Portal do IPCO
Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação
Logo do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
Instituto

Plinio Corrêa de Oliveira

Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

Meditação anticomunista: 3o. dia da Novena

Por Nuno Alvares

5 minhá 2 anos — Atualizado em: 10/24/2022, 10:06:51 PM


Na sequencia de nossa meditação a respeito dos erros do comunismo veremos hoje o princípio de identidade, princípio de contradição, o movimento.

A Doutrina Católica é diretamente contrária ao comunismo e, por sua vez, a seita comunista nega todo o ensinamento da Santa Igreja.

Vejamos hoje trechos da Pastoral Contra o Comunismo de D. Geraldo Sigaud.

***

a. Princípio de identidade

A inteligência humana contempla o universo e descobre uma lei do ser, universal e evidente. A inteligência é ferida pela luz interna que esta lei possui, e que subjuga o intelecto humano. Quer o homem queira, quer não, basta que ouça o enunciado desta lei, e nela medite, para que sua inteligência se veja obrigada por uma necessidade irresistível a reconhecer que esta lei é verdadeira. Esta lei, ou melhor, este princípio ontológico é o princípio de identidade: cada ser é idêntico a si mesmo.

Este princípio é a base de todo o pensamento humano, e não pode ser negado nem posto em dúvida. A inteligência não o cria, mas o reconhece como verdadeira. Ele está subjacente em toda afirmação, em toda negação. Sua expressão é o verbo ser.

b. Princípio de contradição

Com idêntica evidencia a inteligência vê a verdade de outro princípio, ligado ao primeiro pelo laço do ser: o princípio de contradição. Uma coisa não pode ser e não ser sob o mesmo ponto de vista. Basta a inteligência refletir sobre este princípio, para ver com irresistível perfeição a sua verdade. A inteligência de novo não cria este princípio. Ele existe independente de nós, ele preside o universo. Se uma coisa possui uma qualidade, não pode, sob o mesmo ponto de vista, não a possuir.

c. Valor dos conhecimentos — Teoria marxista

Neste ponto está a radical diferença entre a metafísica católica e o marxismo. Para o marxista não há verdades abstratas universais. Nós não conhecemos a natureza íntima das coisas, e isto por dois motivos.

Primeiro, porque nossa inteligência é um fenômeno da matéria, as ideias não passam de secreções da massa encefálica. Não têm valor objetivo, não reconhecem a essência real e universal das coisas.

As ideias são criadas pelo cérebro. Seu valor é pois relativo. Uma vez que o cérebro evolui, pode ser que aquilo que me parece hoje verdadeiro, amanhã pareça errado a um cérebro cuja massa encefálica é mais aperfeiçoada do que a minha.

Segundo: porque nada há no mundo de estável em sua essência. Aqui entra a teoria marxista sobre o movimento.

d. O movimento

* Doutrina católica

Com exceção de Deus, todo ser é limitado, portanto sujeito a mudanças. A filosofia chama estas mudanças de movimento (em latim: motus), dando a este termo um sentido mais amplo do que o simples movimento local. Assim, a passagem da vontade do estado de indecisão para a resolução é um «motus», um movimento. Todo ser criado se muda, move-se. No movimento porém nós distinguimos um elemento estável, e outro que se muda. O sujeito do movimento é o mesmo no início, durante e no fim do movimento. Portanto, o movimento não o atinge em toda a extensão de seu ser, mas só sob um ou outro aspecto. Há um elemento estável no qual se verifica a mudança. Se uma criança cresce, a mudança se opera no campo do peso, tamanho, órgãos, faculdades. Mas a essência humana é a mesma, e a pessoa é a mesma.

* Teoria marxista

O marxismo contradiz a doutrina católica radicalmente. Diz ele: nada existe de estável no universo. Só existe matéria, mas a matéria está em contínua mudança, em contínuo movimento. De modo especial o ser vivo, orgânico. Não há dois momentos em que ele seja idêntico a si mesmo. Se tomarmos espaços maiores, por exemplo, em relação com o corpo humano, de sete em sete anos ele se mudou completamente. Se falo hoje com um homem, e daqui a dez anos nós dois nos encontrarmos, serão dois corpos completamente novos (com exceção de umas partes mortas dos ossos) que se encontrarão. Não seremos mais nem o «eu» nem o «ele» de hoje.

«O descanso é relativo, o movimento é absoluto» (Politzer, «Princípios Fundamentais da Filosofia», edição francesa, p.24).

O marxismo considera que nada «é», tudo está sob todos os pontos de vista num perpétuo «vir-a-ser».

e. Princípio de identidade e de contradição rejeitados — Teoria marxista

Por conseguinte, os seres não são. Estão continuamente vindo-a-ser, devenindo. O ser não é idêntico a si mesmo. O ser é o que ele não é, e não é o que ele é.

Dentro de cada ser há uma contradição imanente. Em cada ser há ele e o contrário dele. Em cada qualidade há ela e o contrário dela.

A existência da contradição dentro do ser é a causa da continua mudança do ser.

«A Dialética é a teoria que mostra como os contrários podem ser e são habitualmente idênticos, em que condições são idênticos convertendo-se um no outro, porque o espírito humano não deve considerar estes contrários como mortos, paralisados, senão como vivos, condicionados, moveis, convertendo-se uns nos outros» (Lenine, apud Jean Ousset, «El Marxismo-Leninismo», p. 93).

Em lugar de procurar conhecer a natureza íntima das coisas e os desígnios de Deus a respeito dos homens, em lugar da filosofia, da metafísica e da teologia, o marxismo se interessa somente pela evolução do animal chamado homem, e pelo estudo dos fatores econômicos que provocaram o aparecimento dos outros fatores — sociais, religiosos, culturais, políticos — que determinaram o rumo que tomou a vida dos povos. A História materialista é a única ciência que interessa a respeito do homem. Tudo o que a filosofia e a teologia ensinam são quimeras.

Detalhes do artigo

Autor

Nuno Alvares

Nuno Alvares

401 artigos

Categorias

Tags

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Tenha certeza de nunca perder um conteúdo importante!

Artigos relacionados