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Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

Em uma semana, dois atentados

Por Frederico R. de Abranches Viotti

6 minhá 6 anos — Atualizado em: 9/10/2018, 10:14:28 PM


Alguns fatos impactam a Opinião Pública de um país.

Durante mais de uma década, uma seita vermelha governou o Brasil impondo sua agenda ideológica contra a família e contra a propriedade, instrumentalizando o Estado e servindo-se dele para alimentar um partido e seus aliados.

A Esquerda provocou os Pacatos

Confrontando continuamente a índole ordeira de nosso país, os sucessivos governos de esquerda provocaram a reação da maioria silenciosa. Uma maioria que não costuma se manifestar publicamente, mas que procura progredir na vida, educar seus filhos com os princípios que aprenderam de seus pais e trabalhar na pacatez da vida cotidiana.

Já em 1982, comentando esse aspecto da alma do brasileiro, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira advertia que se a esquerda, uma vez no Poder, fosse açodada em impor sua agenda, fosse persecutória, o Brasil se distanciaria dela em um primeiro momento. Depois, ficaria ressentido. Por fim, ficaria furioso. E, agindo assim: “A esquerda terá perdido a partida da popularidade”.[1].

Essas palavras de advertência são hoje mais atuais do que nunca.

O Brasil reagiu

A esquerda perdeu a popularidade. Como uma única voz, os brasileiros foram às ruas em verde e amarelo e se manifestaram pacificamente contra um projeto de Poder que tinha na corrupção um de seus tentáculos.

Nossa bandeira jamais será vermelha” e “Eu quero o meu Brasil de volta” repetiram milhões de pessoas pelo país inteiro. Ostentando o verde e o amarelo e cantando o Hino Nacional, tais pessoas demonstraram o que desejavam para o País.

O incêndio do Palácio de São Cristóvão

No dia 2 de setembro último, um incêndio devastou a antiga residência da Família Imperial brasileira, o Palácio de São Cristóvão [foto ao lado], que abriga o Museu Nacional.

Foi também em um dia 2 de setembro, há exatos 196 anos, que a Princesa Leopoldina, enquanto Regente e nesse mesmo Palácio de São Cristóvão, assinou a ata da reunião do Conselho de Estado na qual foi decidida a independência do Brasil. Cinco dias depois, no dia 7 de Setembro, D. Pedro I proclamou a Independência.

Uma coincidência de datas e de local. Um símbolo de um país que se emancipava de Portugal, tornando-se independente, mas que agora, quase dois séculos depois, era consumido pelas chamas.

Uma parte de nossa identidade, da identidade que se buscou preservar nas manifestações em defesa do Brasil, que agora queimava aos olhos de todos.

Eu quero o meu Brasil de volta, diziam os manifestantes. Mas uma parte dele era queimada no dia 2 de setembro de 2018.

Ao contrário de outros incêndios que ocorreram em museus brasileiros nos últimos anos, este causou uma profunda comoção.

O atentado contra Jair Bolsonaro

Quatro dias depois, outro acontecimento impactou o Brasil.

A um mês das eleições, o candidato que, para muitos brasileiros, representa uma reação contra o PT, contra a corrupção, contra a loucura do politicamente correto e da Ideologia de gênero, sofre um atentado durante um comício.

Era o início da tarde do dia 6 de setembro quando, carregado nos braços de seus correligionários, o candidato Jair Bolsonaro é esfaqueado por um ativista de esquerda. As investigações ainda estão em andamento sobre sua ligação com partidos políticos e mesmo sobre a sua sanidade mental. Mas o fato era inequívoco. Tratava-se de uma tentativa de assassinato contra um candidato à Presidência da República que ocupa a liderança nas pesquisas eleitorais.

Algo estranho ao nosso país, conhecido pela pacatez de seu povo, ao menos até a esquerda tomar o Poder.

Um atentado como esse só pode causar repulsa em todas as pessoas de bem, que esperam a pronta e total recuperação de Bolsonaro.

Dois acontecimentos que se somam

O incêndio do Palácio São Cristóvão e a tentativa de assassinato do candidato Jair Bolsonaro são dois fatos isolados, até onde se saiba, mas que formam um quadro de instabilidade de grande alcance pelo impacto que causaram.

O Brasil real se distancia dos políticos

O País está cansado da esquerda, dessa perseguição do Politicamente Correto e da deturpação do conceito de Direitos Humanos que essa mesma Esquerda patrocina.

Se os políticos, sejam eles de qualquer viés ideológico, não perceberem esse desejo e continuarem a provocar a Opinião Pública, esta lhes escapará das mãos.

Em 1987, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira analisou o Projeto de Constituição do Brasil. Dizia ele sobre esse distanciamento cada vez maior entre o que deseja o Brasil e o que resolvem os políticos:

À medida, porém, que o Brasil de superfície caminhe para a extrema-esquerda, irá se distanciando mais e mais do Brasil de profundidade. E este último irá despertando, em cada região, do velho letargo. E de futuro os que atuarem na vida pública de nosso País terão de tomar isto em consideração. Se tal não ocorrer, convém insistir em que o divórcio entre o País legal e o País real será inevitável. Criar-se-á então uma daquelas situações históricas dramáticas, nas quais a massa da Nação sai de dentro do Estado. Em outros termos, quando as leis fundamentais que modelam as estruturas e regem a vida de um Estado e de uma sociedade deixam de ter uma sincronia profunda e vital com os ideais, os anelos e os modos de ser da nação, tudo caminha nesta para o imprevisto.[2]

Serenidade e Firmeza pela Restauração do Brasil

Nesse momento, o Brasil precisa de serenidade. Uma serenidade que só é verdadeira se for acompanhada da firmeza na defesa dos valores autenticamente nacionais, sempre de forma legal e pacífica.

A esquerda brasileira, inspirada pelo conceito marxista da luta de classes, dividiu nosso país. Devemos nós, defensores da Civilização Cristã, buscar restaurar o Brasil que é fiel a si mesmo, à sua identidade, ao seu passado.

A inveja destrói o que conquista. Não é possível um país progredir quando seus políticos se deixam levar por uma ideologia que, pelo seu igualitarismo, institucionaliza a inveja, defende a expropriação daquilo que outros conquistaram com seu trabalho.

É preciso respeitar a propriedade, o trabalho acumulado honestamente, a família. Sem isso, não há verdadeira paz social ou progresso econômico. Sobretudo, sem o respeito à Lei Natural e à Lei de Deus, não há nação que se mantenha.

Nossa Senhora nos ajudará nessa empreitada. Saibamos rezar e lutar, sempre dentro da lei, para que o Brasil se livre da seita vermelha.

[1] Cuidado com os pacatos!, in Folha de S. Paulo, 14 de dezembro de 1982.

[2] Projeto de Constituição Angustia o País. Editora Vera Cruz Ltda. S. Paulo, 1987, p. 201 (grifos nossos).

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Frederico R. de Abranches Viotti

Frederico R. de Abranches Viotti

164 artigos

Bacharel em Direito e em Ciência Política e pesquisador na área da História da Igreja e de apologética católica. Escreveu um importante estudo sobre a New Age ou Nova Era, que serve de alerta aos católicos.

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