Portal do IPCO
Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação
Logo do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
Instituto

Plinio Corrêa de Oliveira

Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

São Miguel Arcanjo, o primeiro dos Cavaleiros, modelo de contemplativo

Por Plinio Corrêa de Oliveira

7 minhá 3 anos


São Miguel Arcanjo

Transcrevemos comentários do Prof. Plinio:

“Dele afirma este calendário: São Miguel, Príncipe da milícia celeste, no combate que houve no Céu, combateu os anjos rebeldes. Compete-lhe continuar essa luta para nos livrar do demônio. Dele dependem os Anjos da Guarda. É o anjo protetor da Igreja e o que apresenta ao Padre Eterno a oblação eucarística. Nós estamos na novena de Nossa Senhora do Rosário e na novena de Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças.

O primeiro dos Cavaleiros

“Eu chamo a atenção dos senhores para esse fato: São Miguel é o chefe então, é o que lutou contra o demônio e o precipitou no inferno. Ele é o chefe dos Anjos da Guarda dos indivíduos e o chefe também dos Anjos da Guarda das instituições. E é, ele mesmo, o Anjo da Guarda da Instituição das instituições, que é a Santa Igreja Católica Apostólica Romana.

“Ele tem, portanto, uma função tutelar, a respeito da qual a gente se pergunta que relação há entre a atitude dele, ou a missão dele derrubando no inferno os que se levantavam contra Deus Nosso Senhor, de um lado, e a proteção que ele dispensa à Igreja e aos homens nesse vale de lágrimas e nessa arena, que é a vida, de outro lado. E nós vemos que essas duas missões se concatenam. Ele defendeu a Deus, Deus quis servir-se dele como de seu escudo, contra o demônio. Deus quer que ele seja o escudo dos homens contra o demônio; Deus quer que ele seja o escudo da Santa Igreja Católica contra o demônio. Mas um escudo que não é meramente escudo: é gládio também. Ele não se limita a defender, mas ele derrota, ele precipita no inferno.

O primeiro dos Cavaleiros

“E é, portanto, essa a dupla missão de São Miguel. É por causa disso que São Miguel era considerado na Idade Média, pelos cavaleiros, o primeiro dos cavaleiros; o cavaleiro celeste, leal perfeitamente como um cavaleiro deve ser, forte idealmente como deve ser um cavaleiro, puro como um anjo e como o cavaleiro deve ser, e vitorioso como deve ser o cavaleiro, que põe toda sua confiança em Deus, e depois de ter nascido Nossa Senhora, põe toda sua confiança também em Nossa Senhora.

“É, portanto, essa figura admirável de São Miguel que, vista assim, nós devemos considerar a figura de nosso aliado natural nas lutas, porque o movimento contra-revolucionário não quer ser outra coisa do que um grupo de homens que executam, “mutatis mutandis”  em nível humano, a tarefa de São Miguel Arcanjo. Quer dizer, de defender a honra de Deus, defender a glória de Nossa Senhora, defender a Igreja Católica, defender a Civilização Cristã. Nós vemos, portanto, que há uma afinidade enorme e que andam muito bem os contra-revolucionários que queiram constituir São Miguel Arcanjo seu especial patrono.

Papel contemplativo

“Há em D. Guéranger, uma ficha, a respeito da devoção contemplativa dos anjos:

Assim a Igreja considera São Miguel como o mediador de sua prece litúrgica. Ele se mantém entre a humanidade e a divindade. Deus que distribui, com uma ordem admirável, as hierarquias visíveis e invisíveis, emprega por opulência, para louvor de sua glória, o ministério desses espíritos celestes que contemplam sem cessar a face adorável do Pai, e que sabem, melhor do que os homens, adorar e contemplar a beleza de suas perfeições infinitas

Monte São Miguel, França

“Aí é que diz que ele é o que apresenta ao Padre Eterno a oblação eucarística. E foi assim que ele apareceu também em Fátima, para os pequenos pastores, com o cálice na mão.

““Mi – cha – El: quem como Deus? Esse nome exprime por si só, em sua brevidade, o louvor mais completo, a adoração mais perfeita, o reconhecimento mais inteiro da transcendência divina e a confissão mais humilde do nada da criatura, modelo, portanto, de humildade”.

“Porque quem exclama que ninguém é como Deus, exclama que não é nada, e essa é a humildade perfeita. A forma de humildade própria do cavaleiro não é a de um dulçuroso sentimental e ilógico.

““Também a Igreja da terra convida os espíritos celestes a bendizer o Senhor e cantá-lo; a louvá-lo e bendize-lo sem cessar. Essa vocação contemplativa dos anjos é o modelo da nossa, como nos faz lembrar o belo prefácio do Sacramentário de São Leão. É verdadeiramente digno render-Vos graças a vós, que nos ensinais por vosso apóstolo que nossa vida é dirigida aos céus; que com benevolência quereis que nos transportemos em espírito ao lugar onde servem esses que veneramos, especialmente dirigirmo-nos para essas alturas na festa do bem-aventurado São Miguel Arcanjo”.

