Portal do IPCO
Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

Procura Do Absoluto, Janela Espiritual, Exercício Da Alma

Deus criou o universo magnífico para que admirando essa obra de Suas mãos, chegássemos, através da procura do absoluto, ao conhecimento das perfeições dEle.


Procura Do Absoluto, Janela Espiritual, Exercício Da Alma

Índice

  1. O universo é imagem da alma humana

As academias do corpo estão por toda parte, já não precisam de recomendação. A nós, cabe fazer um convite a nossos leitores, para a academia da alma.

Queremos recomendar a nossos leitores, os exercícios espirituais da procura do absoluto. Um sadio equilíbrio entre alma e corpo faz parte daquilo que poderíamos chamar de bom senso, sabedoria natural, tradição milenar da humanidade.

Mens sana in corpore sano ("mente sã em corpo são") é uma citação latina, derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal. No contexto, a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida.
Wikipedia

Hoje, damos continuidade à formação da alma, abordando um atualissimo tema: a procura do absoluto.

O universo é imagem da alma humana

Vejamos o que nos diz o Prof. Plinio sobre essa procura do absoluto.

O universo material é uma imagem da alma humana. E todas as coisas que existem na matéria, inclusive os seus próprios movimentos, são analogias com a alma humana, que é a realidade mais alta e à qual todas devem servir de espelho, de meio de verificação, de conhecimento de si mesma.

O homem, ensina a Sagrada Escritura, foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gen. 1-26). Ao passo que os seres brutos, os seres vivos mas que não possum uma alma espiritual, como ensina São Boaventura, são vestígios de Deus. Por essa razão, a realidade mais alta, na criação visível, é homem, composto de corpo e alma.

Degraus para a procura do absoluto

O primeiro degrau é a consideração que o homem faz das coisas materiais e percebe nelas os “vestígios” de Deus, entendidos na linguagem de São Boaventura:

A Criação do mundo é como um livro no qual resplandece, manifesta-se e se lê a Trindade criadora em três graus de expressão, isto é, como vestígio, como imagem e como semelhança.
São Boaventura, Breviloquium, 2-12
Grandeza, esplendor, magnificência, majestade que nos elevam até Deus.Grandeza, esplendor, magnificência, majestade que nos elevam até Deus.

Dr. Plinio dá o exemplo do pôr do sol. O fenômeno do pôr do sol, traz-nos à mente ideias de grandeza, esplendor, magnificência, majestade que nos elevam até Deus.

"Por exemplo, quando o indivíduo fala da “glória” do sol poente, ou da “alegria” do sol nascente -- é claro que o sol, como uma bola de fogo, é incapaz de glória ou de alegria -- mas ele, como ser inerte, exprime ou representa qualidades, valores ou sentimentos que estão na alma humana."

Numa outra etapa vemos a analogia com o Criador, no caso “glória” e “alegria” subsistentes em Deus. Então, a “glória” do sol poente pode ser vista no homem e, num segundo degrau, aplicamos a Deus, vemos nela um reflexo do Criador.

Procura do absoluto em três graus

Então, subindo de grau em grau, podemos ver incialmente o absoluto enquanto simbolizado na natureza irracional (minerais, plantas, animais). Esse mesmo absoluto está mais perceptível enquanto existente no homem. E, por fim, num terceiro grau, é uma virtude enquanto subsiste, essencialmente personificada, em Deus.

Por isso, conclui o Prof. Plinio, “todo absoluto é necessariamente uma virtude moral.”

Outro exemplo acessível

O leão pode lembrar o guerreiro, o Rei perfeito ou o Pontífice perfeito, e assim por diante.O leão pode lembrar o guerreiro, o Rei perfeito ou o Pontífice perfeito, e assim por diante.

Vejamos mais um exemplo. A mãe pode dizer a uma criança que nunca tenha ouvido o leão rugir:

«Está ouvindo este trovão? O rugido do leão é assim».

Continua o Prof. Plinio:

"Agora, também o trovão lembra diretamente Deus. Não é verdade que o trovão só lembre o leão e que, por exemplo, não lembre o rei. Eu estou dando numa ordem que é uma ordem que admite saltos. E eu tenho que usar bem os símbolos, não só relacionando tudo com Deus, mas também usando símbolos inferiores para compreender melhor os superiores, nos quais melhor eu conhecerei a Deus."

Quer dizer, não basta eu ir diretamente a Deus; eu preciso compreender a reversão interna dos símbolos, nos diferentes graus da Criação, para depois chegar até Deus.

Por sua vez, o leão pode lembrar o guerreiro, o Rei perfeito ou o Pontífice perfeito, e assim por diante.

Isso não é sonho; é um exercício de seres racionais, criados à imagem de semelhança de Deus. É um exercício da alma.

"Deus criou o universo magnífico para que admirando essa obra de Suas mãos, chegássemos, através da procura do absoluto, ao conhecimento das perfeições dEle."

Em outra ocasião podemos ver mais algumas considerações sobre a procura do absoluto.

Pergunta oportuna: os fanáticos da ecologia sabem ver na natureza os reflexos do Criador? São Francisco de Assis contemplava a natureza como reflexo do Criador e seu contemporâneo e discípulo, São Boaventura, dedicou-se muito especialmente ao pulchrum (beleza).

Nossa Senhora, Sedes Sapientiae, nos dê o gosto das coisas espirituais, nos guie para contemplar na Criação os reflexos da Bondade Infinita.

Detalhes do artigo

Autor

Machado Costa

Machado Costa

55 artigos

Categorias

Tags

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Tenha certeza de nunca perder um conteúdo importante!

Artigos relacionados