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Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

Negócios da China camuflados em plano comunista


Para proteger as cruzes de suas igrejas, católicos de Zengshan colocam grandes pedras em frente aos portões principais das mesmas, para que os veículos da ditadura comunista não consigam aproximar-se.

Diante dos riscos da epidemia chinesa, o povo brasileiro vem se mantendo calmo e ordeiro, ao contrário de certa mídia e de muitos políticos, que se agitam e espalham o medo.

Em parteconsiderável dos homens públicos, o interesse próprio vem prevalecendo sobre asaúde da população, em particular da mais pobre. Como consequência, odesprestígio da classe político-partidária e da mídia não surpreende mais. Atémesmo falsificações de informações médicas e estatísticas hospitalares, divulgadaspor órgãos oficiais, dão prioridade à politicagem, ao invés do combate ao vírus.

As ameaças externas,feitas a qualquer povo, sempre constituíram momentos de união nacional. Disputasinternas eram temporariamente suspensas, enquanto governantes e governados uniamseus esforços para enfrentar as adversidades. Nos presentes dias, contudo, parteda mídia e velhacas facções políticas escarnecem dessa ingente necessidade; e, comoverdadeiros sucessores de Calabar, estendem a mão ao inimigo externo, enquanto nosdignos brasileiros a sensatez paira acima dessa ignomínia. Por enquanto o fazemcom pesar e contrariedade, que não tardará a se transformar em indignaçãoincontenível.

O inimigo externo

O inimigo responsávelpela disseminação do coronavírus — aChina — vem manipulando a evolução da pandemia visando auferir vantagens econômicase políticas, tanto internas quanto externas. No que diz respeito ao Brasil, ostíteres da administração de Pequim têm procurado, com seu vírus e seu capital, tiraro maior proveito possível da situação criada. Movem-se desinibidamente noscorredores governamentais de alguns estados brasileiros, assinando contratos, vendendoe comprando, tornando-se inclusive participantes na gestão de empresasnacionais. “Aproveitar de tudo e de todos” — é assim que entendem e vão pondoem prática a expressão “negócio da China”.

Fiel à ideologia totalitária, com avidez de poder, a China vem manobrando para impor ao Brasil seu sistema de governo ditatorial, praticado desde os dias sombrios de Mao Tsé-Tung [foto acima]. Esse seria o “novo mundo” anunciado por futurólogos e filósofos políticos, cujos livros se multiplicam no mercado; segundo os quais as sociedades não serão mais as mesmas depois do vírus. Terão sido substituídas pelo “mundo chinês” — sem liberdade, e sobretudo sem fé — muito pior, portanto, do que o vírus atual e ainda outros que poderão surgir.

Perseguições à Igreja

Há tempos a China vem movendo impiedosa perseguição à Igreja Católica, herança das odiosas atrocidades comunistas praticadas atrás da “cortina de ferro”, na extinta União Soviética. Igrejas são demolidas, cruzes abatidas, sacerdotes e bispos encarcerados. Recentemente a cidade de Wenzhou, na província de Zhejiang, foi atingida por múltiplas destruições de edifícios religiosos. Não por acaso, pois Wenzhou era denominada a Jerusalém da China, precisamente em razão do número e beleza de suas igrejas. A partir de 2016, ali foram atacadas nada menos que 64 igrejas, e em alguns casos foram arrancadas apenas as cruzes no alto dos campanários. Mas, ao contrário do desejado, as perseguições não fazem senão aumentar o número de conversões, um dos principais temores do despótico e “sorridente” Xi Jinping [foto abaixo].

Não apenas féfaz tremer os autocratas, ditadores do Partido Comunista Chinês (PCC), que são especialmenteautoritários e rigorosos quando se trata de reprimir as críticas à corrupção dogoverno. Basta ver sua impiedosa reação à sistemática e crescente oposição aocaudilhismo de Pequim, que em Hong Kong a população chinesa sustenta.

Programa a ser implantado nomundo

O PCC, segundo ditao catecismo comunista, deseja exportar para o mundo inteiro esse mesmo modelode subserviência ao Estado. Nos países que pretende conquistar, conta com o apoiodos respectivos partidos comunistas e de esquerda; dos quintas-colunas einocentes úteis, presentes nos mais diversos setores; dos grandes meios decomunicação social; e até mesmo de membros do clero progressista, sequazes daTeologia da Libertação. O Brasil, por sua extensão e riqueza, é especialmentecobiçado. Mas, na sua maior profundidade, a sanha dessas forças para tentarderrubar o atual governo anticomunista é devida à nossa tradição católica.

O toque sinistrode numerosas tubas midiáticas, que apregoam esse novo mundo”, elogia dissimuladamentea entrada em cena desse “estilo chinês” de governo. Estilo que nada tem de novo,pois já foi enaltecido e praticado pelos utopistas anticristãos e comunistas deséculos passados: “Um mundo em cujo seio as pátrias unificadas numaRepública Universal não sejam senão denominações geográficas; um mundo semdesigualdades sociais nem econômicas, dirigido pela ciência e pela técnica,pela propaganda e pela psicologia, para realizar, sem o sobrenatural, afelicidade definitiva do homem — eis a utopia para a qual a Revolução nos vaiencaminhando” (Plinio Corrêa de Oliveira, Revolução e Contra-Revolução,parte I, cap. XI, 3).

