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3 min — há 11 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:27:31 PM
Ouvimos com frequência que antigos socialistas, comunistas, ou teólogos da libertação se tornaram radicais ambientalistas.
Ainda com maior frequência ouvimos também que “indígenas” envolvidos em lutuosos incidentes até recentemente não são tais.
Ou que nem mesmo são brasileiros, mas trazidos de países vizinhos, sem sequer falarem rudimentos de português.
E eis que alguns desses se imiscuem ousadamente em questões meio-ambientais brasileiras, relativas às florestas, desflorestação, demarcação de reservas, proteção de espécies, etc.
E até circulam com fortes apoios de partidos, do CIMI, Funai, etc.
O que pensar?
Eis um artigo da “Folha de S.Paulo”, assinado por Kátia Brasil, de Manaus, que fornece dados ilustrativos a respeito.
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Um líder indígena do Amazonas, habitué de cerimônias com autoridades como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua sucessora, Dilma Rousseff, não é índio, segundo a Polícia Federal.
Para a PF, Paulo José Ribeiro da Silva, 39, o Paulo Apurinã, fraudou o Rani (Registro Administrativo de Nascimento de Índio), RG indígena emitido pela Funai (Fundação Nacional do Índio).
Após um ano e meio de apuração, ele e a mãe, Francisca da Silva Filha, 56, foram indiciados sob suspeita de falsificação de documento público.
Entre os indícios de fraude, diz a PF, estão a ausência de dados genealógicos e de estudos antropológicos, além de depoimentos de índios que negaram a origem dos dois.
A própria mãe de Silva, em depoimento à PF, disse ter tirado os nomes indígenas dela e do filho – “Ababicareyma” (mulher livre) e “Caiquara” (o amado) – de um dicionário de tupi-guarani. Eles não falam a língua apurinã.
“Esses documentos foram adquiridos mediante fraude com colaboração de uma funcionária da Funai”, afirmou Sérgio Fontes, superintendente da PF no AM, sobre os registros obtidos em 2007.
Documento administrativo da Funai, o Rani não confere direitos por si só, mas na ausência da certidão de nascimento serve como subsídio para inclusão em programas sociais, como o Bolsa Família e cotas em universidades.
Com o Rani, a mãe de Silva entrou como cotista no curso de turismo da Universidade Estadual do Amazonas.
Um dos critérios para emissão do registro é o autorreconhecimento – a comunidade indígena tem de reconhecer a pessoa como índio. Caso a Funai tenha dúvidas sobre a etnia, deve pedir laudo antropológico, o que não ocorreu.
Cerimônia
Porta-voz do Mirream (Movimento Indígena de Renovação e Reflexão do Amazonas), Silva ganhou notoriedade em 2009,após liderar invasões de terras públicas para assentar índios sem teto.
Em outubro de 2011, presenteou Dilma e Lula com cocaresna inauguração de ponte sobre o rio Negro. “O meu cocar está com a Dilma”, disse à Folha nesta semana. Ele nega ter fraudado o registro.
A investigação começou em dezembro de 2011, após ele ser detido por desacato no aeroporto de Manaus.
Tentava embarcar com cocar de penas de ave ameaçada de extinção e insultou um fiscal do Ibama e um agente da PF. Foi condenado à prestação de um ano de serviços comunitários.
O cacique apurinã José Milton Brasil, 48, da comunidade Valparaíso, em Manaus, disse ter dúvidas sobre a origem de Silva. “Precisamos saber qual é a linhagem dele para não sermos enganados.”
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