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Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

Universitas, Organicidade, o contrário do Great Reset socialista


O Great Reset é a morte de toda organicidade, sufoca o empuxe vital dos indivíduos, ele é a nova senzala do gênero humano. Organicidade, pelo contrário, se define como a antítese da planificação socialista, da massificação, da ditadura estatal.

Exemplo recente de socialismo ditatorial: um decreto do governador de São Paulo, na Pandemia, vale para a Capital de 20 milhões de habitantes, cidades médias e igualmente para os menores povoados. Não respeita região, diversidades, regionalismos … não toma em consideração as sociedades intermediárias que tanto poderiam ajudar em salvar vidas.

Hoje, queremos tratar do Princípio Universitário ( a Universitas ), uma sábia conquista medieval, que indica o modo pelo qual a sociedade orgânica estimula, favorece e protege indivíduos, famílias, Nações.

Universitas era o grupo social

Estamos vendo, nessa série de artigos, conceitos antissocialistas, anti totalitários em oposição ao plano da Revolução do Great Reset.

Nosso Site já publicou sobre a ditadura do Great Reset: “Eu não quero que vocês tenham esperanças, eu quero que vocês entrem em pânico[66]. Coube ao fundador-presidente do Fórum, o Dr. Klaus Schwab, materializar o desejo da jovem ativista, e o fez declarando: “A pandemia representa uma rara e estreita janela de oportunidade para refletir, reimaginar e redefinir tudo, e criar um futuro mais saudável, mais equitativo e mais próspero”[67]. Palavras aparentemente simpáticas, mas que ocultam a enorme mudança social que está em curso e à qual se deu o nome de “novo normal” e “Great Reset”. https://ipco.org.br/algoritmo-robo-ou-subsidiariedade-sociedade-organica-versus-great-reset/

Pelo contrário, a Universitas, como veremos, não era apenas a Universidade, no sentido moderno da palavra, mas era uma adaptação de uma palavra latina que vem de universo. E a Universitas era todo e cada um grupo social que organicamente surgisse.

Exemplos de Unversitas

Todo o grupo social orgânico, constitui uma Universitas, explica o Prof. Plinio: “Assim nós tínhamos os comerciantes que faziam transportes fluviais no Rio Sena. O Rio Sena é uma verdadeira estrada. Não tem cachoeiras, não tem nada disso, percorre regiões muito ricas, etc., e era uma estrada muito apreciada naquele tempo. Os comerciantes do Sena constituíam um todo. Resultado: esse todo se governava a si mesmo, por meio de eleições internas.”

Os passageiros de um metro, o público de um teatro ou de um concerto musical, não consituem uma Universitas. Menos ainda, um Sindicato moderno controlado por petistas.

“Outro exemplo, os professores das faculdades constituíam um todo. Eles governavam a faculdade por eleições internas. E assim cada grupo social constituía um todo. Uma cidade era um todo, ela se governava por eleições internas e por autoridades saídas de dentro dela.”

Em que consiste esse micro governo? Qual a sua autonomia?

É o governo em ponto pequeno, para atender às necessidades dos grupos intermediários; ele é voltado para os assuntos internos, não é o governo do Município, do Estado, da Nação.

Continua o Prof. Plinio: “O governo local das cidades era das próprias cidades, como o governo das corporações era das corporações, ou o governo das universidades era dos professores universitários.” Ele dá o exemplo da Faculdade de Direito de São Paulo, com essa regalia curiosa que se conservou até há algum tempo atrás em São Paulo: a polícia não podia entrar na Faculdade. Ela vem do tempo do Império, em que o diretor da Faculdade de Direito tinha o poder de delegado de polícia junto aos estudantes. Porque a faculdade é um todo, então a autoridade dela manda no todo.

Para os espíritos deformados pelo socialismo, pelo centralismo, pelo estatismo isso é quase incompreensível: os grupos sociais intermediários tenderem a constituir um conjunto para o bem comum dos membros.

Outro exemplo é a instituição das Santas Casas de Misericórdia.

A Santa Casa da Misericórdia, em São Paulo, se fosse na Idade Média, era um todo autônomo. E o provedor da Santa Casa teria funções de administração pública, local, dentro da Santa Casa.

