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Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

Coronavírus não consegue frear agropecuária nem caminhões


Seria faltar com o dever de justiça não nos lembrarmos dos heroicos agentes de saúde que não pararam um só instante. Alguns chegaram a praticar jornadas de 12 a 14 horas para salvar vítimas da pandemia. Para esses, alguma cobertura da imprensa houve. Cito o fato emocionante de dois filhos que no dia das mães colocaram capas de plástico e máscara e abraçaram de modo caloroso a mãe médica.

O que não vimos, e isso precisa ser reparado de algum modo, foi a atenção da mídia em relação ao produtor rural que continuou no batente de sol a sol, e muitos até nos domingos, pois há certas profissões que não podem parar, daí a cançoneta “pobre do leiteiro coitado, não conhece descanso, nem domingo, nem feriado”.

Quais cavaleiros andantes, os caminhoneiros não podem deixar de ser lembrados, pois basta substituir a palavra ‘leiteiro’ por ‘caminhoneiro’ que o verso se adapta. Com o fechamento dos postos de gasolina e restaurantes às margens das estradas, chegaram a ficar sem comida e banho. Já comparamos, em outra ocasião, o produtor rural e o caminhoneiro a irmãos siameses. Afinal, um não vive sem o outro.

Até um jornal citou palavras de um líder caminhoneiro que estava se ressentindo muito da quarentena, pois seus liderados traziam alimentos para as cidades, mas não encontravam frete de retorno em função de as indústrias estarem paradas por decisões de governadores e prefeitos inescrupulosos. Com efeito, eles têm se mostrado mais politiqueiros combatendo o governo Bolsonaro que trabalhando em benefício de seus eleitores.

Como se encontram cerceados pela vigilância do governo federal em relação aos seus costumeiros assaltos aos cofres públicos, muitos políticos se aproveitam de uma desgraça momentânea para declarar, com razão ou sem razão, ‘estado de calamidade pública’ em seus estados ou municípios, e assim poderem sem a devida licitação superfaturar as suas compras… A população que se arruíne! Afinal, eles têm um patrimônio a zelar!

Se esses políticos não quisessem o contágio, não teriam liberado o carnaval em São Paulo, no Rio e em outras cidades do País. A Fiocruz (“O Estado de S. Paulo” 12-5-20) atestou oficialmente que o vírus já estava presente no Brasil no início de janeiro. Na verdade, esses governadores e prefeitos deveriam passar por um tribunal e serem julgados na forma da lei, e sendo culpados, presos por crime de lesa-pátria, lesa-estado e lesa-vidas.

O jornal “El Pais” (24-5-20) indicava um total de 22.666 óbitos no Brasil. Pesquisa por Estados da Federação, em que governadores de esquerda liberaram o carnaval, apesar do vírus já estar grassando no Brasil, representou, até 24-5-20, o total de 87% dos óbitos por coronavírus.

Veja os óbitos de oito Estados:

Rio de Janeiro, 3.993;

Pará, 2.148;

Amazonas, 1.758;

Ceará, 2.324;

Pernambuco; 2.200;

São Paulo, 6.163;

Maranhão, 754;

Bahia, 460.

Total: 19.800 mortos.

Isso representa 87% do total de 22.666 óbitos por coronavírus no Brasil até o dia 24-5-20.

Além do mais, não é com ‘prisão domiciliar’, que leva o pomposo nome de ‘quarentena’, que se vai evitar a mortandade. A essa altura da quarentena o foco de contágio passou a ser domiciliar, assim como ocorreu na Itália. Nessas condições a quarentena precisa ser suspensa com urgência. Grande parte do problema teria sido evitada se o carnaval tivesse sido suspenso. Alguns políticos devem por justiça pagar por isso, e ainda serem obrigados a indenizar, com seus patrimônios nababescos, as suas vítimas!

O que vem ocorrendo no País, sob o pretexto da pandemia, é a privação de nossas liberdades a fim de implantar um controle comunista totalitário semelhante ao chinês. No twitter de um influente deputado podemos ler o seguinte: “Números não mentem, o portal transparência dos cartórios brasileiros registrou de 1º de março a 3 de maio de 2020, 166.657 óbitos. No mesmo período de 2019 foram 188.640 óbitos. Ou seja, ano passado tivemos 22.000 óbitos a mais! Mas, afinal o que está ocorrendo?

