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Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

Mons. Viganò: “A abominação de ritos idolátricos penetrou no santuário de Deus”

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16 minhá 5 anos — Atualizado em: 11/12/2019, 5:21:17 AM


ROMA, 6 de novembro de 2019 (LifeSiteNews) – O arcebispo Carlo Maria Viganò pede a reconsagraçãoda Basílica de São Pedro, à luz do que ele chama de “horríveis profanaçõesidolátricas” que foram cometidas em seus muros pela veneração de estátuas daPachamama.

Em uma nova entrevista com o LifeSiteNews sobre o Sínodo da Amazônia, o arcebispo Viganò [foto] disse: “A abominação de ritos idolátricos entrou no santuário de Deus e deu origem a uma nova forma de apostasia cujas sementes, ativas há muito tempo, estão crescendo com renovado vigor e eficácia.”

Ele prossegue: “O processo de mutação interna da fé,que ocorre na Igreja Católica há várias décadas, viu neste Sínodo uma dramáticaaceleração em direção à fundação de um novo credo, resumido em um novo tipo deadoração [cultus]. Em nome dainculturação, elementos pagãos estão infestando o culto divino, a fim detransformá-lo em um culto idolátrico.”

Clérigos e leigos “não podem permanecer indiferentesaos atos idolátricos que testemunhamos”, insiste o arcebispo. “É urgenteredescobrir o significado de oração, reparação e penitência, do jejum, dospequenos sacrifícios, dos buquês espirituais e, acima de tudo, da adoraçãosilenciosa e prolongada diante do Santíssimo Sacramento.”

Nesta exaustiva entrevista (veja o texto completoabaixo), abordamos com o arcebispo Viganò o que a “saga da Pachamama” revelasobre o estado da Igreja e como é a consequência lógica de outras declarações“aberrantes” feitas no atual pontificado. Também falamos sobre o documentofinal do Sínodo, que ele chama de “ataque frontal contra o edifício divino” daIgreja; o que o Sínodo da Amazônia revela sobre “sinodalidade”; e o que seus organizadoresconseguiram.

Segundo o arcebispo Viganò, o “paradigmada Amazônia”, que visa fundamentalmente “transformar” a Igreja Católica, estáalinhado com uma agenda “globalista” e “serve como uma passarela para baldear oque resta do edifício católico rumo a uma religião universal indefinida”.

“Para todos nós católicos, a paisagem da Santa Igreja está se tornando mais escura a cada dia”, diz ele. “Se esse plano satânico for bem-sucedido, os católicos que aderirem a ele mudarão de fato de religião, e o imenso rebanho de Nosso Senhor Jesus Cristo será reduzido a uma minoria”.

“Essa minoria provavelmente terá muitoque sofrer […] mas com Ele vencerá”, diz, concluindo suas observações com aspalavras provocativas, proféticas e oportunas da mística e santa do século XIV,Brígida da Suécia.

Na Igreja de Santa Maria em Traspontina, cerimonial de adoração da imagem da Pachamama

A seguir, a nossa entrevista sobre o Sínodo da Amazôniacom o Arcebispo Carlo Maria Viganò.

LifeSiteNews: Excelência,como o senhor caracterizaria o conjunto da narrativa do Sínodo? Existe umaimagem que o resuma adequadamente?

Arcebispo Viganò:A barca da Igreja está sacudida por uma tempestade furiosa. Para acalmar atempestade, aqueles sucessores dos Apóstolos que tentaram deixar Jesus na praiae que não mais percebem Sua presença, começaram a invocar a Pachamama!

 “Quandovirdes estabelecida no lugar santo a abominação da desolação […] então atribulação será tão grande como nunca foi vista, desde o começo do mundo até opresente, nem jamais será” (Mt 24, 15e 21).

A abominação dos ritos idolátricos entrouno santuário de Deus e deu origem a uma nova forma de apostasia, cujas sementes– que estão em atividade há muito tempo – estão crescendo com renovado vigor eeficácia. O processo de mutação interna da fé, que ocorre na Igreja Católica hávárias décadas, viu neste Sínodo uma aceleração dramática em direção à fundaçãode um novo credo, resumido em um novo tipo de culto [cultus]. Em nome da inculturação, elementos pagãos estão infestandoo culto divino, a fim de transformá-la em um culto idolátrico.

LSN: Qualparte do Documento Final do Sínodo Amazônico o senhor considera maispreocupante ou problemática?

