Portal do IPCO
Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

Arroz tem que ser velho e feijão tem que ser novo!


.

Plantação de arroz no Rio Grande do Sul

O Brasil sempre teve uma produção variada de tipos de arroz e formas de plantar. As variedades mais conhecidas são originárias da Ásia, muito embora os tupis já o cultivassem nas várzeas, chamando-o de milho d’água.

Na Amazônia também se conhece o arroz selvagem, vulgarmente conhecido como arroz de marreca, que nasce nas várzeas de vários rios, sobretudo do rio Amazonas. Também na África se conhecem outras tantas. Até a década de 1950, havia uma dezena de variedades, mas que eram basicamente produzidas como arroz sequeiro e arroz brejeiro.

Arroz sequeiro: a salvação da lavoura

O arroz sequeiro era produzido para autossuficiência dos colonos que o plantavam nos intervalos das fileiras de café. Posteriormente, no cerrado, após a derrubada da vegetação rala, o arroz era plantado para ajudar a limpeza do solo e posterior plantio de soja, milho, algodão.

No entanto, a modalidade mais usada atualmente é o arroz brejeiro com irrigação para produção em escala. O Rio Grande do Sul e Santa Catarina se tornaram de longe os maiores produtores utilizando alta tecnologia e sementes híbridas de alta produtividade.

Foi do extremo Sul do País que os produtores de Roraima migraram, alcançando produtividade igual e até maior que a do Sul. Mas como dizia o Barão de Itararé, especialista em dizer coisas óbvias, eis que quando menos se espera surge a surpresa.

O que aconteceu com os estoques estratégicos de arroz do Brasil?

Na reserva Raposa do Sol, visão aérea da imensa plantação de arroz antes da demarcação indígena

Em Roraima, uma política desastrada tribalo-comunista expulsou das terras os produtores de arroz para fazer a reserva Raposa do Sol. Em Roraima os rizicultores produziam em torno de meio milhão de toneladas ou 5% da produção nacional a um custo comparativamente mais baixo que o do Sul e com vantagem de fornecer para toda a Amazônia, quando anteriormente boa parte do “arroz turista” viajava cerca de 5.000 km para ir do extremo Sul até acima da linha do Equador. Isso sem contar que parte da produção era exportada para a Venezuela, Guiana e parte amazônica da Colômbia, Peru e Bolívia.

Os arrozais de Roraima foram arrasados por comuno-petistas instalados no poder e sua produção ultrapassava a tonelagem de arroz que agora está sendo importada da Tailândia. Isso sem falar da vantagem de que esse arroz era produzido na entressafra do Sul, pois Roraima se localiza no hemisfério Norte eseus ciclos de chuva são inversos aos do Sul.

Quanto aos índios que trabalhavam antes nos arrozais, agora não têm mais emprego nem conseguem produzir em suas reservas, além de pagar caríssimo pelo arroz que consomem. Em consequência, migraram para várias favelas em Boa Vista, onde agora levam vida sub-humana.

Outro desastre de arrozais arrasados foi no Mato Grosso. Observe-se que o Estado era grande produtor do chamado arroz sequeiro. Mas Lula, em 2005, que dizia não gostar dos palpiteiros, foi dar seu “parpite” maluco na vida dos produtores, desclassificando o tipo cirad-141 das condições de longo-fino, baixando assim o preço dele em 40%. Isso quebrou a produção que já era exportada para países da América, da África e da Ásia, preferido por ter caule mais resistente, não dobrava com o vento ou tempestade.

Com as produções de Roraima e Mato Grosso liquidadas, nossos estoques estratégicos que duravam três anos, hoje duram apenas 30 dias. Os antigos já repetiam para os filhos: arroz tem que ser velho e feijão tem que ser novo para serem bons. Assim, o PT acabou com os estoques de arroz velho do Brasil. Por que então não voltarà classificação anterior?

Outra pergunta que se impõe é aquela relativa à perplexidade externada pelo Presidente: os produtores queriam apenas 1% do território da Reserva para plantar arroz. Então, por que não redesenhar os limites da demarcação da Reserva e voltar a produzir arroz?

Além de todas essas políticas amalucadas, foram feitas importações subsidiadas nos países de origem para manter o abastecimento como medida populista. Em vista disso, a produção que em 2017-2018 foi de 12 milhões de toneladas caiu para pouco mais de 10 milhões de toneladas, pois os rizicultores estavam acumulando prejuízos sobre prejuízos.

E como tudo é pretexto para atacar o atual Governo, a imprensa agora tenta fazer um estrondo publicitário semelhante ao das queimadas, que nos outros países são chamadas de incêndios, por exemplo, Califórnia, Austrália, Portugal, Rússia.

Também são atacados os heroicos produtores rurais que amargaram prejuízos na administração petista e que agora começam a se recuperar do tabelamento branco imposto pela esquerda para maquiar a grave crise na qual o Brasil foi jogado.

A tendência natural é que os preços se estabilizem, pois com maior rendimento os produtores tendem a aumentar a área plantada. A expectativa é de que já na próxima produção se ultrapassará os 12 milhões de toneladas, mas ainda teremos meses difíceis pela frente.

Que os bons brasileiros se unam ainda mais para isolar essa esquerda terrorista e incompetente que (des)governou o País durante 30 anos.

Que Deus, que é brasileiro, e Nossa Senhora Aparecida nossa Padroeira nos ajudem a atravessar mais essa situação atual com fé, calma, serenidade e confiança no futuro grandioso que o Brasil tem pela frente.

Detalhes do artigo

Autor

Helio Brambilla

Helio Brambilla

38 artigos

Diretor de Paz no Campo e colaborador do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira. É autor de diversos artigos sobre a questão agrária, quilombola e propriedade privada no Brasil.

Categorias

Tags

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Tenha certeza de nunca perder um conteúdo importante!

Artigos relacionados