Apesar dos abusos dessas autoridades, que deverão ser responsabilizadas pelas mortes, os primeiros cinco meses da Covid-19 passaram de 22 mil mortos. Mesmo assim, seria preciso saber se esses óbitos foram ou não computados pelas nossas “urnas eletrônicas”… É trágico, mas não é o que os catastrofistas apregoavam. Disseram que mais de 1 milhão de pessoas iriam morrer no Brasil. Os mais modestos previam a morte de 500.000 pessoas, segundo projeções do Imperial College de Londres.

O desacreditado João Dória estimou para São Paulo mais da metade desses óbitos, 277.000 vítimas. Pode acontecer de ele promover um carnaval extemporâneo, e, assim conseguir a meta prevista. Um biólogo desconhecido andou concedendo entrevistas à mídia vermelho-marrom, blasonando com ares doutorais que, se não fossem seguidas as orientações do esquerdista etíope da OMS e os governadores comuno-carnavalescos, haveria centenas de milhares de mortos.

Prudência não faz mal a ninguém. Até podemos ser cautos em nossos prognósticos, mas fazer esse terrorismo, criar essa verdadeira psicose, não! E para quê? Qual foi o resultado de todo este trabalho midiático? Deixar a população mais desinformada? Criar e alimentar agitação política no País? Que riqueza ela produziu com isso? O bom senso de nosso povo protesta contra isso.

Enquanto a mídia se ocupava tão-só do coronavírus e da caotização política, o agronegócio não perdeu um minuto sequer. Plantou, colheu, distribuiu alimentos para a população e exportou como nunca. A safra 2019/2020 produziu 252 milhões de toneladas de grãos, um recorde, apesar de uma seca temporã no meio da safra em dois Estados expoentes de produção, Paraná e Mato Grosso do Sul, e agora atingindo o Rio Grande do Sul.

Atingimos esses 252 milhões de toneladas de grãos, dos quais o principal foi a soja com 122 milhões de toneladas, o que fez com que ultrapassássemos pela primeira vez os EUA em produção. Um recorde na produção de açúcar, com 35 milhões de toneladas. O café com safra de 62 milhões de sacas, representando 30% da produção mundial. O valor bruto da produção no agronegócio foi de mais de 700 bilhões de reais, ou seja, uma riqueza que não teria jamais existido, tendo sido tirada da terra ao produzir essa quantidade nova de valor no mercado.

Nas exportações, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério da Economia, em abril o Brasil exportou o maior volume registrado em um único mês em toda a nossa história, 16.300.000 toneladas de soja, totalizando 5,5 bilhões de dólares, montante 65% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado (“Valor Econômico” 7-5-20).

Para diversificar nossas exportações e não depender só da China, abrimos mercados em mais 18 países, apenas nos quatro primeiros meses de 2020. Exportações transportadas em grande parte pelos corajosos caminhoneiros, mesmo sem comida, sem banho e sem assistência técnica para borracharia e defeitos mecânicos, em razão das medidas arbitrárias de certos governadores que fecharam todas as portas aos pobres motoristas.

Para tocarmos com as mãos o flagrante contraste, a poucos quilômetros da cidade que ficou famosa pelo lançamento do programa fome zero, em 2003, do Lula — a cidade de Guaribas, no Piauí — a população implorou ao então Presidente: “Não queremos primordialmente comida, mas boa estrada para escoar nossa produção, vendida a preços aviltados pelos atravessadores”.

Pois bem, a revista política de esquerda, “Piauí”, fazendo jus ao seu nome, em seu número 163, de abril de 2020, traz uma reportagem feita pelo jornalista Rafael Cariello, que lá esteve para fazer uma radiografia da cidade 17 anos depois. A estrada implorada pela população e prometida pelo Governo Federal ainda não foi feita. São 50 quilômetros de atoleiros no verão e 50 quilômetros de buracos e poeira no inverno. Infelizmente a pobre Guaribas continua isolada e pobre.

A empresa que começou as obras fez um pouco de terraplenagem e rompeu o contrato. Outra construtora entrou na obra, pois tinha ficado em segundo lugar na licitação. E agora o Governo Bolsonaro liberou uma parte da verba e o asfaltamento já está sendo realizado.

O jornalista descreve bem o contraste entre a pobre Guaribas, na encosta da Serra da Confusão e o planalto, distante 100 km dali, com um desenvolvimento estupendo da fronteira agrícola, no município de Bom Jesus. “O contraste com Guaribas, Caracol ou qualquer outro lugar do semiárido era evidente, perceptível nas construções, na pavimentação e nas ruas, nos tipos de automóveis. No comércio, lojas grandes vendiam colchões, móveis, motos, carros. Numa das pontas da cidade, havia uma enorme revendedora de maquinário agrícola, os veículos expostos na entrada: pulverizador, trator, plantadeira. Às portas do restaurante Gurgueia Grill, uma coleção de carros grandes e caros: Hilux, Frontier, Amarok. Insumos para soja, agrobusiness. Bom Jesus fazia lembrar uma cidade do centro-oeste”.