AV: Aestratégia de toda a operação do Sínodo da Amazônia é o engano, a armapreferida do diabo: dizer meias-verdades para alcançar um fim perverso. Faltade padres: para destruir o celibato, primeiro na Amazônia e depois em toda aIgreja, eles dizem que é necessário abrir-se aos padres casados e ao diaconatodas mulheres. Em que continente a primeira evangelização da Igreja Católica foirealizada por padres casados? As missões na África, Ásia e América Latina foramfeitas principalmente pela Igreja latina, e apenas em pequena escala pelasIgrejas orientais que têm clérigos casados.

O documento final desta assembleiavergonhosamente manipulada, cuja agenda e resultados foram planejados há muitotempo, é um ataque frontal contra o edifício divino da Igreja, atacando asantidade do sacerdócio católico e pressionando pela abolição do celibato eclesiásticoe por um diaconato feminino.

LSN: O quea saga da Pachamama revelou? E o que deve ser feito em resposta?

AV: EmAbu Dhabi, o Papa Francisco declarou por escrito que Deus “deseja” todas asreligiões. Apesar da correção fraterna apresentada a ele pessoalmente e porescrito pelo Bispo Athanasius Schneider, o Papa Francisco ordenou que suadeclaração herética fosse ensinada nas universidades pontifícias e que secriasse uma comissão especial para espalhar este grave erro doutrinário.

Consistente com essa doutrina aberrante,não surpreende que o paganismo e a idolatria também sejam incluídos entre asreligiões desejadas por Deus. O Papa no-lo mostrou e levou-o a cabopessoalmente, profanando os jardins do Vaticano e a Igreja de Santa Maria emTraspontina, e dessacralizando a Basílica de São Pedro e a missa deencerramento do Sínodo, colocando no altar da Confissão aquela “planta” idolátricaque está intimamente ligada à Pachamama.

De acordo com a tradição da Igreja, aIgreja de Santa Maria em Traspontina e a Basílica de São Pedro devem sernovamente consagradas, à luz das terríveis profanações idolátricas nelascometidas.

A saga da Pachamama revelou uma violaçãoflagrante e muito séria do Primeiro Mandamento, bem como a tendência àidolatria em uma “Igreja com rosto amazônico”. Esse rito, que ocorreu nocoração do cristianismo e do qual Bergoglio participou, assume o valor de umrito iniciático da nova religião. A veneração da Pachamama é o fruto venenosoda “inculturação” a qualquer preço e uma expressão fanática da “Teologia Índia”.O Sínodo ofereceu uma plataforma de lançamento para esta nova igrejasincretista neopagã, dedicada ao culto da Mãe Terra, ao mito naturalista do“bom selvagem” e à rejeição do modelo e do estilo de vida ocidentais dassociedades avançadas.

A idolatria chancela a apostasia. É ofruto da negação da verdadeira fé. Nasce da desconfiança em Deus e degenera emprotesto e rebelião. O Pe. Serafino Lanzetta disse recentemente:

“Adorar um ídolo é adorar a si mesmo nolugar de Deus […] é adorar o anti-Deus que nos seduz e nos separa de Deus, ouseja, o diabo, como pode ser claramente visto nas palavras de Jesus ao tentadorno deserto (cf. Mt 4, 8-10). O homemnão pode deixar de adorar, mas deve escolher quem adorará. Ao tolerar apresença de ídolos – a Pachamama em nosso contexto atual – ao lado da fé, se dizque a religião é basicamente o que satisfaz os desejos do homem. Os ídolos sãosempre atraentes porque se adora o que se quer e, acima de tudo, não é precisosuportar muitas dores de cabeça com a moral. Pelo contrário, os ídolos são namaior parte a sublimação de todos os instintos humanos. A verdadeira dor decabeça, no entanto, ocorre quando a corrupção moral se espalha e infesta aIgreja. Um ‘abandono de Deus’ por impureza, prostituir-se com outros deuses,trocando a verdade de Deus por mentiras e adorando e servindo criaturas em vezdo Criador (cf. Rom 1, 24-25). Pareceque São Paulo está falando conosco hoje. A raiz dessa triste e trágica históriaé o colapso dogmático e moral”.

Não podemos permanecer indiferentes aosatos idolátricos que testemunhamos e nos deixaram perplexos. Esses ataquescontra a santidade de nossa Igreja Mãe exigem de nós uma reparação justa egenerosa. É urgente redescobrir o significado da oração, reparação epenitência, do jejum, dos “pequenos sacrifícios, dos buquês espirituais” e,sobretudo, da adoração silenciosa e prolongada diante do Santíssimo Sacramento.

