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Plinio Corrêa de Oliveira
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Pânico induzido das queimadas esconde plano anticristão


A área em verde escuro é a floresta amazônica Destaca-se a escasez aguda de fogos, com exceção das áreas de fronteira. Fonte: FIRMS ou Fire Information for Resource Management System

Segundo explica a NASA, estamos na ‘estação do fogo’ na floresta amazônica. Segundo o mais acatado órgão do mundo que acompanha os fenômenos da atmosfera e do espaço não há razão alguma para o alarme.

O estrondo mundial pelas queimadas na região amazônica é um fato estritamente midiático.

O ‘pânico dos incêndios amazônicos’ é talvez a maior manobra de ‘fake news’ de que a história tem lembrança.

E, como veremos, incuba sorrateiramente um objetivo ideológico há tempos que pode causar gigantesco dano ao Brasil.

Vamos por partes.

O que diz a NASA

Na página “Fires in Brazil”, o Earth Observatory da NASA (National Aeronautics and Space Administration, ou Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço, agência do Governo Federal dos EUA) explica tranquila, sisuda, breve, técnica e documentada online o seguinte:

Fires in Brazil, NASA Earth Observatory, captura 27-08-2019. CLIQUE PARA AMPLIAR

“O Espectrorradiômetro de Imagens de Resolução Moderada (MODIS) do satélite Aqua da NASA capturou as imagens de vários incêndios ocorridos nos estados de Rondônia, Amazonas, Pará e Mato Grosso em 11 de agosto e 13 de agosto de 2019.

“Na região amazônica, os incêndios são raros na maior parte do ano porque o clima úmido impede que eles comecem e se espalhem.

“No entanto, em julho e agosto, a atividade normalmente aumenta devido à chegada da estação seca.

“Muitas pessoas usam o fogo para manter terras cultiváveis e pastagens ou para limpar a terra para outros fins.

“Normalmente, o pico de atividade no início de setembro e principalmente pára até novembro.

“A partir de 16 de agosto de 2019, uma análise dos dados de satélite da NASA indicou que a atividade total de incêndios na bacia amazônica neste ano esteve próxima da média em comparação com os últimos 15 anos.

“(A Amazônia se espalha por todo o Brasil, Peru, Colômbia e partes de outros países.)

“Embora a atividade pareça estar acima da média nos estados do Amazonas e Rondônia, até agora ela ficou abaixo da média em Mato Grosso e Pará, segundo estimativas da Global Fire Emissions Database, um projeto de pesquisa que compila e analisa dados da NASA.”

Em poucas palavras, não há nada de novo nos fogos da região amazônica nem mesmo no resto do continente sul-americano.

Os fogos existentes controlados pelo homem (queimadas) ou não (incêndios) acontecem como sempre nesta época.

O bafafá político-midiático não obedece a nenhuma razão científica, geográfica, atmosférica, ecológica ou assimilável.

O que diz o FIRMS

FIRMS ou Fire Information for Resource Management System é uma dependência da NASA que fornece uma visualização online de todos os fogos sobre a superfície da Terra detectados pelos satélites da própria NASA.

As imagens são atualizadas constantemente e o internauta pode explorá-las com altíssima resolução, como faz no Google Maps, ou Earth, por exemplo.

Fogos na América do Sul, agosto 2019. O maior número é na Bacia do Prata, no cerrado e sistemas minores Fontes: FIRMS

Itamaraty confirma

O ministro de Relações Exteriores brasileiro Ernesto Araújo apresentou documentação que concorda com os números e as explicações da NASA.

Incêndios e queimadas de origem natural ou humana, disse o ministro, acontecem todo ano nesta época na região.

Os fogos de 2019 em número e extensão estão ligeiramente abaixo da média dos últimos 22 anos. Cfr. Le Figaro 27-08-2019. 

A fábrica de pânico

Em maio deste ano (2019) o jornal britânico “The Guardian”, um dos mais visualizados do mundo, instruiu seus jornalistas para dramatizar os termos quando falam de ecologia.

