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Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

Tempos novos, muito novos


Colheita de algodão em Campo Novo do Parecis (MT)

Incontáveis indígenas anelam se inserir no mundo civilizado, mas muitas ONGs e elementos da “esquerda católica” tentam impedi-los de abandonar os seus costumes selvagens. Em 2018, no Mato Grosso os índios Parecis plantaram 12 mil hectares de soja, e como “prêmio” receberam 44 multas do IBAMA, totalizando 129,2 milhões de reais. O motivo das multas? Castigo pelo fato de os índios terem plantado e colhido!

Tempos novos, muito novos mesmo, pois agora os índios querem produzir, empreender, sair do humilhante “zoológico” em que costumam ser apresentados ao mundo, espécie de cobaias para antropólogos e missionários inescrupulosos. Sem falar das ONGs que os rodeiam, gente com interesse pouco claro, mas que deixa evidente a intenção de tirar proveito disso.

Tal trama revolucionária da esquerda, em que missionários da igreja “progressista” se mostram contrários ao desenvolvimento espiritual e material dos índios, negando-lhes ensinar o evangelho, foi denunciada em 1977 por Plinio Corrêa de Oliveira, em seu livro Tribalismo Indígena – Ideal comuno-missionário para o Brasil no século XXI.

Nas suas pegadas, sempre empenhados em manter alto o estandarte alçado por este ilustre brasileiro, e, sobretudo dada a atualidade que o tema ganhou no Brasil em razão do Sínodo sobre a Amazônia, a ser realizado em Roma proximamente, fomos a Campo Novo do Parecis (MT) [foto ao lado] a fim de conhecer realidade sobre esses índios empreendedores que plantam e colhem, progridem e se civilizam.

Em fevereiro último, estiveram lá para o encerramento de um Encontro Nacional de Agricultores Indígenas, dois ministros de Estado. Na ocasião, a Ministra Tereza Cristina, da Agricultura, que é mato-grossense, declarou que a vontade dos índios é soberana, cabendo a eles decidirem o que fazer ou deixar de fazer. Já o Ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, observou que os índios plantam e produzem com muita competência, demonstrando aptidão para se integrarem ao agro sem perder suas origens.

No ensejo, os índios fizeram a ministra Tereza Cristina um pedido no qual reivindicaram crédito para aquisição de insumos e maquinário, além de mudanças na lei que os impede de comercializar o que vêm produzindo.

A ministra reafirmou a Ronaldo Paresi [foto ao lado], presidente da Cooperativa Agropecuária dos Povos Indígenas – Coopihanama, que eles merecem o mesmo apoio que os demais produtores rurais brasileiros. E espera que o exemplo deles possa contribuir para “mudar a miséria e a manipulação que existe hoje em torno dos povos indígenas do Brasil”.

Com efeito, eles vêm se destacando pela produção agrícola mecanizada de soja, milho e feijão. Na atual safra, segundo informações dos próprios indígenas, eles plantaram cerca de 19 mil hectares de grãos, produção autorizada pelos órgãos competentes.

Para a ministra Tereza Cristina, a FUNAI deve trabalhar com um novo olhar, cuidando dos direitos indígenas, sem considerá-los como “coitadinhos”, dando-lhes todas as condições para que consigam a autonomia de produzir, bem como possam desfrutar de boa qualidade de vida.

O Diretor Financeiro da Cooperativa, Adilson Paresi fez um resumo da exploração agrícola que os índios vêm fazendo. Segundo ele, “são nove terras indígenas totalizando 1.500.000 hectares, abrangendo cinco municípios circunvizinhos”.

Nessas terras há 63 aldeias com uma população de mais de 2.000 índios”. Área correspondente à metade da Bélgica, hoje habitada por 11 milhões de pessoas. Para Adilson, “sua etnia criou uma política de autossustentação dentro do seu território”.

Tempos novos, muito novos! Chamou-nos a atenção nas aldeias, cujas casas e mesmo as ocas ainda existentes possuem luz elétrica, geladeira, freezer, televisão, sinal de internet, ventiladores… Todas as crianças de certa idade já possuem o seu celular na palma da mão.

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Paulo Henrique Chaves

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