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5 min — há 3 anos
Com a derrocada da Cortina de Ferro, iniciada pelo heroico e bravo levante da Lituânia contra a tirania soviética, há cerca de 30 anos, os mentores da política mundial apresentaram a Globalização como a grande “descoberta” do novo relacionamento entre as Nações que iria incrementar a produção, baratear os custos, gerar um grande intercâmbio entre os povos.
Criou-se, com a Globalização, uma tal interdependência entre os países cujos males afloraram com o surto do coronavírus na China e a invasão da Ucrânia pelas tropas de Putin.
A dependência do Mundo Livre em relação às manufaturas chinesas ficou evidenciada como exemplo de um grande erro estratégico. O Ocidente, o Japão, outras Nações julgaram erradamente que industrializar a China seria a forma de abrandar o coração dos comunistas e levá-los à uma posição capitalista. A China se enriqueceu, foi aceita na ONU, no Conselho de Segurança, na OMC e ficou mais agressiva.
O alerta mais contundente, — contra o otimismo hollywoodiano, personificado nas viagens de Nixon à China e à Rússia, — feito pelo Prof. Plinio, na Folha de São Paulo, foi confirmado pelos fatos. A China se industrializou e tornou-se uma ameaça aos povos livres. E a dependência irresponsável do Ocidente, do Japão e de tantas Nações colocou nas mãos de Pequim a corda que pode enforcar o Mundo Live. Ainda há tempo de corrigir esse erro estratégico cometido, sobretudo, pelos EUA.
Nesse sentido, a Pandemia da covid-19 serviu para abrir os olhos de muitos. https://ipco.org.br/trump-quer-dissociar-os-eua-das-manufaturas-chinesas-missao-do-brasil/
Reino Unido, Austrália, Japão e outras importantes Nações acordaram para o erro estratégico da dependência de manufaturas chinesas.
O ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire: “Temos que diminuir nossa dependência de algumas grandes potências, em particular a China, para o fornecimento de certos produtos” e ” fortalecer nossa soberania em cadeias estratégicas de valor” como carros, aeroespacial e medicamentos. A disseminação do coronavírus também impactou “as cadeias de suprimentos de pessoas”, particularmente o movimento global de turistas e estudantes”. (1)
A Grã-Bretanha não pode se tornar estrategicamente dependente da China e deve trabalhar com “parceiros confiáveis” em sua infraestrutura nacional crítica, disse a secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss. (2)
Vejamos alguns exemplos do fracasso da globalização.
Japão – As empresas japonesas de gás e energia estão buscando fornecedores alternativos de gás natural em meio a preocupações com possíveis interrupções da Rússia, que foi submetida a uma enxurrada de sanções ocidentais desde a invasão da Ucrânia, segundo relatos na segunda-feira.
A Rússia é o quinto maior fornecedor de gás natural liquefeito (GNL) do Japão, respondendo por cerca de 8% do consumo do país.
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Europa – Notícia de UOL – A União Europeia está avaliando cenários que incluem a interrupção total do fornecimento de gás russo no próximo inverno (no hemisfério norte), como parte de seu planejamento de contingência para choques de oferta, disse a Comissão Europeia na semana passada.
A Europa obtém cerca de 40% de seu gás da Rússia. As importações ficaram em torno de 155 bilhões de metros cúbicos no ano passado. A demanda de Putin alimentou temores na Alemanha, principal economia da Europa, sobre grandes interrupções no fornecimento de gás caso as concessionárias não paguem em rublos, e como isso afetaria a indústria e as famílias.
Sem o fornecimento de gás russo, a economia alemã sofreria “danos maciços” disse o presidente-executivo da E.ON, Leonhard Birnbaum, ao programa de TV alemão Tagesthemen, acrescentando que o país precisaria de três anos para se tornar independente do gás russo. (3)
O Brasil, maior exportador de soja do mundo, depende muito de fertilizantes importados, como potássio, que respondeu por 38% dos nutrientes utilizados no ano passado. Rússia e Belarus foram a fonte de metade desses carregamentos.