O Céu, ordem de coisas para onde fomos chamados

“Realmente aqui está um traço da devoção aos anjos, que é preciso muito notar. Os anjos são habitantes da Corte celeste. E na Corte celeste eles vivem numa eterna contemplação, numa contemplação de quem vê Deus face a face, e as visões de todos os grandes místicos nos referem às festas que há no Céu; e que são verdadeiras festas. Não são imagens, ou quimeras não, mas são verdadeiras festas em que Deus vai manifestando sucessivamente suas grandezas e eles aclamam com triunfos novos, que não terminam nunca dos nuncas.

Monte de São Miguel, Reino Unido

“E há uma felicidade celeste, há um senso de que o Céu é a pátria de nossa alma e é propriamente a ordem de coisas para a qual nós fomos criados, que corresponde plenamente a todas as nossas aspirações; há um senso da felicidade celeste pela contemplação face a face de Deus que é a perfeição absoluta de todas as coisas, há algo disso que deve e pode passar para a terra. E nas épocas de verdadeira fé alguma coisa dessa felicidade filtra; alguma coisa dessa piedade é sentida pelas almas piedosas e comunicada depois através das almas piedosas, mais notavelmente piedosas, como um tesouro comum para toda a Igreja.

“E é isso que falta tanto hoje em dia, de maneira tal que não se tem a idéia de uma felicidade celeste e sem a idéia de uma felicidade celeste não se tem apetência do céu; e as pessoas se chafurdam na pura apetência dos bens da terra. Mas se pudessem compreender por um instante o que é uma consolação do Espírito Santo, o que é uma graça do Espírito Santo, o que é esse tipo de felicidade que a consideração dos bens celestes comunica, se pudesse compreender isso por um instante que fosse, então começava o desapego dos bens da terra; então se começava a compreender como tudo é transitório, como tudo isso não é nada, como há valores que estão acima disso e que tornam a terra um pouco de poeira.

“Mas é isso que exatamente falta e que os santos anjos podem nos obter, eles que estão inundados dessa felicidade, e que de vez em quando se comunicam sob essa forma aos santos. Há uma forma de fenômeno místico que é um concerto – Santa Teresinha teve isso, ela até fala na “História de uma Alma” -, um concerto muito longínquo, de uma harmonia maravilhosa e extraterrena. E é um pouco do eterno cântico dos anjos que chega por essa forma, aos ouvidos dos bem-aventurados, para lhes dar exatamente apetência das coisas do Céu.

“Em nossa época essa apetência falta fabulosamente. Não poucas pessoas só se interessam e só se empolgam pelas coisas da terra, empolgam-se pelo dinheiro, empolgam-se pela politicagem, empolgam-se pelo mundanismo, empolgam-se pelas trivialidades do noticiário de todos os dias, mas não se empolgam pelas coisas elevadas, pelas coisas doutrinárias e – menos ainda – pelas coisas especificamente celestes.

“Então, pedir aos anjos que nos comuniquem o desejo das coisas celestes de que eles estão inundados é uma excelente intenção para ser acrescentada, na festa de amanhã, ao grande pedido dos pedidos, que é o de São Miguel Arcanjo nos fazer imitadores dele, perfeitos cavaleiros de Nossa Senhora nessa terra.”

***

São Miguel, um patrono em nossa luta contra o progressismo, para purificar e reconduzir o Brasil nas vias da civilização cristã.

Fonte: São Miguel Arcanjo: modelo do perfeito cavaleiro e do perfeito contemplativo (pliniocorreadeoliveira.info)

Detalhes do artigo

Autor

Plinio Corrêa de Oliveira

Plinio Corrêa de Oliveira

557 artigos

Homem de fé, de pensamento, de luta e de ação, Plinio Corrêa de Oliveira (1908-1995) foi o fundador da TFP brasileira. Nele se inspiraram diversas organizações em dezenas de países, nos cinco continentes, principalmente as Associações em Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP), que formam hoje a mais vasta rede de associações de inspiração católica dedicadas a combater o processo revolucionário que investe contra a Civilização Cristã. Ao longo de quase todo o século XX, Plinio Corrêa de Oliveira defendeu o Papado, a Igreja e o Ocidente Cristão contra os totalitarismos nazista e comunista, contra a influência deletéria do "american way of life", contra o processo de "autodemolição" da Igreja e tantas outras tentativas de destruição da Civilização Cristã. Considerado um dos maiores pensadores católicos da atualidade, foi descrito pelo renomado professor italiano Roberto de Mattei como o "Cruzado do Século XX".

Categorias

Tags

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Tenha certeza de nunca perder um conteúdo importante!

Artigos relacionados