Sob a máscara acobertadorado coronavírus (cuja epidemiafoi denominada covid-19), mostra suas garras uma imensa transformaçãoideológica com forte aceno autoritário, valendo-se da oportunidade que seapresenta num ambiente de pânico. E desde já manuseia a espionagem eletrônica, aexemplo da que foi determinada em abril pelo governo de São Paulo: cada celularserá rastreado a fim de controlar agrupamentos, e até mesmo simples reuniões defamília.

Ocorrerá à Chinafazer entre nós o monitoramento de tal sistema espião? Experiência não lhefalta, pois há anos o pratica. E não parece sem propósito que ela se empenhetanto para instalar a tecnologia 5G. Tal intromissão no cotidiano das pessoas temtudo para estender-se velozmente a um controle mais amplo de movimentos,colocando nas mãos da autoridade central um poder nunca antes exercido — o demanipular a informação, difundir estatísticas e compor notícias geradoras dedisposições psicológicas.

Embora comaparências de science fiction, assimse vão instalando de fato no Brasil delírios ditatoriais e escravagistas, como noprimitivo e “inocente” big brother imaginadopor George Orwell no seu livro 1984. Foigraças a esse supercontrole que a China escondeu, pelo menos desde novembro de2019, o surgimento desse vírus devastador. E agora, implantados a morte e opânico, eis que ela assume no panorama sua “missão” de se imiscuirprofundamente na vida de cada povo e de cada pessoa. Este é, provavelmente, omomento esperado e oportuno.

É evidente quePequim almeja o pior para todo o mundo ocidental, ou seja, a submissão ao seu regimecomunista. Se os germes desse regime prosseguissem livremente seudesenvolvimento entre nós, como vinha ocorrendo desde a ascensão de FernandoHenrique Cardoso em 1995 (retraídos e parcialmente contidos a partir de 2013, quandomanifestações multitudinárias contra o comunismo e a corrupção puseram fim àgovernança do PT), hoje poderíamos estar esmagados e gemendo sob o tacãochinês.

Há anos a China vem aperfeiçoando mecanismos de vigilância e dispositivos de controle de seus habitantes. No Ocidente já se fala em adotar o sistema chinês em seus respectivos países. Sob a máscara acobertadora do coronavírus os governos mostram as garras de uma imensa transformação ideológica com forte acento autoritário.

Irresponsabilidade culposa da China

Segundo o Prof. Luc Montagnier, prêmio Nobel de Medicina em 2008, a partir de um modelo inicial, podendo ter sua origem em morcegos, o coronavírus passou por manipulação de laboratório em Wuhan.

A covid-19 foi detectada em novembro doano passado na cidade chinesa de Wuhan. Na feira de animais local, em dezembro,consta que um feirante fora identificado como seu portador. A notícia circulou,as famílias se amedrontaram, escolas se alarmaram. Mas o PCC não quer acirculação dessas notícias, e estabeleceu a censura das comunicações pela internet,pois a propagação de uma epidemia seria enorme fonte de desprestígio para ogoverno central.

As informações difundidas pela mídia sobre esse vírus parecem não ter limites. Sua propagação, modos de contê-la, o número de suas vítimas, eventuais remédios e vacinas circulam em avalanches. É preciso grande esforço de discernimento a fim de ponderá-las. Entre elas é preciso assinalar as declarações do Prof. Luc Montagnier [foto acima]. A descoberta do retrovírus causador da AIDS valeu-lhe em 2008 o prêmio Nobel de Medicina. Esse virologista francês fala, portanto, com conhecimento de causa. Segundo ele, a partir de um modelo inicial, podendo ter sua origem em morcegos, o coronavírus passou por manipulação de laboratório em Wuhan. Entretanto, o renomado professor não levanta hipóteses sobre a finalidade de tal manipulação.

No início dejaneiro deste ano o perigo foi denunciado por oito médicos, entre os quais oDr. Li Wenliang, que morreria infeccionado pouco depois. Todos eles foramimediatamente presos. Além de a Comissão Nacional Chinesa proibir qualquerpublicação a respeito, o médico responsável, Dr. Wang Guangfa, afirmou que adoença estava sob controle e não passava de “leve pneumonia”. No dia 6 dejaneiro já não se sabia o paradeiro do advogado Chen Qiushi, que haviadifundido pela internet imagens dos superlotados e ineficientes hospitais deWuhan.

Em meados do mêsa epidemia não podia mais ser escondida, e forças policiais continuavam proibindoo acesso às informações, mantendo os jornalistas longe dos hospitais. O governocomunista cometeu então a irresponsabilidade criminosa de distribuir 200 milconvites para um banquete em Wuhan, comemorativo da entrada do ano novo lunar.Terminado o banquete, milhares de convivas regressaram aos seus respectivoslugares. O número de infecções foi tal, que Wuhan precisou ser isolada.