Não deveriam usar mais “mudança climática”, mas “emergência, crise ou colapso climático” para descrever a mesma realidade, alegando precisão científica.

“Mudança climática” explicou o diretor de meio ambiente Damian Carrington não produzia o impacto que o jornal queria, então deveria se passar a impressão de “catástrofe para a humanidade.”

Obviamente, o exagero metódico não é mera invenção do jornal. Órgãos da ONU, da União Europeia, de governos, de ONGs ativistas passaram a explorar os mesmos exageros.

As rotineiras queimadas anuais na América do Sul então passaram a ser rotuladas de “incêndios incontroláveis”.

Eles eram apresentados como devorando a floresta amazônica, não importando se nos mapas ilustrativos os fogos apareciam na Bacia do Prata ou no imenso cerrado brasileiro. Vale tudo.

Compare a intensidade dos fogos na África. A mídia anti-brasileira silencia. Fonte: FIRMS

O mesmo abalizadíssimo mapa do  FIRMS nos apresenta uma difusão muito mais intensa e extensa das queimadas na África subsahariana. Mas os mesmos jornais que falam assustadoramente sobre o Brasil, nada dizem a respeito.

RTBF, agência de informação do governo belga explica que essas queimadaas “no conjunto de países como Angola, a Zâmbia ou a Tanzânia, e muito generalizados no Congo … não são objeto de menção alguma na imprensa internacional, e nem mesmo na nacional africana, porque pura e simplesmente se trata de fenômenos habituais e periódicos.”   

Exatamente o que acontece no Brasil e países vizinhos!

Paraguai, centro e norte de Argentina, grandes partes do sudeste da Bolívia, sul do Brasil, cerrado, serra do mar, tudo virou Amazônia ou floresta amazônica por obra e graça das fábricas de pânico trabalhando a toda na grande mídia.

Acresce que essa mídia, organismos internacionais e ONGs confundiam seus leitores e ouvintes com o uso do nome de Amazônia.

Ora falando da bacia amazónica (7 milhões de km2 aprox.) onde há queimadas controladas pelo homem; ora pulando para a floresta tropical amazônica (5,5milhoes de km2) onde não há fogos e não pode haver como explica a NASA; ora falando da Amazônia Legal (área brasileira definida por critérios administrativos que inclui partes da bacia do Prata); ora a América do Sul quase inteira.

As mesmas fábricas de fake news não cansam de anunciar a morte do planeta e de seus habitantes se a comunidade internacional não assume logo o controle do pavoroso incêndio por elas imaginado.

Se isso se efetivar, os países sul-americanos concernidos, em primeiro lugar o Brasil, perderiam a soberania sobre imensas partes de seus territórios.

O que está por trás

Acordo de Paris, em 2015, excogitou uma governança planetária mundial. Na foto: Christiana Figueres, secreária-executiva; Ban-ki-moon, então secretário geral da ONU; Laurent Fabius presidente da COP21 (Acordo de Paris); François Hollande; presidente socalista da França

Há segredo, mas não tanto. Neste site tivemos muitas ocasiões de nos estender sobre o que está em jogo: o estabelecimento de um governo verde mundial que no máximo toleraria as nações hoje existentes como relíquias do passado.

A Amazônia seria a primeira região vítima dessa manobra.

A isso serve o estrondo publicitário com imenso recurso a fraudes e exageros sobre nossa geografia e nossas práticas agropecuárias pouco conhecidas no exterior.

No polêmico Acordo de Paris de 2015 ficou auspiciada uma espécie de governança mundial ambientalista.

Seria um governo verde com poder e recursos por cima dos países soberanos. A ideia volta uma e outra vez nos arautos do ambientalismo. Confira: “Menti, menti, menti… que afinal sairá a governança verde mundial!”

Também nas novas esquerdas que hoje não se dizem vermelhas soviéticas, mas verdes ambientalistas há tempos proliferam projetos vários de uma “Governança Global da Amazônia”.