Imploremos ao Senhor que volte e fale aocoração de sua Amada Noiva, atraindo-a de volta para Si na graça de seuprimeiro e irrevogável amor, depois de cometer o erro de se entregar ao mundo eà sua prostituição.

LSN: Oque o Sínodo da Amazônia nos mostrou sobre a natureza da “sinodalidade”?

AV: AIgreja não é uma democracia. O Sínodo dos Bispos, desde que Paulo VI oestabeleceu através do Motu Proprio ApostolicaSollicitudo em 15 de setembro de 1965, sempre lidou com problemasrelacionados com a Igreja universal e concedeu aos bispos que representam todasas conferências episcopais no mundo inteiro o direito de participar. O Sínododa Amazônia não respeitou esse critério.

A Igreja na Amazônia certamente tem seuspróprios problemas, os quais precisam, portanto, ser abordados em nível local.Para resolvê-los, seria suficiente que os bispos latino-americanos seguissem asrecomendações que o Papa Bento XVI lhes fez por ocasião de sua visita aAparecida em 2007. Eles não o fizeram. De fato, há décadas muitos deles têmpermitido, senão encorajado, que adeptos da teologia da libertação e de ideologiasde origem assaz germânica, com os jesuítas na linha de frente, continuem serecusando a proclamar Cristo como o único Salvador.

“Guardai-vos dos falsos profetas. Elesvêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos arrebatadores” (Mt 7, 15). A situação em um setor daIgreja na Amazônia tem sido um fracasso, em parte por causa dos núnciosapostólicos no Brasil, como o atual Secretário Geral do Sínodo dos Bispos, quepropôs candidatos ao episcopado como os que vimos no Sínodo da Amazônia.Promovendo um Sínodo em Roma, em vez de promover um sínodo local, e convidandobispos selecionados entre os mais cegos para guiar outros cegos, houve umatentativa de exportar e espalhar a doença para a Igreja universal?

O Papa Francisco usa a “sinodalidade” deuma maneira extremamente contraditória e minimamente sinodal! “Sinodalidade” éum dos “mantras” do atual pontificado, a solução mágica para todos os problemasque afetam a vida da Igreja. A tão aclamada “conversão sinodal” substituiu aconversão a Cristo. É exatamente por isso que a “sinodalidade” não é a solução,mas o problema.

Além disso, o Papa Francisco parececonceber a sinodalidade como uma via de mão única: os atores, o conteúdo e osresultados são planejados e dirigidos de maneira direcionada e inequívoca. Comoresultado, a instituição sinodal é seriamente deslegitimada e a adesão dosfiéis a ela fica prejudicada.

Também se tem a impressão de que asinodalidade está sendo apreendida e usada como um instrumento para se libertarda Tradição e daquilo que a Igreja sempre ensinou. Como pode existir verdadeirasinodalidade onde a fidelidade absoluta à doutrina está ausente?

Falando no Angelus sobre a assembleiarecém-concluída, Francisco disse: “Caminhamos fitando-nos nos olhos eouvindo-vos com sinceridade, sem esconder dificuldades.” Essas palavras falamde uma sinodalidade exercida a partir de baixo, não de Cristo, o Senhor, nem deouvir sua verdade eterna. Elas refletem uma sinodalidade sociológica e mundanaque serve a um projeto ideológico meramente humano.

LSN: Osenhor tem alguma ideia de como o aparelho de mídia do Vaticano lidou com o Sínodo?Os críticos dizem que perdeu toda a credibilidade.

AV: Duranteo Sínodo, assistimos a um gerenciamento de comunicação no estilo soviético, coma imposição de uma “versão oficial” que quase nunca coincidia com a realidade.Quando a evidência de mentiras ou ambiguidade foi trazida à luz por tantosjornalistas corajosos, eles o negaram ou denunciaram uma conspiração.

As vestes foram rasgadas, a ponto de seregistrar uma queixa-crime sobre as deusas-mães Pachamama jogadas no rio Tibre!Depois vieram os epítetos habituais – católicos conservadores e fanáticos;retrógrados que não acreditam no diálogo; pessoas que ignoram a história daIgreja –, segundo um editorial publicado no VaticanNews favorável às estátuas, completado com uma citação do cardeal S. John-HenryNewman. No entanto, a citação de Newman, segundo a qual os elementos de origempagã são santificados por sua adoção na Igreja, não apenas testemunha a má-féda pessoa que a usou, mas também se volta contra ela.

