Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
2 min — há 2 anos — Atualizado em: 9/26/2022, 3:21:12 AM
Fonte: Revista Catolicismo, Nº 861, Setembro/2022
Ninguém pode negar que a Igreja Católica esteja atravessando uma imensa crise: queda vertiginosa da prática religiosa; escassez de vocações sacerdotais e religiosas; questionamento de dogmas de fé e de regras elementares da moral; perda de influência do clero, para citar apenas alguns dos sintomas mais palpáveis.
A maioria dos bispos presentes ao Concílio Vaticano II atribuiu os primeiros sintomas dessa crise à secularização da sociedade, fruto dos avanços da ciência e da técnica, com os quais o Céu estaria nesta Terra, não sendo mais preciso pedir o auxílio de Deus.
A Igreja deveria então modernizar-se. O resultado concreto foi que os padres abandonaram a batina e as freiras seus hábitos; as procissões e as devoções tradicionais foram supressas; não se falou mais dos Dez Mandamentos, do pecado e do Inferno, passando-se a falar sobretudo de justiça social, pobreza, solidariedade etc.
A Liturgia foi um lugar destacado da expressão desse aggiornamento ou “modernização”. A missa de domingo deixou de ser aquela cerimônia séria e sacral, ao som do órgão, com a finalidade de render culto a Deus, para se tornar uma reunião festiva ao som do violão e de batuques para celebrar os acontecimentos da semana na comunidade.
O problema foi que o diagnóstico estava errado, e o remédio era pior do que a doença. O povo não tinha perdido a fé em Deus e os progressos da técnica não preenchiam os anelos de Verdade, Bem e Beleza infinitos que o coração humano só encontra na união com o seu Criador. A dessacralização da religião e da Liturgia, em lugar de atrair as pessoas, esvaziou as igrejas e os seminários diocesanos.
Pelo contrário, as pouquíssimas igrejas onde a Missa tradicional continuava a ser celebrada foram se enchendo de jovens, atraídos e admirados pela sacralidade das cerimônias e de uma pregação firme das verdades da fé e da moral. Os seminários das comunidades que tinham optado pelo rito tradicional se encheram. O Papa Bento XVI decidiu então dar ampla liberdade à missa tradicional, como forma extraordinária do rito latino.
Mas o Papa Francisco, pelo contrário, com o ‘motu proprio’ Traditiones custodes, de julho do ano passado, restringiu radicalmente sua celebração, sob o pretexto de defender os avanços do Concílio Vaticano II. E em sua recente exortação apostólica Desiderio desideravi tentou justificar essa erradicação, fazendo a apologia da reforma litúrgica de Paulo VI, que introduziu a missa nova.
A principal matéria da revista Catolicismo deste mês faz uma análise desse último documento, mostrando que em vários aspectos ele fornece uma visão parcial e unilateral de importantes verdades da fé cuja expressão na Liturgia deve ser conforme o velho adágio lex orandi, lex credendi, ou seja, que a lei da oração deve seguir a lei da fé.
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