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A trilogia que irritou o movimento feminista

Por Jurandir Dias

3 minhá 9 anos — Atualizado em: 5/2/2016, 8:21:49 PM


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Maria, o modelo perfeitíssimo de mulher e mãe

A revista Veja [1] de 18 de abril, ao classificar como “bela, recatada e do lar” certa mulher brasileira, provocou um alvoroço nas mídias sociais.  A trilogia “bela, recatada e do lar” não poderia ser mais odiosa para as feministas.

Sem querer, a revista despertou um tema que alguns talvez preferissem deixar oculto:  a nobre missão da mulher na sociedade, ou seja, a de ser esposa e mãe, dedicada, recatada e casta. Não pretendo afirmar que a mulher não possa exercer certas profissões sem deixar aquelas qualidades inerentes ao sexo feminino.

A historiadora Mary Del Priore, uma das principais pesquisadoras da história das mulheres brasileiras, numa entrevista à BBC Brasil, faz uma análise desse fenômeno que está a acontecer na sociedade brasileira. Segundo ela, “recato e ser uma boa dona de casa acompanhou a história da mulher brasileira desde sempre”. E acrescenta: “Não vamos esquecer que nossos congressistas, quando foram votar pelo impeachment, evocaram a família, a Igreja – então esse Brasil, que não está tão visível e que, do meu ponto de vista, se constitui numa espécie de buraco negro com vozes discordantes, que nunca ouvimos, é esse Brasil que se vê representado em mulheres que são belas, puras e recatadas”.

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Muitas famílias estiveram presentes nas recentes manifestações, inclusive com crianças pequenas.

A historiadora observa ainda que essa tendência conservadora ocorreu também nos Estados Unidos ”onde você tem movimentos feministas com tantas nuances, você teve uma reação de mulheres nos anos 90 que deixaram as grandes empresas, abandonaram suas carreiras, e que tem prazer de estar em casa, ser donas de casa, e cuidar dos filhos, se dedicar à vida doméstica.” [2]

Artigo já publicado neste site comenta: “Há um surpreendente movimento de mulheres que, após serem bem sucedidas numa profissão, resolvem abandoná-la para se tornarem donas-de-casa, desagradando assim profundamente as chamadas feministas, pelo fato de representantes do belo sexo escaparem à sua ditadura.

Não ignoro, é claro, que possa haver mulheres que se dediquem por razões legítimas a uma profissão. Não estou aqui analisando casos individuais. O presente enfoque é a nova tendência que vai se afirmando no sexo feminino, e que tem relação com a presente ‘onda conservadora’.” [3]

*   *   *

O artigo da Veja revela um Brasil “que não está visível” – ou melhor, não estava visível -, mas que agora, com os últimos acontecimentos, está se tornando cada vez mais patente. Este sim é o Brasil verdadeiro, o Brasil profundo, o Brasil conservador que a mídia faz questão de esconder.

A mídia se engana com o Brasil.

Referências:

[1] http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/bela-recatada-e-do-lar – acessado em 24 de abril de 2-16

[2] http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/04/160418_marydelpriore_entrevista_marcella_temer_np – acessado em 24 de abril de 2016

[3] https://ipco.org.br/mulheres-preferem-o-lar-a-uma-profissao/#.VxzCmjArLIV  – acessado em24 de abril de 2016

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Jurandir Dias

Jurandir Dias

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(jornalista MTb 81299/SP) colabora voluntariamente com o site do IPCO.

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