A citação de Newman, de fato, ressalta adiferença substancial existente entre a prática sábia da Igreja de Cristo e osmétodos da apostasia modernista. De fato, a Igreja Romana, que destruiu atirania dos ídolos demoníacos (pense na demolição dos templos de Apolo por SãoBento ou no carvalho sagrado por São Bonifácio) e estabeleceu o reino deCristo, adota formas da antiga religião pagã e as batiza. Os novos modernistas,pelo contrário, que acreditam que Deus deseja positivamente a diversidade dasreligiões, se entregam alegremente ao sincretismo e à idolatria.

LSN: Oque especificamente sobre a Igreja e sua fé foi posto em risco ou ameaçado peloSínodo da Amazônia?

AV: OSínodo Amazônico faz parte de um processo que visa nada menos que mudar aIgreja. O pontificado do Papa Francisco está repleto de atos sensacionais quevisam minar doutrinas, práticas e estruturas que até agora eram consideradasconsubstanciais à Igreja Católica. Ele próprio definiu esse processo como uma“mudança de paradigma”, isto é, uma clara ruptura com a Igreja que o precedeu.

Com o Sínodo da Amazônia surgiu a utopiade uma nova igreja tribalista e ecologista. É o antigo projeto desteprogressismo latino-americano – já enfrentado por João Paulo II e pelo entãocardeal Ratzinger, mas nunca realmente erradicado –, que agora está sendopromovido pelo topo da hierarquia católica. O objetivo deste Sínodo é avançarpara a consagração definitiva da teologia da libertação em sua versão “verde” e“tribal”.

Com esse Sínodo, como em outras ocasiões,a Igreja Católica parece estar alinhada com as estratégias que dominam a cenaglobalista, as quais são apoiadas por forças e finanças poderosas. Essasestratégias são radicalmente anti-humanas e intrinsecamente anticristãs. Aagenda inclui até a promoção do aborto, da ideologia de gênero e do homossexualismo,e dogmatiza a teoria do aquecimento global antropogênico.

Para todos nós católicos, a paisagem daSanta Igreja está se tornando mais escura a cada dia. A ofensiva progressistaem curso anuncia uma revolução real, não apenas na maneira como a Igreja éentendida, mas também nas imagens apocalípticas que ela dá para toda a ordemmundial. Com profunda tristeza, vemos o presente pontificado marcado por fatosincomuns, comportamentos desconcertantes e declarações que contradizem adoutrina tradicional e semeiam uma dúvida geral nas almas sobre o que é aIgreja Católica e quais são seus verdadeiros e imutáveis ​​princípios. Pareceque estamos nas garras de um caos religioso de proporção gigantesca. Se esseplano satânico for bem-sucedido, os católicos que aderirem a ele de fatomudarão de religião, e o imenso rebanho de Nosso Senhor Jesus Cristo seráreduzido a uma minoria. Essa minoria provavelmente terá muito que sofrer. Masserá sustentada pela promessa de Nosso Senhor de que as portas do inferno nãoprevalecerão contra a Igreja, e com Ele vencerá no Triunfo do Imaculado Coraçãode Maria prometido por Nossa Senhora em Fátima.

LSN: Oque o senhor acha que os organizadores do sínodo obtiveram do ponto de vistadeles? Que avanços eles fizeram em sua agenda?

AV: Osorganizadores e protagonistas do Sínodo certamente alcançaram um de seusobjetivos: tornar a Igreja mais amazônica e a Amazônia menos católica. Oparadigma amazônico não é, portanto, a etapa final do processo de transformaçãovisado pela “revolução pastoral” promovida pelo atual magistério papal. Servecomo uma passarela para baldear o que resta do edifício católico rumo a umareligião universal indefinida.

O paradigma amazônico, com sua veneraçãopanteísta da Mãe Terra e a interconexão utópica entre todos os elementos danatureza, deve permitir (de acordo com as especulações teológicas desenvolvidasna área germânica) a superação da religião católica tradicional através de umpanteão mundial e apátrida. O recente Sínodo obteve sucesso no sentido de criaruma igreja amazônica constituída por um conjunto de crenças, adoração, práticaspagão-sacramentais, liturgias inculturadas em comunhão com a Natureza e muitosclérigos indígenas casados, com vistas à ordenação de mulheres. É um passoaberrante e verdadeiramente significativo na agenda de uma “igreja em saída”,ocupada no processo da Grande Substituição do Catolicismo por Outra Religião,que glorifica o Homem no lugar de Deus.

LSN: Osenhor foi Núncio Apostólico nos Estados Unidos. O que acha da ideia de osleigos inundarem as Nunciaturas Apostólicas do Vaticano com cartas?

