: “Quando eu vi que era do Plinio, já fui logo assinando”; em Catanduva (SP), depois de assinar e emitir um comentário admirativo – “Dr. Plinio combateu tudo o que não presta: aborto, comunismo, reforma agrária, homossexualismo” – um respeitável cidadão aproximou-se de cinco seus conhecidos e exortou-os a que assinassem.

Uma observação que se repetiu em duas cidades: “Sou contra vocês… mas admiro a ousadia de fazerem publicamente essa denúncia. Não é todo mundo que tem essa coragem, não!”.

Determinação de continuar

O resultado alcançado alegrou a todos os caravanistas. Antes da caravana, tínhamos conseguido enviar, através do site www.ipco.org.br, 630 mil cartões amarelos. Após 20 dias de caravana, o total subiu para 1.190.250 cartões!

Mais do que isso, percebemos que a população está começando a ficar alerta contra esse decreto iníquo; e começa também a adquirir a confiança de que, se lutarmos, a vitória será dos que querem um Brasil cristão, apesar dos obstáculos.

Satisfeitos com a acolhida da sanior pars da população, pudemos comprovar o quanto os brasileiros estão desinformados sobre o PNDH-3, o que nos conduziu à decisão de não parar.

Numa primeira ação pós-campanha, todos levaram cartões amarelos para suas respectivas cidades, a fim de continuar a campanha em âmbito pessoal, de pequenos grupos e pela Internet. Esta ação já pode ser acompanhada pelo site www.ipco.org.br, onde todos os interessados podem também agir a fim de impedir os males do PNDH-3. A isso o leitor está convidado.

Melhor dizendo – permita-nos a ousadia – convocado! Pois não se pode ser indiferente a que se instituam no País crimes como o aborto, abominações como o “casamento homossexual”, demolições como a das garantias ao direito de propriedade e as mais de 500 outras propostas repudiáveis do PNDH-3.

E-mail para o autor: catolicismo@terra.com.br

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Nota:

(*) O leitor pode ver um dos clips da campanha em Ribeirão Preto, acessando o YouTube ou o GloriaTV e colocando o seguinte título: Perseguição Religiosa em Ribeirão Preto-SP. Veja também todos os vídeos publicados da Caravana Terra de Santa Cruz em: http://www.youtube.com/institutopco

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Estandarte e faixas usados na caravana

O estandarte do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira foi confeccionado tendo como inspiração os gonfalons heráldicos, em que as famílias de outrora expunham seus símbolos e brasões em preciosos tecidos e os utilizavam em festas e solenidades públicas. Em tecido de cor dourada, contém uma pintura do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, em perfil, circundado pelo nome do Instituto por extenso. Exalta assim a figura daquele que representa um símbolo na luta em defesa da Civilização Cristã.

Havia uma dificuldade prática a ser vencida, e foi objeto de exaustivo estudo durante a preparação da campanha: Como os caravanistas poderiam ser identificados, no burburinho de cidades modernas? Como seriam eles reconhecidos pelo público como sendo participantes da campanha?

Várias propostas foram levantadas, e a que melhor se adaptou à finalidade foi uma faixa inspirada nas “becas de graduación”, usadas durante a colação de grau por várias universidades do exterior, sobretudo na Espanha. Um belo exemplar, de cor verde, pode ser visto em uso por um admirável coral na Hungria (http://www.youtube.com/watch?v=19dU_q6lmGM)

Há dessas becas muitas variantes, e a do IPCO é uma faixa de 11 cm de largura por dois metros de comprimento, na mesma cor do estandarte. As faixas são fixadas nos ombros, pendendo uma parte delas para as costas; a parte central pende no peito, formando em conjunto com as extremidades que pendem nas costas um M – para lembrar a proteção da Santíssima Virgem Maria.

Essa faixa revelou-se muito apropriada, pois os transeuntes facilmente distinguiam os jovens que coletavam assinaturas, e vários diziam já tê-la visto na internet. Era fácil localizá-la, mesmo a grande distância, por sua cor dourada, e fazia um belo conjunto com os estandartes do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira.

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Daniel Martins

Daniel Martins

320 artigos

Voluntario do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira. Articulista na Revista Catolicismo e na Agencia Boa Imprensa. Coordenador do Canal dos Santos Anjos no YouTube: https://www.youtube.com/c/CanaldosSantosAnjos/

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