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Plinio Corrêa de Oliveira
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Fátima: Na carta da história, o grande postscriptum de Deus


PRC_Sagrada-Imagem-2015-SRM-1024x682Imaginemos a História do mundo como uma carta, nossa época como uma página dela. O tempo atual seria uma folha. Gostaríamos de colocar um postscriptum nesta folha? Ela está bem como está? Nada há a acrescentar, a tornar mais claro, ou a corrigir?

Certamente, inúmeras pessoas diriam que há muito a acertar. Pois a atual página é a de um mundo pós-cristão, e fala da ressurreição de muitas maldades, da morte de numerosas esperanças.

O que falta para esta página ser considerada por alguns como ignominiosa, infame, vergonhosa? Ela representa a época em que surgiu o nazismo, em que o comunismo ameaça, o desregramento dos costumes impera, e pode ser vista como degradante, ultrajante, aviltante. E tanta outra coisa…

“A partir de agora, a desordem reivindica seu lugar” (Edgard Morin). Além de toda imoralidade e más doutrinas, temos o caos.

Essa página da carta imaginária merece a adjetivação colocada acima? Não é questão de ser otimista ou pessimista, mas de ser pessimólogo, como dizia o prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Ou seja, ser objetivo.

Mas a carta vai terminar e estamos supostamente na linha que divide o texto do postscriptum. Comenta Doutor Plinio: temos um símbolo desta linha num acidente geográfico existente na Indochina, o Istmo de Kra: “aquele istmo, entre o scriptum asiático e o postscriptum” (o istmo de Kra é um istmo que liga a península da Malásia com o resto da Ásia continental). Dir-se-ia que é um outro continente que recomeça depois do istmo. Nele estamos para adentrar.

O fato é que nós já lemos anotado no fim da folha da carta “P.S.” (postscriptum), e se é para, no centenário de Fátima, esta carta ser lida da eternidade como sua natureza pede, temos certeza de que o P.S. virá, embora não esteja ainda redigido, e não saibamos o dia nem a hora em que se iniciará.

Que irá ele dizer?

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Em Fátima, no dia 13 de outubro de 1917, 70 mil portugueses testemunharam o “milagre do sol”

Um prelúdio expressivo : no dia 13 de outubro de 1917, ao meio-dia, setenta mil pessoas  (nada menos) “afirmaram ter presenciado o sol girar e ameaçar cair. Um testemunho tão amplo veio confirmar que as crianças tinham visto efetivamente a Mãe de Deus e que fora concedido a essas almas simples da Cova da Iria aquilo que fora recusado aos fariseus de coração incrédulo e adúltero: um sinal no céu” (William Thomas Walsh, Our Lady of Fatima, Doubleday Reprint, 1990).

O evento foi oficialmente aceito como um milagre pela Igreja Católica em 13 de outubro de 1930. Algo a ser muito meditado.

Estamos pois presentemente na transição entre a carta e seu postscriptum.

Mas Nossa Senhora prometeu em Fátima, depois de castigos e provas terríveis, o triunfo de seu Imaculado Coração: “Por fim, meu Imaculado Coração triunfará”. Esse triunfo de Maria fará parte sem dúvida do postscriptum dessa carta.

Não parece tratar-se do fim do mundo, mas de um complemento da História. Pois um postscriptum não representa necessariamente a rejeição pura e simples da carta respectiva, mas o início de algo mais. E desse algo a mais nos fala o grande santo mariano São Luís Maria Grignion de Montfort, quando exclama:

“Erguei-Vos, Senhor! Por que pareceis dormir? Erguei-Vos em Vossa onipotência, em Vossa misericórdia e em Vossa justiça” (Oração abrasada).

Ele se pergunta:

“Quando virá esse dilúvio de fogo de puro amor que deveis atear em toda a Terra de um modo tão suave e tão veemente? Non est qui se abscondat a calore eius (ninguém pode fugir de seu calor. Acenda-se!). Accendatur: seja ateado esse divino fogo que Jesus Cristo veio trazer á Terra” (4º dia da Oração Abrasada).

Viremos a “página número 2016” da carta, a do nosso tempo; imaginemos que a mão hesita, fecha ou não fecha a carta imaginária, a dobra ou não dobra para pô-la no envelope com o postscriptum… Que constará neste?

“Imaginem um cego ao qual contam como é o arco-íris. Ele pode ter uma ideia do arco-íris, mas não consegue imaginá-lo…” Assim estamos. Mas dia virá em que se olhará em torno de nós, e se dirá: “Civilização de uma beleza perfeita, de uma santidade perfeita, alegria do mundo inteiro!” (Plinio Corrêa de Oliveira),

Desejemos e aguardemos esse glorioso postscriptum, e façamos o que esteja a nosso alcance para que ele se torne realidade logo.  Que Nossa Senhora de Fátima nos ajude!

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Leo Daniele

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