“O Rei­no dos Céus é arrebatado à força esão os violentos que o conquistam” (Mt11, 12). Como o professor Roberto De Mattei nos convida: “Precisamosmilitarizar nossos corações e transformá-los em uma Acies Ordinata. A Igreja não tem medo de seus inimigos e semprevence quando os cristãos lutam. Nossos adversários estão unidos pelo ódio aobem; devemos nos unir no amor ao bem e à verdade. Esta não é uma batalha comum,mas uma guerra! É urgente que diante do processo contínuo de autodemolição daIgreja, a resistência católica seja fortemente unida e visível, e também supere‘os muitos mal-entendidos que frequentemente dividem o campo do bem e busqueentre essas forças uma unidade de propósitos e ação, mantendo suas diferentesidentidades legítimas’” (De Mattei).

Nesta hora das mais graves, os leigos sãocertamente a ponta de lança da resistência. Por sua coragem, eles devem apelar anós pastores, e nos encorajar a avançar com mais coragem e determinação paradefender a Noiva de Cristo. A advertência de Santa Catarina de Siena é dirigidaaos pastores: “Abram os olhos e observem a perversidade da morte que veio aomundo, e especialmente ao Corpo da Santa Igreja. Ai de mim! Que seus corações ealmas explodam ao ver tantas ofensas contra Deus! Ai de mim! Chega de silêncio!Gritem com cem mil línguas. Vejo que, através do silêncio, o mundo está morto,a Noiva de Cristo está pálida.”

LSN: Osenhor gostaria de adicionar algo?

AV: Vamosdar a última palavra a Santa Brígida da Suécia, co-padroeira da Europa:

“O Pai falou, enquanto todo o exército docéu estava ouvindo, e ele disse:

‘Diante de vós declaro minha queixa,entreguei minha filha a um homem que a atormenta terrivelmente e amarra seuspés a uma estaca de madeira, de tal modo que a medula saiu de seus pés.’

“O Filho respondeu: ‘Pai, eu a redimi commeu sangue e a tomei como noiva, mas agora ela foi raptada à força.’

“O Pai exclamou: ‘Meu filho, compartilho ovosso lamento, vossa palavra é minha, vossas obras são minhas. Vós estais em Mime eu em Vós. Que vossa vontade seja feita.’

“Então a Mãe falou, dizendo: ‘Vós soismeu Deus e meu Senhor. Meu seio portou os membros do vosso Filho abençoado, queé vosso verdadeiro Filho e meu verdadeiro Filho. Não recusei nada a Ele naterra. Por causa de minhas orações, tende piedade de sua filha, a Igreja!’

“O Pai respondeu: ‘Visto que nada merecusastes na Terra, não quero Vos recusar nada no Céu. Que seja feita a vossavontade.’

“Depois disso, os anjos falaram, dizendo:‘Vós sois nosso Senhor, em Vós possuímos tudo de bom e não precisamos de nadaalém de Vós. Quando Vós escolhestes esta Noiva, todos nos alegramos; a essaaltura, temos motivos para ficar triste, porque ela foi entregue nas mãos dospiores homens, que a ofendem com todo tipo de insultos e abusos. Portanto, tendepiedade dela, segundo vossa grande misericórdia, e não há ninguém para consolá-lae libertá-la senão Vós, Senhor, Deus Todo-Poderoso.’

“Então Ele disse aos anjos: ‘Vós soismeus amigos e a chama do vosso amor queima em meu coração. Terei piedade deminha filha, minha Igreja, pelo amor de vossas orações’ ”(Revelações, livro I, capítulo 24).

Mais uma vez, permitamos que SantaBrígida fale:

“Saiba que, se algum Papa conceder aospadres a permissão para contrair matrimônio carnal, ele será espiritualmentecondenado por Deus […]. Deus privaria completamente o mesmo Papa da visão eaudição espirituais, bem como das palavras e ações espirituais. Toda a suasabedoria espiritual ficaria completamente congelada. Então, após sua morte,sua alma seria lançada no inferno para ser atormentada para sempre, para setornar alimento de demônios eternamente e sem fim. Sim, mesmo que o próprioPapa São Gregório tivesse decretado isso, ele nunca obteria o perdão de Deus apartir dessa sentença, a menos que a revogasse humildemente antes da morte” (Apocalipse, livro VII, 10).

Senhor, tende piedade da vossa Igreja, pelo amor de nossas orações e aflições!


(*) Matéria traduzida do original inglês por Hélio Dias Viana.

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