Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
Dotada de inteligência e firmeza, Madre Letícia discerniu a crise progressista na Igreja, fundando mosteiros e oferecendo sacrifícios para a divina clemência em tempos difíceis.
4 min — há 5 meses — Atualizado em: 5/6/2024, 10:16:01 AM
Madre Letícia da Virgem Misericordiosa
Há meio século entregava sua alma a Deus, a Revda. Madre Maria Letícia da Virgem Misericordiosa (* 10-3-1900 + 2-5-1974): “um dos baluartes da defesa da sã doutrina”.
Descendente de ilustre e tradicional estirpe mineira, a Revda. Madre Letícia consagrou-se desde cedo à vida religiosa, ingressando na Congregação das Servas do Espírito Santo, em Juiz de Fora. Mais tarde, Naquela cidade, e depois em Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, dedicou-se à formação da juventude feminina.
Mais tarde, em Belo Horizonte, fundou o Mosteiro do Imaculado Coração de Maria, daquela Congregação. Em Campos (RJ) Madre Letícia fundou o Mosteiro do Coração Doloroso e Imaculado de Maria, no qual foi Superiora até seu falecimento.
Aqui está uma das notas características dessa religiosa: a ligação entre as dores do Imaculado Coração de Maria e a crise progressista na Igreja; suas orações, sofrimentos e exemplos são direcionados a consolar o Imaculado Coração.
Lembremo-nos da mensagem de Fátima que veio pedir a Consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria.
“Tu, ao menos, vê de me consolar” disse Nossa Senhora à Lúcia, 1917.
“Dotada de excecional inteligência e rara firmeza de vontade, a Revda. Madre Letícia discerniu, desde seus primórdios, a crise progressista que hoje assola a Igreja. Assim, por seus conselhos, seus exemplos, sua extraordinária influência pessoal, constituiu-se, desde logo, num dos baluartes da defesa da sã doutrina.”
Foi exatamente em decorrência da crise progressista que ela funda o Mosteiro do Coração Doloroso e Imaculado de Maria.
“Principalmente por suas orações e por seus sacrifícios, a Revda. Madre Letícia, dotada de profunda piedade eucarística, devoção a Nossa Senhora e à Santa Igreja, tudo fez para obter da divina clemência que abreviasse a tormenta que hoje se abate sobre o mundo católico. Neste sentido, ofereceu com resignação e constância edificantes os longos padecimentos da moléstia que acabou por vitimá-la.”
Conheci Madre Letícia ainda quando ela estava na Arquidiocese de Diamantina. Uma Caravana da TFP, composta de jovens, a visitou no convento – estávamos divulgando um número especial do jornal Catolicismo contendo as denúncias de dois conhecidos órgãos católicos da Europa sobre os “grupos proféticos” e o IDO-C, em suma, alertando contra a trama progressista na Santa Igreja. Ela acompanhava com atenção, com orações, com sacrifícios esse novo calvário em que as “experiências” pós conciliares na celebração da missa começavam. Ela rezava por nós também.
Ela visitou a Sede da TFP em São Paulo, quando o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira lhe explicou a razão de ser do ambiente interno da Sede, dos símbolos, da finalidade de nossa entidade em defesa da Santa Igreja e da Civilização Cristã. Ela soube compreender muito bem o papel de uma entidade cívica, na ordem temporal, que atuasse em defesa da Santa Igreja e da Civilização Cristã.
A Revda. Madre Letícia foi, desde as primeiras horas, ardorosa simpatizante da TFP, à qual dispensou continuamente o apoio de seus encorajamentos, preces e sacrifícios. Sentindo-se mortalmente doente, pediu que seu corpo fosse inumado em jazigo da entidade.
Os restos mortais da Revda. Madre Letícia foram transportados de avião da cidade de Campos para São Paulo, tendo sido conduzidos, a pedido dela, até à sede social da TFP, à Rua Maranhão, n.° 341, de onde o féretro saiu, com a presença dos diretores, sócios e centenas de militantes, para o Cemitério da Consolação. Junto à sepultura, prestando homenagem à falecida, fez uso da palavra o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, Presidente do Conselho Nacional da TFP.
A assembléia geral desta entidade atribuiu à Revda. Madre Letícia, post mortem, o título de sócia.
* * *
Como em toda alma católica, verdadeiramente bem formada, “Entre a força e a delicadeza de alma não há incompatibilidade, desde que uma e outra sejam retamente entendidas. E uma alma pode ao mesmo tempo ser delicadíssima sem nenhuma fraqueza e fortíssima sem nenhuma brutalidade”.
Assim, citamos de passagem, que Madre Leticia foi surpreendida pela presença de um ladrão no interior do convento. Impactado, ele se ajoelhou, pediu perdão, e a madre recompôs a sua vida lhe conseguindo recursos financeiros, regularizou sua situação matrimonial, em suma, regenerou uma vida e uma família.
Nesse cinquentenário de seu falecimento ficam aqui registrados alguns traços de Madre Letícia.
A mensagem de Fátima sempre esteve presente em sua vida. Pouco antes de falecer quis fazer chegar até as mãos da Irmã Lúcia um pedido de sócios e cooperadores da TFP com vistas à revelação total da Mensagem de Nossa Senhora.
Que a Virgem do Coração Doloroso a tenha junto de Si como grande intercessora pela Santa Igreja, pelo Brasil, e por todos nós.
Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará!
Marcos Machado
490 artigosPesquisador e compilador de escritos do Prof. Plinio. Percorreu mais de mil cidades brasileiras tomando contato direto com a população, nas Caravanas da TFP. Participou da recuperação da obra intelectual do fundador da TFP. Ex aluno da Escola de Minas de Ouro Preto.
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