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3 min — há 13 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:32:47 PM
O paleoclimatólogo Ulf Büntgen, do Instituto Federal Suíço de Pesquisas Florestais, Neve e Paisagens, publicou na revista Science um estudo sobre os efeitos das modificações no clima europeu dos últimos 2.500 anos, informou o Correio Braziliense.
O trabalho envolve fatos históricos importantes. De acordo com ele, as variações climáticas influenciaram a ascensão e o colapso do Império Romano. Também a eclosão no século XIV da Peste Negra, que causou a morte de 25 milhões de pessoas.
Büntgen tirou suas conclusões da análise de anéis de árvores — as linhas circulares que podem ser vistas quando a madeira é cortada transversalmente.
Esses anéis crescem maiores e mais distantes entre si em climas úmidos e quentes. Em climas secos e frios se formam mais estreitos e próximos uns dos outros.
Analizando essas marcas é possível averiguar a temperatura e a quantidade de água disponível no local em que a árvore cresceu.
Büngten estudou anéis de 9 mil pedaços de troncos de árvore na Europa Central e constatou que as oscilações de temperatura e precipitação influenciaram a produção agrícola, a propagação de doenças e o nível de conflito nas sociedades.
A constatação é de primeira evidência, sem necessidade de complicadas análises, para quem trabalha na agricultura,.
Mas, o estudo deu azo a que cientistas comentassem esse dado básico e tirassem conclusões de bom senso com sólido aval científico.
E a realidade da natureza vista com bom senso estraga o ambientalismo…
Por exemplo, o historiador João Vicente Dias, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), observou que as comunidades humanas possuem a capacidade de superar as dificuldades e os obstáculos que o meio ambiente impõe.
“Exemplos disso são os inuítes (esquimós que vivem na região ártica do Canadá, do Alasca e da Groenlândia), que convivem com temperaturas mínimas na extremidade norte do continente americano e os beduínos no deserto do Saara, que se adaptaram ao clima árido daquele lugar”, apontou.
Para Dias, as sociedades não são reféns das mudanças ocorridas no hábitat onde vivem. “Um período de clima propício pode ter potencializado o crescimento do Império Romano, mas não creio que foi condicional para essa expansão, que dependeu principalmente da habilidade das elites de Roma para criar soluções econômicas, sociais, culturais e políticas”, exemplifica.
Ele assegura que, mais importante do que o clima, é a capacidade de um grupo manter-se coeso para se preparar e resistir a adversidades.
Para Expedito Rebello, chefe da divisão de pesquisas aplicadas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a variabilidade climática não seria um fator essencial para causar transformações sociais.
“Os fenômenos do estudo são responsáveis por secas, enchentes, inverno mais frio, mas nada que mude drasticamente a vida da população”, afirma.
Ele destaca que as variações de temperatura e de quantidade de chuva são comuns ao longo do ano. Os fenômenos El Niño e La Niña, por exemplo, ocorrem a cada 12 ou 18 meses.
O autor do estudo divulgado na Science diz que sua descoberta não permite afirmar que o clima determina eventos históricos, apenas pode influenciá-los.
“Nós não queremos que as pessoas pensem em ‘determinismo climático’, até porque não temos evidências substanciais para fazer isso. Se as condições de higiene naquele período (Idade Média) fossem consideravelmente melhores, é possível que a doença não tivesse se tornado uma epidemia e que milhares de vidas tivessem sido preservadas”, exemplifica.
O catastrofismo e o ambientalismo de salão vivem de explorar a negação dessa capacidade do homem de se adequar às condições cambiantes do clima ao longo da história.
E presagiam catástrofes diante de seus super-computadores, esquecidos apenas da história, da natureza e do engenho do próprio homem.
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