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2 min — há 9 anos — Atualizado em: 5/1/2017, 9:31:40 PM
Apresentado em nossos dias como singular moda póstuma, o Pacto das Catacumbas foi um compromisso assinado por 40 Padres Conciliares na época do Concílio Vaticano II. De acordo com Dom Pedro Casaldáliga, seus signatários preconizavam “o advento de uma outra ordem social, nova”. — Qual? Nós sabemos, pois conhecemos os gostos desse prelado, que em uma de suas poesias se autointitulava “Monsenhor Martelo e Foice”.
No último dia 16 de novembro houve uma celebração litúrgica nas catacumbas de Roma onde o movimento começou, e no dia 20 haverá uma reunião para tratar da reforma da Igreja (isso mesmo!).
Resumindo o seu conteúdo, os signatários do Pacto das Catacumbas de ontem e de hoje são a favor da abolição de toda pompa e riqueza, tanto no culto divino quanto na vida de sociedade, e se recusam ser chamados oralmente ou por escrito com os títulos próprios à sua dignidade (Eminência, Excelência, Monsenhor…). “Nem ouro nem prata”, afirmam.
Essa mentalidade já fora denunciada anteriormente, em 1960, por Plinio Corrêa de Oliveira no livro Reforma Agrária – Questão de Consciência sob o expressivo epíteto de “complexo de simplismo”.
Ali ele afirma que a Igreja “não ignora a fraqueza humana. Mas também não a exagera”. E também que “as magnificências da natureza e da arte, bem utilizadas pelo homem temperante, constituem meios de elevá-lo a Deus. Sem dúvida foram utilizadas neste sentido por muitas pessoas que viveram em meio a objetos do mais requintado luxo, e hoje estão na glória dos altares: papas, reis, cardeais, príncipes, nobres e outros grandes da Terra”.
A mensagem do Pacto das Catacumbas, pelo contrário, é um apelo ao afastamento dos ambientes religiosos da pompa e da civilização, e um convite implícito a imergir na vulgaridade cinzenta do miserabilismo comuno-tribal.
Objetará alguém: a Igreja não recomenda a penitência e o abandono dos bens da Terra? Ela não forma muitos que, para se santificarem, deixaram todas essas coisas?
Por certo, a Igreja tem recomendado aos homens a abstenção, a título de penitência, de bens deste mundo. A necessidade de penitência não resulta de qualquer mal existente nesses bens, porém do desregramento da natureza humana em consequência do pecado original e dos pecados atuais.
De onde resulta que, se o homem devesse afastar-se de tudo quanto para uma alma equilibrada constitui ocasião remota, e não próxima, de pecado, seria a morte da cultura e da civilização.
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