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Plinio Corrêa de Oliveira
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Filial pedido dos católicos poloneses ao Papa Francisco a respeito da Guerra na Ucrânia


A TFP polonesa está promovendo um filial pedido ao Papa Francisco por causa da invasão da Rússia na Ucrânia.

Neste pedido, os fiéis católicos poloneses agradecem a consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria e mostram uma dolorosa perplexidade diante das atitudes tomadas pela Santa Sé em relação a invasão que a Ucrânia está sofrendo.

Os poloneses pedem ao Papa reconsiderar as posições que tem tomado contrarias a defesa da Ucrânia e leve em consideração as palavras do Papa Pio XII que mostra que uma vítima agredida tem o direito de se defender.

O Filial pedido já está recebendo a assinatura dos católicos poloneses em: https://polskakatolicka.org/pl/strony-internetowe-petycje/synowska-prosba-polskich-katolikow-do-papieza-franciszka

Abaixo a integra do Filial pedido desses católicos da Polônia:

Filial pedido de católicos poloneses ao Papa Francisco

Santidade: a martirizada Ucrânia tem o direito de defender-se da injusta agressão de Putin!

Santidade,

Como fiéis católicos, agradecemos com filial alegria Sua Santidade ter realizado o pedido de Nossa Senhora em Fátima, procedendo à consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria, em união com os bispo de todo o mundo.

Entretanto, Santo Padre, devemos confessar que estamos doloridamente perplexos pela atitude que tem tomado a Santa Sé em relação à invasão da Ucrânia por parte de uma Rússia, que voltou a exibir com pompa, como se fossem título de glórias, as bandeiras soviéticas com a foice e o martelo.

Santidade: desde o fatídico 24 de fevereiro, constatamos com tristeza que em seus discursos e entrevistas, tem condenado a guerra em termos absolutos, como se ambas as partes fossem responsáveis pelo horroroso derramamento de sangue de civis e crianças, bem como pela indiscriminada destruição de vilarejos e cidades inteiras.

A não fazer a distinção entre o agressor e o agredido e ao afirmar que hoje nenhuma guerra é justa, Vossa Santidade implicitamente estaria condenando o heroísmo dos defensores ucranianos e sugerindo que, para preservar a paz, eles deveriam ter-se deixado oprimir, praticando uma ilusória “resistência pacífica”.

Tal seria colocar como modelo para os católicos um Mahatma Ghandi e não Judas Macabeu, que conclamou a seus soldados exclamando: “Melhor nos é morrer em combate, do que ver os males do nosso povo e do nosso santuário” (I Mac 3, 59).

Aumentou a nossa dor e perplexidade, o ter tomado conhecimento das declarações de Vossa Santidade em recente entrevista a um jornal italiano, em que diz não ser o momento de ir a Kiev, mas que estaria pronto para ir a Moscou. E mais, que se interrogava se era justo fornecer armas à Ucrânia.

Vossa Santidade acrescentou ainda que “os latidos da Otan nas portas da Rússia” poderiam ter induzido ao ditador do Kremlin a desencadear o conflito, parecendo dar credibilidade às suas falácias e pretextos para violar todas as regras da moral, do direito internacional e os tratados assinados pela Rússia.

Não surpreende, pois, que os principais meios de imprensa ligados ao regime putinista se tenham apressado em colocar a entrevista de Vossa Santidade como matéria de destaque.

Alguns analistas levantaram até a hipótese de que essas palavras seriam motivadas pelo Seu desejo de não prejudicar as relações ecumênicas com o Patriarcado de Moscou. Com dor, vem nos à mente a pergunta: seria razoável deixar maltratar os próprios filhos – no caso os católicos bizantinos e latinos da Ucrânia – para tentar aproximar-se de uma igreja tão enfeudada ao regime neo-soviético, que Vossa Santidade chegou a declarar que o patriarca Kirill não pode transformar-se em coroinha de Putin?

De joelhos e filialmente, pedimos a Vossa Santidade reconsiderar essa posição, levando em conta as sábias palavras de seu predecessor Pio XII, de venerável memória:

“Um povo ameaçado ou vítima já de uma injusta agressão, se quiser pensar e agir cristãmente, não pode permanecer numa indiferença passiva; tanto mais a solidariedade da família dos povos interdiz aos demais o comportar-se como simples espectadores, numa atitude de impassível neutralidade. Quem poderá sequer avaliar os danos já causados no passado por uma tal indiferença, bem estranha ao sentimento cristão, para com a guerra de agressão? Como essa indiferença fez provar agudamente o sentimento da falta de segurança entre os “grandes” e sobretudo entre os “pequenos”! E em compensação trouxe ela qualquer vantagem? Ao contrário; ela não serviu senão para reafirmar e encorajar os autores e fautores de agressões, coagindo os povos, abandonados a si mesmos, à necessidade de aumentar indefinidamente seus armamentos”. (Mensagem de Natal, 1948)

Santidade: Nossa Senhora prometeu em Fátima a conversão da Rússia. V.S. fez o primeiro e grande passo de consagrá-la ao seu Imaculado Coração. Mas, para completar essa obra providencial, faltaria que V.S. abandone essa enigmática neutralidade diante do conflito, indo para Kiev confortar seus filhos ucranianos.

Não somente os católicos se beneficiariam de tal visita, mas também os que ainda jazem nas trevas do cisma ortodoxo. Esse gesto paternal, com a ajuda da Graça Divina, pode contribuir à conversão destes últimos e, de ricochete, adiantar a hora da conversão do povo russo prevista por Nossa Senhora em Fátima, abrindo-lhes os olhos para a maldade do ditador que os oprime.

Prosternados e com a face em terra, dirigimos a nossas mais ferventes orações a Nossa Senhora de Fátima para esse cometido. Queira, Santidade, aceitar esse oferecimento de seus filhos poloneses!

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Rodrigo da Costa Dias

Rodrigo da Costa Dias

65 artigos

Voluntário da Ação Jovem do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira.

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