O prêmio ‘Oscar’ da Soja 2020 — imitação do prêmio que é dado aos melhores filmes de Hollywood, promovido pelo Canal Rural e outros patrocinadores foi entregue ao produtor Cornélio Sanders que possui fazenda próxima a Bom Jesus. Sua família saiu do Rio Grande do Sul em 1969 e, depois de passar pelo Mato Grosso do Sul e Mato Grosso foi para o serrado do Piauí, local da atual cidade de Sebastião Leal, pois nos Atlas de 2005 ela ainda não constava.

Lá, a família desenvolveu sementes adaptadas ao clima e as difundiu para muitos médios e pequenos produtores que hoje plantam com alta tecnologia, gerando milhares de empregos diretos e indiretos. A cidade já tem 4.000 habitantes e está em franco progresso. Além da soja, produz milho e algodão. O contraste é flagrante. O Brasil que dá certo e que não para — apesar de muitos governadores e prefeitos de mentalidade retrógrada e tacanha — lentamente vai galgando posições como o maior fornecedor de alimentos do planeta.

No mundo, que enfrenta o coronavírus, assistimos ao desfilar histórico de potências do petróleo, nucleares, de armas bacteriológicas e psicológicas, da internet 5G, e nos perguntamos de que valem todos esses poderes se não existisse a parte principal de qualquer serviço de intendência, ou seja, a alimentação…

Os romanos dominaram Cártago para suprir Roma de alimentos. Napoleão padeceu na Rússia por causa do frio, mas certamente a fome teve grande parte na dizimação de seu exército de 600.000 homens. A Bíblia nos diz que Jacó partiu para o Egito com seu povo porque não tinha comida…

Com efeito, hoje o Brasil é uma potência com o maior arsenal alimentício do mundo e não precisa se utilizar disso para chantagear quem quer que seja, nem mesmo como instrumento de poder. Mas, se forçado a mostrar tal poder e domínio, poderá fazê-lo exigindo apenas — como nos jogos de bola entre meninos — respeito pleno pelo dono da bola pois, caso contrário, não há jogo.

Assim nossas autoridades deverão saber se impor face ao comunismo amarelo, ou de qualquer matiz, demonstrando que, ao se fechar às chantagens internacionais, uma coisa é certa, de fome os brasileiros não morrerão. E os outros povos poderão até ‘beber’ petróleo, ‘comer’ chips de computador, ‘haurir’ energia nuclear para continuar vivendo…

O Brasil precisa deixar de lado o dito complexo de vira-lata, ou seja, de ficar aguentando desaforos e pontapés do dono da lata. O País precisa, sim, inverter esse jogo e mostrar ao mundo que ele possui parte desta “lata” que contém o indispensável a qualquer ser vivo, ou seja, alimentos em abundância. Sem orgulho, mas altaneiro, deverá ocupar o seu devido lugar no concerto das nações do século XXI.

Qual a razão de tratar desse Brasil que dá certo?

Não é por mero patriotismo sem substância. No ano passado, passamos por uma tentativa frustrada de internacionalização da Amazônia, tendo à frente a teologia da libertação que, a cavalo no Sínodo dos Bispos, tinha esse desiderato. As forças vivas da nação se levantaram e o plano falhou. Agora um novo leviatã se levanta para prostrar a nação brasileira com uma ditadura tipo chinesa, com as bênçãos do mesmo Vaticano que promoveu o Sínodo e que agora fecha as Igrejas em todo o mundo.

São cúmplices da perseguição religiosa implacável na China e agora tentam implantar esse modelo no Brasil cristão e no Mundo. Mas, o Brasil se levantará como Cristo no Horto da Oliveiras, conforme histórica conferência de Plinio Corrêa de Oliveira, e quando perguntarem, és tu o Brasil Cristão, ele se levantará com toda a força e dirá Ego Sum, Sou Eu, e os inimigos cairão todos por terra. Que Nossa Senhora Aparecida proteja o Brasil e os brasileiros do vírus chinês e de todos os embustes que ele traz consigo.

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Helio Brambilla

Helio Brambilla

38 artigos

Diretor de Paz no Campo e colaborador do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira. É autor de diversos artigos sobre a questão agrária, quilombola e propriedade privada no Brasil.

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