Quem impede o Brasil de explorar seu potássio? Informa Forbes que “parlamentares de Estados agrícolas brasileiros estão pressionando por uma legislação que abra terras indígenas na Amazônia à mineração de potássio.” (4)
(1) https://ipco.org.br/ministro-frances-menos-dependencia-da-china-volta-ao-bom-senso-brasil/
(2) https://ipco.org.br/reino-unido-nao-quer-dependencia-estrategica-da-china/
(3) https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2022/03/29/abastecimento-de-gas-da-russia-para-europa-fica-em-risco-com-proximidade-de-prazo-sobre-rublo.htm
(4) https://forbes.com.br/forbesagro/2022/03/com-sancoes-a-russia-escassez-de-fertilizantes-ameaca-oferta-global-de-alimentos/
Como o Apóstolo São Paulo, na estrada de Damasco, jogado ao solo por intervenção de Deus, assim o Ocidente (principalmente) e outras Nações Livres agredidos pela realidade do fracasso da Globalização, devem voltar-se para a Organicidade.
A Globalização é per diametrum o contrário da Sociedade Orgânica, com seus princípios de propriedade privada, livre iniciativa, subsidiariedade, luz primordial de povos. O papel do indivíduo, da família, das sociedades intermediárias é fundamental numa sociedade antissocialista.
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Procuramos a Paz? Vejamos o que nos diz o Papa Pio XII, no pós guerra, quando tratou-se das Federações de Nações:
“A Igreja quer a paz, e por isso se empenha em promover tudo que nos quadros da ordem divina, natural e sobrenatural contribui para assegurá-la. Vosso Movimento, Senhores, se empenha em realizar uma organização política eficaz do mundo. Nada mais conforme com a doutrina tradicional da Igreja nem mais adaptado ao seu ensinamento sobre a guerra legítima ou ilegítima, sobretudo nas conjunturas presentes. É preciso, pois, chegar a uma organização desta natureza, quando mais não fosse para acabar com uma corrida armamentista na qual, há dezenas de anos, os povos se arruínam e se esgotam em pura perda“.
“Sois de opinião que, para ser eficaz, a organização política mundial deve ter forma federativa. Se por isto entendeis que ela deve libertar-se da engrenagem de um unitarismo mecânico, ainda neste ponto estais de acordo com os princípios da vida social e política firmemente estabelecidos e sustentados pela Igreja.
De fato, nenhuma organização do mundo será viável se não se harmonizar com o conjunto de relações naturais, com a ordem normal e orgânica que rege as relações particulares dos homens e dos diversos povos. Sem isto, seja qual for sua estrutura, ser-lhe-á impossível manter-se de pé e durar”.
“Eis porque estamos convencidos de que o primeiro cuidado deve consistir em estabelecer solidamente ou restaurar estes princípios fundamentais em todos os campos: nacional e constitucional, econômico e social, cultural e moral”.
https://www.pliniocorreadeoliveira.info/1951_011_CAT_3A_Sociedade.htm#.YkOLBOfMKMo
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A argamassa com que se unirão os tijlos da verdadeira Ordem Mundial se chama Valores Morais, restaurar os princípios fundamentais em todos os campos, acentuadamente o Moral, afirma Pio XII.
Ficamos para a próxima abordagem tratar dos Princípios que regem uma Sociedade Orgânica. Essa é a nossa resposta à Globalização e à decadência do Ocidente corroído pelos vícios morais e pela transgressão da Lei Divina e da Lei Natural.
Nossa Senhora Aparecida ilumine o Brasil e o leve a ser o Farol das Nações na observância da Lei Natural, dos Valores Morais.
Marcos Machado
493 artigosPesquisador e compilador de escritos do Prof. Plinio. Percorreu mais de mil cidades brasileiras tomando contato direto com a população, nas Caravanas da TFP. Participou da recuperação da obra intelectual do fundador da TFP. Ex aluno da Escola de Minas de Ouro Preto.
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