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Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

Fim admirável de virtuosa princesa

Por Leo Daniele

4 minhá 7 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 8:47:20 PM


Élisabeth Philippine Marie Hélène de France (conhecida como Madame Elisabeth), irmã do Rei Luís XVI, nascera no Palácio de Versalhes em 3 de maio de 1764, morreu como mártir, guilhotinada na Revolução Francesa, em 10 de maio de 1794. (Pintura de Mme Vigée-Le Brun – 1782)

Madame Elisabeth, irmã de Luís XVI, foi súbita e rudemente acordada pelos carcereiros. Após cobrirem-na de insultos e palavras vulgares, eles lhe ordenaram que se vestisse rapidamente e acompanhasse os guardas, pois não voltaria mais à prisão.

“Ela suportou tudo isto com paciência, pegou sua touca, beijou-me novamente, e me disse para ter coragem e firmeza, para confiar sempre em Deus. Então foi embora” — relatou a sobrinha.

Madame Elisabeth não tinha dúvidas para onde a levavam. Compareceu diante do tribunal revolucionário e foi “julgada” com outros vinte e três membros da nobreza, sendo todos condenados. Isto significava a morte em 24 horas, após um período de torturas psicológicas. Eles foram deixados sozinhos no corredor onde os prisioneiros passavam sua última noite.

Ao acusador público, que a chama de “irmã de um tirano”, replicou:

“Se meu irmão tivesse sido o que dizes, não estaríeis onde estais, nem eu onde estou!”.

Madame Elisabeth na prisão (Pintura de Alexandre Kucharski – 1792)

Um guarda chamado Geoffroy contou que na prisão, atraídos por uma força sobrenatural, todos se agrupavam em torno de Madame Elisabeth. Ela foi então chamada a praticar seu último ato de caridade. Com inexprimível ternura e calma, começou a se dirigir aos seus companheiros, diminuindo-lhes o medo e consolando-os em sua agonia pela transparência de sua serenidade. A branca silhueta foi vista passando a última noite de sua vida indo de um a um, secando lágrimas, encorajando os medrosos, lançando sementes de esperança nos desesperados, elevando todos os corações para uma realidade superior: o Paraíso!

Nos primeiros raios da aurora, as mulheres foram preparadas para terem seus cabelos cortados. Para quê? Sabe-se! Logo virá a resposta.

As portas da prisão se abriram e as vítimas foram colocadas nas carroças. Elisabeth foi conduzida à Praça da Revolução como a última de uma série de vinte e cinco pessoas. É neste momento que ela fica sabendo por seus companheiros de infortúnio do destino trágico de Maria Antonieta, a Rainha.

Antes de sua execução ela pede a presença de um padre, o que lhe é negado com caçoada.

Todos estavam de pé, exceto Madame Elisabeth. Mas, na altura da Rua du Coq, apressam os cavalos e ela então se levanta. Subitamente, as carroças penetram na praça e os prisioneiros se veem diante do infame instrumento de morte: a guilhotina. A princesa é a primeira a descer. O carrasco oferece-lhe a mão, mas ela olha para outro lado, recusando.

Uma após outra, as vítimas sobem ao cadafalso, fazendo cada qual um último ato de respeito à irmã de seu Rei guilhotinado. De acordo com as ordens, Madame Elisabeth deveria ser a última a ser executada, numa cruel esperança de que o horrível ritual que acontecia diante de seus olhos quebrasse sua coragem. Mas eles foram desapontados até o fim! Ela ficou de pé no meio dos guardas, enquanto seus companheiros eram supliciados.

Gravura representando Madame Elisabeth na guilhotina

Madame Elisabeth recitou o salmo De Profundis. Rezava com o rosto voltado para a guilhotina, mas nenhum barulho a fazia erguer os olhos. Quando chegou a sua vez, ela subiu os degraus com passos lentos; tremia ligeiramente, sua cabeça estava inclinada sobre o peito.

No momento em que chegou diante do cadafalso, um dos ajudantes tirou o xale que cobria seus ombros, deixando à mostra uma medalha de prata da Imaculada Conceição. Ela fez um movimento e gritou pudicamente: “Senhor, em nome de vossa mãe, cobri meus ombros!” Tocado por seu apelo, o homem silenciosamente a atendeu. Quase em seguida, ela foi fechada sobre a prancha, a lâmina caiu e sua cabeça tombou.

Madame Elisabeth (pintura de Mme Vigée-Le Brun -1790)

Os tambores tocavam num crescendo ensurdecedor, saudando a morte de cada condenado e incitando o povo presente a gritar o costumeiro “longa vida à República”. Mas, desta vez, o silêncio era profundo. Nenhuma palavra foi ouvida em toda a praça quando a lâmina caiu.

O capitão, que deveria dar o sinal, tombou desmaiado (ele vira Madame Elisabeth no Templo e a admirava). Levaram-no paralisado, moribundo. Um silêncio impressionante pairou sobre a multidão estupefata, e todos os primeiros biógrafos da Princesa repetiam que um penetrante perfume de rosa espalhou-se por toda a praça.

Em 1795, quando Madame Royale soube da morte de sua tia, declarou esperar o dia em que ela seria colocada na categoria das santas. Seu processo de beatificação está em andamento. Oremos!

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Leo Daniele

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