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Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

O que há por detrás dos zumbis?

Por Alejandro Ezcurra

4 minhá 11 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:25:44 PM


zumbis

Para quem não seja um ingênuo incorrigível, é óbvio que existe uma central que comanda a difusão artificial de certas modas, sobretudo aquelas que mais servem à revolução cultural. As “impressões digitais” dessa misteriosa central se deixam ver na moda dos zumbis: de repente, como que obedecendo a uma palavra de ordem, aparecem nas principais cidades do mundo grupos de pessoas que desfilam disfarçadas de cadáveres ambulantes, e os meios de comunicação lhes servem de caixa de ressonância: inédita promoção, em grande escala, do horrendo. O que significa isto?

Ninguém sabe de onde saíram esses pseudos-defuntos; mas eles, sim, sabem que serão tanto mais promovidos quanto mais repugnante seja seu look macabro: daí as simulações de olhos dependurados fora das órbitas, de pedaços de osso à vista, de membros seccionados, de espumas sangrentas saindo da boca ou do nariz, de feridas abertas devoradas por vermes, de carnes putrefatas…

Vendo-os, num primeiro momento os ingênuos poderão se sobressaltar e até horrorizar, mas depois — habituados a não pensar seriamente em nada — assimilarão o episódio como mais um acontecimento e irão se acostumando. Nem lhes passará pela cabeça suspeitar que esses desfiles macabros e em série possam ser organizados e correspondam a uma intenção.

Um novo tipo humano, personificação da desordem total

O normal seria perguntar de que serve disfarçar-se de cadáver em decomposição (!!!), o que se quer com isso, e quem promove essa aberração. A resposta aflora simples e cristalina analisando-se o fato em função do processo revolucionário que vem corroendo a cristandade ocidental, descrito magistralmente por Plinio Corrêa de Oliveira em Revolução e Contra-Revolução.

Iniciada com a decadência da Idade Média, essa Revolução com “R” maiúsculo teve três etapas históricas: a pseudo-Reforma protestante, a Revolução Francesa e o comunismo. E agora desemboca no que pretende ser sua etapa final, qual seja a implantação da desordem completa: primeiro nas almas, modelando um tipo humano que personifique a total desordem interior, para depois se projetar em todos os atos humanos, individuais e sociais: é a revolução do caos, a anarquia.

É difícil crer que alguém deseje viver num caos perpétuo. Mas se entende, se considerarmos que o orgulho e a sensualidade – que são o combustível que alimenta a chama revolucionária – se satisfazem na recusa de toda regra e de toda autoridade, e, portanto, de toda ordem. Uma recusa condensada nos famosos slogans da revolução anarquista de Paris de 1968: “É proibido proibir” e “Nem Deus nem patrão”.

Para o revolucionário, “libertar-se” da ordem que o “oprime” inclui libertar-se do belo (a beleza é um aspecto da ordem), assim como se livrar do jugo de uma apresentação pessoal bela, composta e agradável – que reflete a dignidade do homem segundo as regras de vida civilizada –, para saciar seus apetites libertários entregando-se ao desregramento e à extravagância totais.

As “aspirações secretas” da moda Zumbi

ZumbisE aqui entram os zumbis. Nesses disfarces monstruosos que ostentam apenas feiura, grotesco e hediondez, subjaz uma evidente intenção ideológica.  Porque, como observou com acerto o grande Papa Pio XII, “a sociedade, por assim dizer, fala com o traje que veste; com o traje revela suas aspirações secretas e dele se serve, ao menos em parte, para edificar ou destruir o próprio porvir” (1).

E quais seriam as “aspirações secretas” desses disfarces horrendos? De que intenção oculta nos “falam”? – Ao acostumar o público a ver com naturalidade e até com simpatia os zumbis, a central difusora dessa loucura prepara o terreno para acolher sem sobressaltos o feio, o monstruoso e o paroxismo da loucura, isto é, “a primeira, a grande, a eterna revolucionária inspiradora e fautora desta Revolução, […] a serpente infernal cuja cabeça foi esmagada pela Virgem Imaculada” (2)

A meta final da Revolução anticristã é, efetivamente, substituir a beleza e a harmonia da Cristandade, espelho e prefigura do Céu, pelo império da suma feiura e do caos revolucionário, reflexo e antecâmara do inferno.

Tenhamos isto bem claro e recusemos categoricamente esta revolução do horrendo. Do contrário nos exporemos ao triste papel não só de estúpidos seguidores de modas, mas também de “companheiros de viagem” do príncipe das trevas.

______________

[1] PIO XII, Discurso Di Gran Cuore, de 8 de novembro de 1957, Discorsi e Radiomessaggi, Tipografía Vaticana, 1959, vol. XIX, p. 578.

[2] PLINIO CORRÊA DE OLIVEIRA, Revolución y Contra-Revolución, Ed. Tradición y Acción por un Perú Mayor, Lima, 2005, p. 171.

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