Esses glosam sempre o slogan de que “a Amazônia deixou de ser apenas uma questão regional e nacional, tornando decisivamente uma questão global”. Cfr., por exemplo “Governança Global na Amazônia: o Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil”

O atual estrondo midiático já serviu de pretexto para o presidente francês Emmanuel Macron declarar na reunião do G7 que o “debate sobre internacionalização jurídica da Amazônia está ‘em aberto’”, segundo noticiou “O Globo”, tomando cautelas sobre o tema da soberania.

“Associações, ONGs e também certos atores jurídicos internacionais levantaram a questão de saber se é possível definir um status internacional da Amazônia” disse o presidente do país.

Ele até divulgou foto de incêndio florestal do século passado para provar suas posições, atribuindo o fenômeno a um fogo em curso na Amazônia

Se prosperar a manobra para fazer abaixar a cabeça ao Brasil e demais países renunciando ainda que parcialmente a suas respectivas soberanias sobre a bacia amazônica, ficará aberta a estrada para novas governanças verdes nas diversas áreas geográficas do planeta.

Em todas elas, a demagogia ambientalista discerne catástrofes nacionalmente incontroláveis. Os oceanos, os polos, outras florestas tropicais ou não, etc.

Estaríamos caminhando assim para a República Universal laica e igualitária, velho sonho dos inimigos da Cristandade agora disfarçado de “ecologia integral”!

O Sínodo Pan-amazônico e a governança global da Amazônia

Plano de governança ecológica planetária pediu auxílio ao Papa Francisco

Dita República Universal construída com o pretexto da ecologia terá um grande impulso caso o Sínodo Pan-amazônico adote as posições ecológico-religiosas anunciadas na encíclica “Laudato si’” e em seus documentos preparatórios, além de declarações radicais de altos prelados que participarão no evento de outubro.

A reciclagem da Teologia da Libertação em clave ambientalista diversas vezes enunciada e que temos reproduzido em abundância no nosso blog terá sua revanche.

Formidável impulso receberá o sonho que outrora parecia irrealizável de Karl Marx no “O Capital” imaginando que a humanidade se revoltaria contra o capitalismo que iria destruindo o planeta.

Por sua vez, o estrondo midiático acima mencionado cria um cenário artificialmente falso de calamidade universal como fizeram outros pânicos irracionais que precederam as grandes e mais trágicas Revoluções da História.

As reformas as mais contrárias aos dogmas da Igreja Católica poderão passar num clima de psicose ambientalista explorando artifícios estonteantes para o homem de bom senso.

Então, o plano de uma Igreja comuno tribalista poderá passar sob os efeitos desse pânico de uma crise ecológica inexistente.

As analogias entre a vida sonhada para a ‘Igreja amazônica’ em regime de ‘ecologia integral’ e a vida utópica da sociedade comunista as torna quase idênticas.

Dom Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho, presidente do CIMI em Assembleia Geral da CNBB, Aparecida..Foto: Augusta Eulália Ferreira

A comunidade de bens e mulheres, a ausência de lucro, de capital, de salários, de patrões, de empregados e de instituições de qualquer espécie, são apresentadas como ideais pelas duas utopias.

Inevitavelmente afundará os homens na vida tribal, ou dos homens das cavernas elogiada por Marx e Engels.

A taba absorverá as liberdades individuais de grupos humanos fracamente produtivos, não competitivos, que compensarão sua desindividualização com os eflúvios de uma escura “mística indígena” que os possuirá.

Será esse sonho anticristão, denunciado há décadas pelo prof. Plinio Corrêa de Oliveira, um mundo categoricamente pré-histórico.

Os homens ficarão reduzidos a seres sofridos, sem personalidade, sem voos do espírito que não sejam as alucinações da droga, sem ideais definidos.

Sua existência escoará no ritmo cadenciado dos dias iguais, invariáveis e monótonos, entre músicas tristes ou excitadas, e rituais niveladores até chegar ao desespero final.

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Luis Dufaur

Luis Dufaur

1042 artigos

Escritor, jornalista, conferencista de política internacional no Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, webmaster de diversos blogs.

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