Xi Jinping ordenoupessoalmente a intensificação da censura na internet. A mesma ordem foirenovada em 15 de fevereiro. Delações passaram a ser pagas pelo governo. O Prof.Xu Zhangrun foi colocado em prisão domiciliar, por ter dado um parecer sobre asituação, no qual concluía que “a epidemiarevela o cerne podre do regime chinês”. Simultaneamente à expulsão de jornalistasestrangeiros, o Departamento de Propaganda do Estado lançou comunicado louvando“a liderança extraordinária de Xi Jinping,característica dos chefes grandes e poderosos”.

Como essa desacreditadabajulação não moveu ninguém, o Ministério do Exterior acusou soldados norte-americanosde levar o vírus à China. O diário “Global Times”, órgão do PCC, cometeu em 22de março a desfaçatez de negar que o vírus tenha se originado na China.

A agência denotícias “Asia News” noticiou o desaparecimento da Dra. Ai Fen, que em 30 dedezembro havia denunciado o surgimento do vírus. Há uma longa lista dedesaparecidos, por terem criticado a inépcia do governo. Foi o caso do estudanteZhang Wenbin, da cidade de Shandong, que ousou queixar-se do “grande e poderoso chefe”. Ele foi preso“por perturbar a ordem pública”, edepois sumiu. Análogo destino tiveram numerosos intelectuais — como Xu Zhiyongdefensor dos direitos humanos, Xu Zhangrun e He Weifang —, cujo “crime” foi ode inculpar o governo pela difusão da epidemia. A polícia política deu sumiçoaos que viram e denunciaram o mal, impedindo-os assim de evitar a morte deincontáveis pessoas mundo afora.

Segundo declaraçãodo Cardeal Charles Bo, Arcebispo de Yangon (no Myanmar, país fronteiriço com aChina), o governo do PCC cerceou as notícias, censurou a internet, silenciou osdenunciantes, aumentou a repressão. Querendo esconder sua vergonha, escondeu omal; e quando o mal foi tardiamente revelado, os comunistas rejeitaram ajudaestrangeira. O governo chinês tornou-se assim responsável pela morte ouempobrecimento de milhões de pessoas em todo o mundo. Quantos pobres são hoje reduzidosà miséria, por terem cessado o trabalho ou mesmo perdido o emprego em razão dessasquarentenas?

Poltrões do Ocidente

Protegidas por trajes especiais, cientistas chinesas trabalham num avançado laboratório em Wuhan. Enquanto isso, cresce no Ocidente a desconfiança de que o coronavírus possa ter surgido de uma mutação proposital ordenada pelo regime comunista chinês.

Sessenta anosatrás, Plinio Corrêa de Oliveira advertia: “AChina vai lentamente começando a intimidar e imobilizar os poltrões do Ocidente.A Rússia, cada vez mais, agrada, ilude e atrai os tolos. Uns e outros, poltrõese tolos, tendem a recuar, transigir, conciliar a todo custo. E, francamente,quando alguém tem de seu lado todos os tolos e todos os poltrões, podejactar-se de dispor de uma esplêndida maioria” (A Revolução em 1960Catolicismo, janeiro/1960).

A indústria chinesa, movida pela tecnologia ocidental, começou a produzir e vender, a expensas do próprio Ocidente. Esse enriquecimento inicial resultou do trabalho escravo de uma população submissa. E o Ocidente, jactando-se ufano de suas liberdades, prestou-se a essa vergonha.

A “revoluçãocultural” de Mao Tsé-Tung se gabava então de manter a China como paíscampestre, sem maquinaria nem indústria. Depois, manipulada por outras mãos e movidapela tecnologia ocidental, ela começou a produzir e vender, a expensas do Ocidente.Esse enriquecimento inicial resultava do trabalho escravo de uma populaçãosubmissa. E o Ocidente, jactando-se ufano de suas liberdades, prestava-se aessa vergonha. Esse esforço dos poltrões e dos tolos, enriquecendo o despotismo,marcou o início do sabujismo ocidental. Mas sabujos, tolos e poltrões tinham verdadeiraavidez em submeter-se ao “tigre oriental”.

A atual epidemiaé certamente um momento de reflexão. Dúvidas despontam por todos os lugares. Antagonismossaltam aos olhos. A perspicácia de nosso povo começa a ver as reais intençõesescondidas além da cortina de bambu, e aos poucos se esvanece o ópio chinês,dando lugar a indagações: vale a pena negociar com um governo que mente? Ésensato aliar-se à falta de escrúpulos?

O momento pede reflexão. Muita reflexão…

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Fonte: Revista Catolicismo, Nº 833, Maio/2020.

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Autor

Nelson Ribeiro Fragelli

Nelson Ribeiro Fragelli

28 artigos

Colaborador do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira e autor de diversos livros e artigos sobre o Catolicismo e a Política Internacional.

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