Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 7 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 8:47:19 PM
A maioria das pessoas é consciente do poder do traje para influenciar o juízo dos outros a nosso respeito. Contudo, podemos nos perguntar se o traje pode afetar nossos próprios pensamentos e a nossa personalidade.
O Dr. Adam D. Galinsky e seu colega Hajo Adam (fotos ao lado), professores da Escola de Administração Kellogg da Universidade Northwestern, de Illinois, pesquisaram sobre os efeitos do traje nos processos cognitivos e quais tipos de roupa podem nos deixar felizes, tristes, enérgicos, preguiçosos etc.[1]
O estudo – publicado na Revista de Psicologia Social Experimental – é o desenvolvimento científico do que chamaram cognição incorporada.[2]
Os pesquisadores observaram que “a experiência de lavar as mãos está associada à pureza moral e aos juízos éticos”. Do mesmo modo, “as roupas podem ter profundas e sistemáticas consequências psicológicas e comportamentais para os seus usuários (..) Quando usamos uma roupa especial, não estamos dando somente impressões a outras pessoas, mas também estamos dando uma impressão a nós mesmos: sentimos o rico tecido em nossos braços que nos permite assumir as características dessa roupa“.
Sabe-se, há muito tempo, que “a roupa influi como as outras pessoas nos percebem, assim como pensamos sobre nós mesmos. (…) A roupa invade o corpo e o cérebro, colocando o usuário em um estado psicológico diferente“, disse Galinsky.
“Embora o ditado popular diz que as roupas não fazem o homem – concluíram os pesquisadores -, nossos resultados sugerem que elas têm um poder estranho sobre seus portadores“. Por isso, o prof. Galinsky adverte: “as roupas que você usa se infiltram no tecido de sua psique!”
Para fazer a sua pesquisa, Dr. Galinsky se inspirou em um episódio do seriado americano “Os Simpsons”. Havia, naquele episódio, um grupo de crianças com uniformes cinzentos. As crianças eram muito calmas por causa dessa cor. Contudo, após uma tempestade, os uniformes ficaram com uma cor mais forte e, assim, o comportamento delas mudou. O cientista, então, começou a pensar sobre os trajes e o seu significado.
A propósito do jeans, o professor Karen Pine, autor de “Mind What You Wear: The Psychology of Fashion” disse: “estamos mais inclinados a usar jeans quando estamos nos sentindo baixos e deprimidos”.
“Eu adoro a ideia de tentar descobrir por que, quando colocamos certas roupas, poderíamos assumir um papel mais prontamente e como isso pode influenciar nossas habilidades básicas”, disse Joshua I. Davis, professor assistente de psicologia em Barnard College (New York, EUA), especialista em cognição incorporada. “Este estudo não explica completamente como isso ocorre – disse -, mas sugere que vale a pena explorar várias ideias”.
O Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, por sua vez, demonstra que os trajes têm um significado muito mais amplo. Assim, ele observa: “Com os trajes, também a linguagem, os gestos, os ritos, são elementos que têm grande importância cultural e pedagógica para o bem comum dos povos. É uma ‘liturgia’ social natural que se exprime na ordem e no fausto. (…) O traje deve estar de acordo com quem o usa, e com a circunstância em que é usado. Com efeito, o modo de ser de um homem se exprime na fisionomia, no porte, no trato e também nos trajes, cuja mudança ao longo da História está ligada à mudança das personalidades e dos tipos humanos“.[3]
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Pio XII afirmou que “a sociedade, por assim dizer, fala com o traje que veste; com o traje revela suas secretas aspirações e disto se serve, pelo menos em parte, para edificar ou destruir o próprio porvir“.[4]
Tendo em vista os trajes atuais, preocupados, nos perguntamos: como será o nosso porvir?
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Referências:
[1] http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0022103112000200
[2] https://www.psychologytoday.com/blog/brain-babble/201208/clothes-make-the-man-literally
[3] https://ipco.org.br/indumentaria-hierarquia-e-igualitarismo/#.WN7SNvkrLIU
[4] Pio XII, Discorso di Gran Cuore, 8-11-1957, in Discorsi e Radiomessaggi (Tipografía Vaticana, Cidade do Vaticano, 1959) vol. XIX, p. 578
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