A Universitas participa, organicamente, da soberania

Esse é o princípio universitário, que é magnífico, orgânico, acrescenta o Prof. Plinio.  

Isso se chamava, naquele tempo de organicidade, o princípio universitário, “por onde sempre que um grupo tomava uma espécie de consciência de ser um grupo, podia se transformar numa Universitas, ou seja, grupo social.”  

Em outras palavras, sempre que se constituir na sociedade uma célula de determinado vulto, pela ordem natural das coisas esta célula começa a exercer algumas parcelas da soberania.

Na medida em que esta célula se desenvolve, vai se ampliando o número de parcelas de soberania que ela vai exercendo. Por um processo de desenvolvimento gradual, orgânico, de acordo com circunstâncias históricas.

“Pelo princípio universitário, sempre que se constitui uma célula social de certa pujança, ela não fica confinada a um determinado campo, mas ela começa a envolver todos os domínios de atividade da existência das pessoas que estão empenhadas nela, que estão dentro dela.”

Como consequência natural, orgânica, uma corporação de ofício, na Idade Média, acaba sendo sociedade recreativa, religiosa, cooperativa etc. Tinha suas festas, seu padroeiro, seu amparo aos membros.

Uma organicidade que o socialismo detesta

Comenta o Prof. Plinio que uma obra de caridade, do tipo de Santa Casa, pode acabar se transformando numa espécie de unidade que abrange toda a vida dos médicos, dos enfermeiros, mesmo de certos doentes que se tornam crônicos e que passam a fazer parte da instituição.

Esse é um conceito oposto ao socialismo, ao Great Reset. Supor autonomias locais, de grupos sociais, longe da planificação estatolátrica do Poder Central, se chama organicidade.

Continua: “Tudo isto abarca a vida inteira desta gente, de maneira que a condição deles não é de serem brasileiros maiores de 21 anos, mas esta condição de brasileiros neles se colore de uma tinta particular; são, por exemplo, médicos, mas de uma tinta particular: médicos da Santa Casa.

“Eles convivem entre si, se dão entre si, formam uma pequena sociedade entre eles. Esta pequena sociedade fica com que uma alta sociedade em relação à sociedade dos enfermeiros ou dos funcionários administrativos da Santa Casa. A vida toda deles é abarcada por este grupo social. Quando um grupo social abarca grande parte ou a totalidade da vida dos elementos que nele atuam, então aí se define o vulto verdadeiro para começar o exercício das funções da soberania.”

***

Esta classificação de fins se liga ao princípio universitário, segundo qual se afirma que toda sociedade que tem um determinado fim próximo, repercute, irradia, se difunde por uma série de fins colaterais, subsidiários. Esse seria o desdobramento natural, orgânico e antissocialista.

Talvez o leitor, vendo essas considerações sobre a organicidade medieval, se sinta num mundo irreal, uma espécie de quimera, ou utopia de tal maneira a força vital de indivíduos, famílias, grupos, organizações se encontra enjaulada, pela socialização, no mundo moderno.

Não se trata de utopia, ela existiu. Orgânico é tudo aquilo que respeita a Lei Natural, as qualidades postas por Deus nos homens, nas famílias, nos grupos sociais. Quão diferente de CUT, MST, ONU ou Great Reset.

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Esse ainda será um grande País! Nas vias da Civilização Cristã.

“Quando nosso poeta cantava que “nossa terra tem palmeiras onde canta o sabiá, e que as aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá”, percebeu, talvez confusamente, que a Providência depositou na natureza brasileira a promessa de um porvir igual ao dos maiores povos da Terra.

https://www.pliniocorreadeoliveira.info/Disc_Congr_Eucar_42.htm#.YMFPOflKiMo

Nas vias da organicidade, na defesa dos Valores Morais encontrará o Brasil a realização de sua providencial Missão. Com o favor de Nossa Senhora Aparecida esse ainda será um grande País! Longe das esquerdas, do Novo Normal, do Great Reset sonhado por ONU, Bill Gates, Soros, Forum Econômico Mundial e ainda que conte com certa bênção de eclesiásticos progressistas, o Brasil é chamado a ser líder nas Américas e exemplo para o Mundo Livre.

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Machado Costa

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