Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 8 anos — Atualizado em: 5/1/2017, 9:20:24 PM
Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, no dia 13 de setembro p.p., Dr. Cristiano Nabuco, psicólogo do Hospital das Clínicas de S. Paulo, afirmou que “estamos criando uma geração de alienados”. O uso exagerado dos smartphones seria uma das causas desse mal em nossa sociedade.
Em todos os lugares – nas ruas, nos aeroportos, nos meios de transportes, nos restaurantes, na escola etc. – vemos pessoas com a atenção posta em seus smartphones. Até mesmo num jantar ou almoço em família, ao invés de conversarem ou discutirem a respeito de um assunto de interesse geral, muitos ficam conectados às redes sociais passando mensagens e se comunicando com outros “amigos” virtuais que nem sequer os conhecem pessoalmente.
Além disso, o smartphone tem sido um problema nas salas de aula não só entre os adolescentes do curso médio, mas até mesmo entre universitários ou graduados. Assim, observa o Dr. Nabuco: “Grande parte das informações que nos chegam pelos smartphones são absolutamente irrelevantes. Essa alternância de operação mental de ler um livro e parar para ver o celular, ouvir o professor e checar o celular, debruçar sobre um trabalho e voltar para o celular, começa a criar um padrão onde progressivamente o cérebro vai perdendo a capacidade de se aprofundar. A ponto de hoje, muitas vezes, quando nós vamos dar aula para os jovens na universidade e na graduação, eles não conseguem mais se debruçar e se aprofundar sobre textos mais densos. Eles perderam a capacidade de concentração. O manuseio contínuo das redes sociais, das buscas, da música e da fotografia, à ‘caça’ ao Pokemon, tudo isso cria uma poluição que compromete profundamente a lógica e a capacidade de raciocínio (…) Eles não conseguem mais se debruçar e se aprofundar sobre textos mais densos. Eles perderam a capacidade de concentração”. (os destaques são nossos)
O uso do celular tem causado em certas pessoas uma dependência semelhante àquelas dos viciados em álcool ou drogas alucinógenas. Assim como existe a dependência química, existe também a dependência comportamental. E o uso exagerado da internet e do celular está se tornando um problema patológico. Alguns, segundo o entrevistado, chegam mesmo a explicitar: “O celular é meu Prozac virtual, cada vez que eu me sinto mal eu vou para o smartphone e lá eu encontro tudo”.
Contudo, não é só o Dr. Cristiano Nabuco que revela tais problemas em relação ao uso exagerado do celular. Outros estudiosos e sociólogos também já manifestaram preocupações. Cal Newport, em seu livro “Deep Work”, afirma que os smartphones e outros dispositivos acostumam o cérebro a estar constantemente distraído. Ele constata que os seus usuários vivem em um estado de atenção dividida e não conseguem se concentrar para fazer seu verdadeiro trabalho, pois tais dispositivos deterioram a capacidade de pensar e trabalhar com profundidade.
John Horvat II, autor do best-seller “Return to Order”, observa, por sua vez, que “o abuso de smartphones é produto de uma sociedade frenética e desequilibrada. Não se trata somente do telefone, mas daquilo que poderia ser chamado de intemperança frenética, onde todos têm que ter tudo, instantaneamente e sem esforço. Chegou a hora de uma volta à família, à comunidade, à fé — coisas permanentes que realmente importam e não devem ser interrompidas.” (Cfr. https://ipco.org.br/por-que-gente-esperta-usa-telefone-burro)
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