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Entusiasmo impulsiona restauração de Notre Dame como na Idade Média


Já foram escolhidos os oito carvalhos de dois séculos para a agulha de Notre Dame

Com presteza e exigência já foram escolhidos os oito majestosos carvalhos da floresta de Bercé, centro-oeste da França, velhos de dois séculos, cuja preciosa madeira apresentou as melhores qualidades para sustentar a futura agulha de Notre Dame de Paris, noticiou “Clarin”.

São árvores incomuns, com mais de 20 metros de altura em seu tronco útil e um metro de diâmetro, selecionadas arquitetos-chefes Philippe Villeneuve e Rémi Fromont.

Esses carvalhos vão garantir as fundações de uma estrutura de cerca de 300 toneladas.

Foram procuradas com drones que elaboraram os perfis de cada uma em 3D.

As árvores deviam ser ligeiramente curvas para acompanhar as abóbadas e se juntar às colunas do transepto.

Serão trabalhadas com instrumentos e técnicas medievais mais próprios a produzir o efeito desejado.

O Pe. Martin Bonnassieux abençoa o bosque
onde os lenhadores abaterão os carvalhos para Notre Dame

A mídia americana tem destacado esta revivescência dos tempos em que “a influência da sabedoria cristã e a sua virtude divina penetravam as leis, as instituições, os costumes dos povos”. (Leão XIII, “Immortale Dei”, de 1º-XI-1885, “Bonne Presse”, Paris, vol. II).

São as mais perfeitas, mas nem de longe as únicas. 

Ao todo, mil carvalhos seletos foram oferecidos em todo o país. 

Metade vem de florestas nacionais e a outra de 150 florestas privadas, que doaram. Doadores estrangeiros também ofereceram suas árvores.

Para as estruturas medievais do teto da nave e do coro ainda será feita uma seleção entre milhares de árvores mais jovens.

A “colheita” deve render mil exemplares e deve concluir este ano.

Maquete de Notre Dame

As toras secarão durante seis meses nas florestas e serão transferidas para uma vintena de serrarias onde aguardarão entre 12 e 18 meses até atingirem uma umidade de pelo menos 30%.

No início de 2023, serão trabalhadas segundo os planos do arquiteto Eugène Viollet-Le-Duc, que restaurou a catedral no século XIX, para se obter uma reconstrução idêntica.

Todas essas árvores podem parecer muitas e custosas. Mas na realidade são muitíssimo poucas e são gratuitas! É o contrário de matérias primas sofisticadas modernas.

De acordo com a Oficina Nacional de Bosques (ONF), o milheiro de carvalhos que será usado representa 0,1% do corte anual da madeira de carvalho para construção ou móveis na França.

Cada tora é trabalhada minuciosamente com arte e instrumentos
como os originais  medievais

Aliás, explicou Aymeric Albert, diretor da ONF, na França “crescem mais carvalhos do que abatidos: três milhões de metros cúbicos, ante dois milhões, a cada ano”.

A seleção dessas árvores magníficas é “o início do renascimento real da catedral”, se regozijou o arquiteto Villeneuve.

O general Jean-Louis Georgelin, responsável de que a restauração do templo gótico conclua na data fixada, confirmou: “estamos dentro dos prazos para abrir a catedral ao culto em 2024”.

O caos político, social, cultural e religioso que penetra todos os setores da sociedade francesa reacendeu o desejo de se voltar para a ordem, à hierarquia e à beleza também social, cultural e religiosa.

Essa saudade conferiu um impulso inimaginado pela restauração idêntica ao modelo medieval da catedral.

Esse élan ganhou velocidade com a contribuição desinteressada de diversos setores franceses que aspiram a tornar, se possível, mais bela do que antes a catedral de Nossa Senhora, a rainha medieval de Paris.

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Luis Dufaur

Luis Dufaur

1042 artigos

Escritor, jornalista, conferencista de política internacional no Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, webmaster de diversos blogs.

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