Portal do IPCO
Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação
Logo do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
Instituto

Plinio Corrêa de Oliveira

Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

Espionagem ‘ilegal’ de Putin surpreende Ocidente adormecido

Por Luis Dufaur

4 minhá 5 anos


Um ano após a tentativa de assassinato de Sergueï Skripal, os matadores do Kremlin continuam impunes

As investigações sobre o envenenamento quase fatal do ex-espião russo Serguei Skripal e de sua filha no Reino Unido prosseguem e acabaram de convencer o Ocidente de que Moscou não está jogando “limpo”, segundo observou o jornal de Madri “El Mundo”. 

O último ‘golpe’ assassino dos agentes silenciosos do Kremlin pôs em ressalto a “via selvagem” dos operativos secretos de Moscou no exterior.

A espionagem sempre existiu, mas Ocidente acreditava assaz tolamente que havia perdido muito de sua extensão e da ferocidade criminosa com a queda da URSS em 1989.

A tentativa de assassinato de Skripal patenteou que a máquina secreta russa está trabalhando de um modo escancarado em numerosos países, notadamente nos EUA, no Canadá e na Holanda.

Skripal foi formado na mesma escola de Vladimir Putin e enviado ao Ocidente. Acabou sendo identificado pelos serviços de inteligência britânicos e se dispôs a colaborar com eles.

Mais tarde, o então agente duplo foi descoberto e encarcerado pelos russos. No fim, se beneficiou de uma troca de agentes em 2010 e se refugiou em Salisbury, amparado pelo acordo de troca.

Mais de 60 pessoas envenenadas na área do crime

Mas a o GRU (Glavnoe Razvedyvatelnoe Upravlenie, ou Diretório Principal de Inteligência), do exército russo, não perdoa os renegados, ainda que a vingança demore. E quanto mais demora a morte é mais cruel. O GRU continua famoso com sua velha sigla embora foi rebatizado como GU para ocidental ver.

De ali a intoxicação de Skripal e sua filha com ‘Novichok’, um agente tóxico de difícil manipulação reservado como sádico aviso a outros possíveis espiões renegados. Skripal teria cometido um crime supremo denunciando as conexões dos espiões de Putin e da máfia russa, segundo a BBC.

Putin quer agentes que se não são infalíveis pelo menos ninguém segura. O GRU recruta e forma esses agentes. Por isso tem acesso direto ao presidente que autoriza atividades sem controle institucional, custem o que custar.

“Sua mentalidade é agressiva, militar, cumprir a missão é mais importante que evitar riscos”, explica Mark Galeotti, especialista em serviços secretos russos e investigador no Instituto de Relações Internacionais de Praga.

O GRU está mandado fazer para os “novos campos de batalha com contornos duvidosos”: a Síria, a África, o Meio Oriente. Entornos ‘selvagens’ sem normas nem bandos bem definidos.

O GRU, que Galeotti definiu em livro de ‘Super Máfia’ está autorizado a instalar espiões ‘ilegais’ que nem os serviços diplomáticos nem os outros serviços russos podem conhecer. Esses só obedecem a ordens do chefe supremo de Moscou.

‘O Aquário’: nova sede da espionagem militar russa inaugurada por Putin, custou bilhões

O ‘Aquário’ é o nome do complexo de prédios envidraçados onde funciona o quartel geral do GRU em Moscou.

Os agentes adotam novas identidades, geralmente com os nomes mais comuns na Rússia. O GRU, obviamente, os conhece e chama de ‘verdugos’ aos agentes e seus passaportes.

“Não são clássicos espiões, não colhem informação, esses matam”, explicou Pavel Felgenhauer, analista militar russo no jornal ‘Novaya Gazeta’. 

Segundo Felgenhauer, a tentativa de assassinato em Salisbury revela uma “presença tão ativa nos países da NATO que é má noticia, porque em geral acostumam agir em locais onde vai começar uma guerra”.

O GRU também é importante ator na espionagem cibernética e recruta especialistas em informática.

Por isso, Andrei Soldatov, especialista em espionagem e autor de ‘The new nobility’, escreve que o velho GRU, fundado em 1918 no auge da guerra civil russa e que esmagou as oposições à ditadura leninista, constitui o ‘estado dentro do Estado’ que sobreviveu sem transformações a Stalin e ao fim da URSS. 

Hoje aparece mais adaptado às novas realidades geopolíticas que qualquer outra agência russa.

Seus homens, matadores seletos, estão mais atrevidos do que nunca, e sabem que o chefe Vladimir Putin está os observando. 

Mais artigos sobre a Rússia em: https://ipco.org.br/blogs/flagelo-russo/

Detalhes do artigo

Autor

Luis Dufaur

Luis Dufaur

1043 artigos

Escritor, jornalista, conferencista de política internacional no Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, webmaster de diversos blogs.

Categorias

Tags

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Tenha certeza de nunca perder um conteúdo importante!

Artigos relacionados